Depois de anos de embate, Petrobras (PETR4) obtém licença histórica para perfurar Margem Equatorial
Após anos de disputa com órgãos ambientais e pressões políticas, estatal inicia perfuração em águas profundas do Amapá, em uma das regiões mais promissoras — e controversas — do país

Depois de uma longa espera e muita pressão, a Petrobras (PETR4) recebeu do Ibama a licença ambiental para perfurar um poço exploratório em águas profundas do Amapá, na chamada Margem Equatorial.
O poço fica no bloco FZA-M-059, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e 175 km da costa. A sonda já está posicionada, e a estatal informou que a perfuração começa imediatamente, com duração prevista de cinco meses. O objetivo é avaliar se há petróleo e gás com potencial econômico na área, sem produção nesta fase inicial.
O sinal verde do órgão ambiental vem após anos de impasse e negociações. Em agosto, a Petrobras realizou uma simulação no local, a chamada Avaliação Pré-Operacional (APO), que comprovou a capacidade da empresa de responder a emergências e atender às exigências ambientais do Ibama.
Em nota, a presidente da companhia, Magda Chambriard, afirmou que a conclusão do processo "é uma conquista da sociedade brasileira e revela o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e com a viabilização de projetos que possam representar o desenvolvimento do país".
Um capítulo decisivo para a Petrobras
A autorização marca um capítulo decisivo no imbróglio que se arrasta há alguns anos: a companhia vinha enfrentando resistência de órgãos ambientais e do Ministério Público Federal, que questionavam os riscos ecológicos da operação.
A Margem Equatorial é uma extensa faixa marítima que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, passando por cinco grandes bacias: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
Leia Também
Ela é considerada pela estatal como a nova fronteira exploratória do pré-sal, com potencial de dezenas de bilhões de barris.
A saga da Margem Equatorial
O interesse da Petrobras cresceu quando descobertas significativas foram feitas em regiões geologicamente parecidas na costa da Guiana e do Suriname, onde empresas como ExxonMobil e TotalEnergies encontraram reservas de petróleo de alta qualidade.
Em 2022, a Petrobras pediu licença para perfurar o bloco FZA-M-59. O plano da estatal era realizar uma perfuração exploratória para verificar se a área tem viabilidade comercial.
Mas, em maio de 2023, o Ibama negou o pedido.
O órgão ambiental alegou falhas nos estudos de impacto, riscos à fauna marinha e ausência de um plano robusto de resposta a emergências, especialmente em caso de vazamentos de óleo numa área próxima a ecossistemas sensíveis — como o encontro do rio Amazonas com o Atlântico e recifes únicos da região.
A negativa gerou um racha dentro do governo. De um lado, o Ministério do Meio Ambiente, chefiado por Marina Silva, defendia cautela e mais estudos. Do outro, o Ministério de Minas e Energia e o Palácio do Planalto pressionavam pela liberação, alegando que o Brasil não podia “abrir mão de oportunidades energéticas”.
Durante 2024, a disputa virou um cabo de guerra político. Governadores do Norte e Nordeste passaram a cobrar a licença, argumentando que a exploração poderia gerar empregos e royalties.
Já o Ministério Público Federal (MPF) reforçou a resistência, recomendando formalmente ao Ibama que não concedesse a licença, alegando que os riscos ambientais ainda eram altos.
Enquanto isso, a Petrobras investia pesado em estudos complementares, planos de emergência e simulações, tentando atender às exigências do Ibama.
Em agosto de 2025, a estatal realizou a Avaliação Pré-Operacional (APO) — um simulado in loco com o Ibama a bordo, testando sua capacidade de resposta a um possível acidente.
Foi o último passo técnico antes da decisão.
O que isso significa para a Petrobras?
De acordo com a Ativa Research, embora o evento ainda não implique mudanças de curto prazo em produção ou fluxo de caixa, é positivo para a tese de PETR4, pois marca o início de uma nova fase de exploração em uma das últimas fronteiras geológicas inexploradas do país.
“As reservas provadas da companhia atualmente têm horizonte estimado de cerca de 10 anos, tornando a abertura dessa nova frente estratégica para o longo prazo”, escreve o time de análise da casa.
Para eles, a notícia amplia o potencial exploratório futuro e reforça o posicionamento da Petrobras em uma região com geologia similar à da Guiana, onde recentes descobertas impulsionaram a produção local e o interesse internacional.
Quer morar em uma base da Nasa? Governo dos EUA coloca imóvel com planetário e 25 telescópios à venda, mas o preço não é uma pechincha
Construída em 1963, a antiga base da Nasa na Carolina do Norte teve papel importante na Guerra Fria e agora está à venda por US$ 30 milhões (R$ 162 milhões)
Cogna (COGN3) é destaque no Ibovespa com alta de mais de 6% — e analistas ainda veem espaço para mais
Com alta de 210% desde janeiro, as ações da empresa conquistaram o posto de melhor desempenho na carteira do Ibovespa em 2025
Fleury (FLRY3) diz que negociações com Rede D’Or (RDOR3) continuam, mas ações caem na bolsa; qual a chance de um acordo?
