Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária
Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa
Dois anos após um dos maiores escândalos da história do mercado financeiro brasileiro, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou na última segunda-feira (31) o antigo CEO e outros 12 ex-executivos da Americanas (AMER3) acusados de envolvimento na fraude multibilionária na varejista.
A notícia foi divulgada pela primeira vez pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
- VEJA TAMBÉM: Mesmo com a Selic a 14,25% ao ano, esta carteira de 5 ações já rendeu 17,7% em 2025
Segundo fontes informaram à publicação, o MPF acusa o ex-CEO, Miguel Gutierrez, a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali e outros ex-executivos por fraudes estimadas em R$ 25 bilhões.
Confira as denúncias:
- Miguel Gutierrez (ex-CEO da Americanas);
- Anna Saicali (ex-CEO da B2W, encarregada pelo canal digital);
- Thimoteo Barros (vice-presidente);
- Marcio Cruz (vice-presidente);
- Carlos Padilha (ex-diretor);
- João Guerra (ex-diretor);
- Murilo Corrêa (ex-diretor);
- Maria Christina Nascimento (ex-diretor);
- Fabien Picavet (ex-diretor);
- Raoni Fabiano (ex-diretor);
- Luiz Augusto Saraiva Henriques;
- Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira;
- Anna Christina da Silva Sotero.
De acordo com a procuradoria, a primeira prova de fraude dentro da varejista data de fevereiro de 2016. No entanto, o suposto esquema foi revelado apenas no início de 2023, quando a empresa divulgou um fato relevante sobre o rombo contábil de R$ 20 bilhões.
Procurada pelo Seu Dinheiro, a assessoria da Procuradoria-Geral da República afirmou que o caso está sob sigilo. Já a Americanas não havia retornado o contato até o momento de publicação desta matéria.
Leia Também
A denúncia contra os ex-executivos da Americanas (AMER3)
Miguel Gutierrez é descrito pela procuradoria como o principal responsável pelo rombo na varejista.
O antigo presidente da Americanas foi denunciado pelos crimes de insider trading, manipulação, organização criminosa e falsidade ideológica, segundo informações da Reuters.
“Enquanto comandava as Lojas Americanas, Gutierrez estava ciente de todas fraudes praticadas, inclusive sugerindo ele mesmo alterações nos balanços que seriam anunciados”, escreveu o MPF na denúncia, em documento visto pel’O Globo.
Na avaliação do ministério, o executivo realizou dezenas de “manobras fraudulentas” em busca de aumentar ou manter elevada a cotação das ações das empresas Americanas S.A, B2W e Lojas Americanas.
O objetivo, segundo o MPF, seria “obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou, ainda, causar dano a terceiros".
A procuradoria ainda fixou um valor mínimo de indenização pela manipulação do mercado de capitais, no montante de R$ 22,8 bilhões.
O MPF também estipulou as indenizações pelo uso indevido de informação privilegiada:
- Miguel Gutierrez: R$ 158,5 milhões;
- Anna Saicali: R$ 57,8 milhões;
- Timotheo Barros: R$ 20,2 milhões;
- Marcio Cruz Meirelles: R$ 5,6 milhões;
- João Guerra: R$ 3,8 milhões;
- Jean Pierre: R$ 1,17 milhão;
- Maria Christina Nascimento: R$ 803,7 mil;
- Raoni Fabiano: R$ 1,29 milhão; e
- Anna Sotero: R$ 157,1 mil.
Relembre a crise na varejista
Foi em 11 de janeiro de 2023 que o mercado se deparou pela primeira vez com notícias de inconsistências contábeis na varejista. Após adiar várias vezes seu balanço, foi confirmado um rombo multibilionário estimado em R$ 25,2 bilhões.
Além disso, o “maior lucro da história” da Americanas em 2021 se converteu em um prejuízo líquido de mais de R$ 6 bilhões — em perdas que começaram a se amontoar nos meses que se seguiram.
A revelação do buraco nos balanços da gigante do varejo levou a empresa à recuperação judicial e à fuga de investidores com temores sobre a saúde financeira da companhia.
Aliás, a crise na varejista foi tamanha que a empresa acabou por perder (ao menos temporariamente) o selo do Novo Mercado, o patamar mais elevado de governança corporativa da B3.
Após a identificação das inconsistências, a Americanas encontrou evidências que indicavam que a diretoria anterior vinha fraudando as demonstrações financeiras e realizando esforços para ocultar do conselho de administração e do mercado a real situação de resultado.
- Reportagem especial: Dois anos da fraude na Americanas (AMER3): derrocada das ações, retomada do lucro e punições a executivos. O que aconteceu com a varejista e como ficam os acionistas agora?
Em março, a Americanas também entrou com um processo arbitral contra o ex-CEO e outros três executivos envolvidos na fraude.
Passados mais de dois anos desde o escândalo, a varejista ainda não está nem perto de superar os efeitos causados pela fraude contábil multibilionária.
No quarto trimestre de 2024, a companhia não só reverteu lucro em prejuízo, como também enfrentou pressão sobre a rentabilidade e viu o e-commerce encolher pela metade.
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o CEO Leonardo Coelho afirmou que a empresa deve levar mais cinco ou seis trimestres no “processo de transformação”.
“Essa crise demora ainda para ser superada. Estamos apenas no começo da transformação, ainda tem muita coisa para acontecer. O lado bom é que esse início está caminhando na direção que a gente esperava”, avaliou Coelho.
*Com informações do Globo, Valor Econômico e da Reuters.
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
