Braskem (BRKM5) em apuros? Por que a Fitch decidiu cortar as notas de crédito da petroquímica pela 2ª vez em 2025
A Fitch decidiu revisar para baixo as perspectivas para a petroquímica e cortou a nota de crédito em escala global para BB-, com observação negativa
Depois de um balanço pior que o esperado no segundo trimestre, a Fitch decidiu mais uma vez cortar as projeções para a Braskem (BRKM5) e acionar um novo sinal de alerta para a petroquímica.
Desta vez, a agência de classificação de risco cortou a nota de crédito da petroquímica em escala global de BB para BB-, com observação negativa.
Trata-se da segunda revisão de rating da Braskem pela Fitch desde o começo de 2025.
- VEJA TAMBÉM: Onde investir nesta temporada de balanços? O Seu Dinheiro quer disponibilizar para você recomendações sobre quais empresas investir de forma prática e gratuita
O motivo, segundo a Fitch, são os mesmos da última vez: os desafios persistentes da indústria petroquímica global e os impactos diretos nas finanças da companhia.
“Os rebaixamentos refletem indicadores de crédito persistentemente fracos, especialmente após os resultados do último trimestre, que levaram a uma revisão das projeções de alavancagem da Fitch (excluindo a Braskem Idesa) em 2025 e 2026 bem acima dos gatilhos da agência para um rating ‘BB’”, afirmou, no relatório.
Na visão dos analistas, em meio a um cenário externo desfavorável, a capacidade da Braskem de implementar medidas eficazes continua limitada, já que muitas iniciativas ainda dependem de decisões governamentais — como o caso do Presiq, por exemplo.
Leia Também
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Braskem destaca o compromisso com a “higidez financeira, mediante a implementação de iniciativas de resiliência para mitigar os impactos decorrentes do prolongamento do ciclo de baixa da indústria, e com o fortalecimento da competitividade da indústria química brasileira”.
- Leia também: CEO e diretor da Braskem (BRKM5) respondem a rumores de negociação bilionária para venda de ativos nos EUA
Perspectivas mais negativa para a Braskem (BRKM5) se espalha
Não foi apenas o rating de emissor global da Braskem (BRKM5) que sofreu.
As notas de dívida sênior não garantidas da Braskem America Finance Company e da Braskem Netherlands Finance B.V. também foram cortadas.
O rating nacional de longo prazo da Braskem caiu de ‘AAA(bra)’ para ‘AA(bra)’.
E todos os ratings foram colocados em observação negativa, sinalizando que a Fitch prevê pressões adicionais sobre a liquidez, impulsionadas pela queima de caixa recorrente.
Essa combinação de fatores eleva o risco de acesso restrito da Braskem ao mercado de capitais, especialmente diante de vencimentos de dívidas no médio prazo.
Os analistas destacam o desafio de refinanciar os bonds (títulos de dívida corporativa emitidos no exterior) de 2028, seguidos pelos de 2030 e 2031, tornando a situação ainda mais delicada para a petroquímica.
Queima de caixa e alto endividamento: o que a Fitch espera da petroquímica daqui para frente
Na visão da Fitch, o balanço do segundo trimestre revelou a piora do estresse financeiro da Braskem (BRKM5).
O alto endividamento é reflexo direto de spreads petroquímicos — a diferença entre o preço da matéria-prima e o dos produtos finais — historicamente baixos e das dificuldades estruturais do setor, segundo os analistas.
“O ritmo mais lento de desalavancagem e a atual posição financeira da companhia oferecem pouca margem contra choques de mercado, operacionais ou macroeconômicos. O caminho depende, em grande parte, da recuperação do setor, deixando a companhia vulnerável caso condições adversas persistam ou se intensifiquem.”
- Leia também: CEO da Petrobras (PETR4) alfineta sobre possível venda da Braskem e ações BRKM5 pagam o preço no Ibovespa
Para a agência, o fluxo de caixa livre (FCF) da Braskem, desconsiderando os desembolsos relacionados ao evento de Alagoas, deve permanecer negativo até pelo menos 2027, mesmo com esforços para reduzir custos e preservar caixa.
O Ebitda projetado pela Fitch é de US$ 600 milhões em 2025 e US$ 700 milhões em 2026 — números ainda insuficientes para compensar as necessidades de capital de giro e os US$ 400 milhões anuais em investimentos de manutenção.