Para o BTG, comunicação do Fleury reforça que conversas ainda estão de pé e que acordo é ainda mais provável
Isa Energia (ISAE4) confirma captação de R$ 2 bilhões em debêntures — mercado segue de olho na dívida da companhia
Recursos serão usados no reembolso de despesas de um projeto de transmissão elétrica; captação ocorre em meio ao avanço da alavancagem da companhia
Em crise, Invepar entrega controle da Linha Amarela no RJ ao fundo Mubadala para quitar dívidas e estende trégua com credores
Negócio marca mais um capítulo da reestruturação da Invepar, que busca aliviar dívidas bilionárias e manter acordos com credores enquanto o Mubadala assume o controle da Linha Amarela, no Rio de Janeiro
Temporada de balanços 3T25: confira as datas das divulgações dos resultados e das teleconferências
A apresentação oficial dos resultados das principais empresas listadas na B3 começa na quarta-feira (22), com a publicação do balanço da WEG
Ambipar (AMBP3) deve entrar com pedido de recuperação judicial na próxima segunda-feira (20), diz jornal
Proteção contra credores expira no fim da próxima semana. Pedido deve correr na Justiça do Rio de Janeiro
Petz (PETZ3) e Cobasi defendem fusão perante o Cade e alegam perda de espaço para marketplaces
CEOs das duas empresas participaram de audiência pública e defenderam que fusão representam apenas cerca de 10% de participação de mercado
Ambipar (AMBP3) chega a cair 17% e tem nova mínima histórica; companhia contratou consultoria financeira para avaliar o caixa
Preço das ações da empresa enfrentam trajetória de queda desde setembro, quando pediu proteção judicial contra credores
Nestlé: O que está por trás de demissão em massa de 16 mil funcionários
Entenda as razões por trás do plano de demissão anunciado nesta quinta-feira (16) e os impactos estimados para os investidores.
O segredo da empresa subestimada que caiu nas graças dos tubarões da Faria Lima e paga dividendos todo mês
As ações VULC3 estão ganhando o coração dos investidores com dividendos mensais e um yield de 8% projetado para este ano; agora, o UBS passou a cobrir os papéis e tem recomendação de compra
A inusitada relação entre Frozen, o PCC, o dono do Banco Master e o Atlético-MG
Um documento da CVM revelou que fundos com nomes inspirados em personagens da Disney estão no centro de uma teia de investimentos
Gestora do ‘Warren Buffet de Londrina’ aumenta participação em incorporadora listada na B3
A Real Investor atingiu uma participação de 10,06% na Even em meio ao anúncio da “nova poupança”, que tende a beneficiar empresas no setor de construção civil focadas em média renda
Exclusiva: Elo lança nova proposta de cartões com foco nos empreendedores e MEI. Confira a proposta para os clientes PJ
O portfólio repaginado conta com três categorias de cartões: Elo Empresarial, Elo Empresarial Mais e Elo Empresarial Grafite. Veja em qual você se encaixa.
Vítimas de metanol: o alerta que o caso Backer traz
Cinco anos após o escândalo da cervejaria em Belo Horizonte, vítimas seguem sem indenização
Com novas regras de frete grátis, Amazon (AMZO34) intensifica disputa contra o Mercado Livre (MELI34)
Segundo o Itaú BBA, a Amazon reduziu o valor mínimo para frete grátis de R$ 79 para R$ 19 desde 15 de agosto
Entenda o colapso da Ambipar (AMBP3): como a gigante ESG virou um alerta para investidores
Empresa que já valeu mais que Embraer e Gerdau na bolsa de valores hoje enfrenta risco de recuperação judicial após queda de mais de 90% nas ações
Gol limita bagagem de mão em passagens básicas; Procon pede explicações e Motta acelera projeto de gratuidade
Empresas aéreas teriam oferecido tarifas com restrições à bagagem de mão, com custo pelo despacho. Motta e Procon reagem
Em busca de mais informações sobre a fraude, CVM assina novo acordo de supervisão no âmbito das investigações de Americanas (AMER3)
Contrato pode evitar ações punitivas ou reduzir penas em até 60% se a companhia colaborar com a investigação
Quem é a empresa que quer ganhar dinheiro licenciando produtos do metrô de São Paulo
A 4Takes, responsável por marcas como Porsche e Mercedes-Benz, agora entra nos trilhos do Metrô de São Paulo, com direito a loja oficial e pop-up nas estações