“O persistente consumo de caixa e a necessidade de suportar as operações em meio à baixa geração de Ebitda corroem a flexibilidade financeira da empresa e sinalizam riscos crescentes de refinanciamento”, disse a agência.
Para a Fitch, a liquidez da Braskem, antes um ponto forte, está mais pressionada agora.
Embora medidas de contenção de custos possam trazer algum alívio, a agência avalia que a capacidade da companhia de resistir à volatilidade prolongada do mercado continua sendo o risco central, especialmente à medida que os colchões de liquidez diminuem.
Venda do controle da Braskem (BRKM5) preocupa
Para completar o cenário, a possível venda da participação da Novonor na petroquímica adicionam mais uma camada de incerteza.
“A possibilidade de um novo controlador iniciar uma reestruturação da dívida adiciona ainda mais instabilidade a uma situação já complexa. Se uma oferta vinculante se materializar e avançar, a Petrobras provavelmente não conseguirá bloquear decisões do novo acionista”, disse a Fitch.
Hoje, o empresário Nelson Tanure se apresenta como o principal interessado em abocanhar o controle indireto da Braskem.
Nvidia (NVDC34) tem resultados acima do esperado no 3T25 e surpreende em guidance; ações sobem no after market
Ações sobem quase 4% no after market; bons resultados vêm em meio a uma onda de temor com uma possível sobrevalorização ou até bolha das ações ligadas à IA
Hora de vender MOTV3? Motiva fecha venda de 20 aeroportos por R$ 11,5 bilhões, mas ação não decola
O valor da operação representa quase um terço dos R$ 32 bilhões de valor de mercado da empresa na bolsa. Analistas do BTG e Safra avaliam a transação
Nem o drible de Vini Jr ajudaria: WePink de Virginia fecha acordo de R$ 5 milhões após denúncias e fica proibida de vender sem estoque
Marca da influenciadora terá que mudar modelo de vendas, reforçar atendimento e adotar controles rígidos após TAC com o MP-GO
Patria dá mais um passo em direção à porta: gestora vende novo bloco de ações da Smart Fit (SMFT3), que entram em leilão na B3
Conforme adiantado pelo Seu Dinheiro em reportagem exclusiva, o Patria está se preparando para zerar sua posição na rede de academias
BRB contratará auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance da PF, que investiga o Banco Master
Em comunicado, o banco reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado
O futuro da Petrobras (PETR4): Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário
Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e um dos maiores especialistas em energia do país, foi o convidado desta semana do Touros e Ursos para falar de Petrobras
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A atualização recoloca o Google na disputa com o ChatGPT e o Llama, da Meta; veja o que muda e qual é a melhor IA para cada tipo de tarefa
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) fecham parceria para o e-commerce; veja
Aliança cria uma nova frente no e-commerce e intensifica a competição com Mercado Livre e Casas Bahia
Governador do DF indica Celso Eloi para comandar o BRB; escolha ainda depende da Câmara Legislativa
A nomeação acontece após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, em meio à operação da PF que mira irregularidades envolvendo o Banco Master
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Do auge ao colapso: o caso Bamerindus marcou o FGC por décadas como um dos maiores resgates do FGC da história — até o Banco Master
Cedae informa suspensão do pagamento do resgate de CDBs do Banco Master presentes na sua carteira de aplicações
Companhia de saneamento do Rio de Janeiro não informou montante aplicado nos papéis, mas tinha R$ 248 milhões em CDBs do Master ao final do primeiro semestre
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
Por que Vorcaro foi preso: PF investiga fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master para tentar driblar o BC e emplacar venda ao BRB
De acordo com informações da Polícia Federal, o fundador do Master vendeu mais de R$ 12 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio com o banco estatal de Brasília
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
BTG Pactual (BPAC11) quer transformar o Banco Pan (BPAN4) em sua subsidiária; confira proposta
Segundo fato relevante publicado, cada acionista do Pan receberá 0,2128 unit do BTG para cada ação, exceto o Banco Sistema, que já integra a estrutura de controle. A troca representa um prêmio de 30% sobre o preço das ações preferenciais do Pan no fechamento de 13 de outubro de 2025
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Azzas 2154 (AZZA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam mais de R$ 300 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)
Dona da Arezzo pagará R$ 180 milhões, e fabricante de ônibus, R$ 169 milhões, fora os JCP; veja quem tem direito aos proventos
