Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR4), Vale (VALE3): o que esperar dos balanços das brasileiras no segundo trimestre?
No Touros e Ursos desta semana, a analista da Empiricus Larissa Quaresma compartilha suas perspectivas sobre os principais balanços das companhias listadas na B3

A temporada de balanços do segundo trimestre de 2025 já bate na porta e os analistas estão atentos aos sinais de deterioração dos números das empresas. Os impactos da guerra comercial de Donald Trump e a taxa básica de juros em 15% são os principais vilões mapeados no período.
Para Larissa Quaresma, analista da Empiricus e convidada do podcast Touros e Ursos nesta semana, embora a tarifa de 50% contra o Brasil tenha sido anunciada após o segundo trimestre, a tarifa de 10% de abril e a incerteza gerada por ela já causaram "saída de compradores das mesas de negociação".
Exportadoras de aço e papel e celulose podem ver reflexos negativos, enquanto o setor agrícola (soja, milho) pode ter se beneficiado, avalia a analista.
Já a indústria siderúrgica brasileira é, de fato, uma das maiores perdedoras.
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Banco do Brasil vs. Itaú: a surpresa negativa e a positiva
Para o setor bancário, o Banco do Brasil (BBAS3) está mais para uma surpresa negativa do que positiva, isso considerando que o mercado já tem expectativas ruins para o balanço.
O agronegócio segue como o maior detrator, diante da pior dinâmica de pagamentos dos produtores e maior necessidade de provisões.
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Já o Itaú (ITUB4) tem chances de ser o melhor balanço dentre os grandes bancos. Segundo Quaresma, sua carteira de crédito mais conservadora o protege da piora nos indicadores de inadimplência.
Bradesco (BBDC4) — que foi a maior surpresa positiva do primeiro trimestre — deve divulgar dados mais neutros, na visão da analista, mas a expectativa é que o banco continue sua jornada de recuperação da rentabilidade.
Para o Santander (SANB11) é esperado um aumento mais forte nas provisões de inadimplência.
Petrobras e Vale: dividendos menores, mas ainda resilientes
Para as gigantes da bolsa, Petrobras (PETR4) deve se manter forte, mesmo com o preço médio do petróleo inferior no período, graças ao seu baixo custo de extração no pré-sal. Quaresma espera uma forte geração de caixa e um retorno com dividendos (dividend yield) de 11% para 2025.
A Vale (VALE3) deve ser impactada pela queda do preço do minério de ferro e um menor volume de produção. A analista acredita que a empresa é mais indicada para investidores focados em dividendos, diante da perspectiva de um pagamento de 8% no ano.
A visão negativa para a demanda na China diminui a tendência de ganho de capital via valorização das ações.
Vencedores e perdedores da temporada
Na visão da especialista, a temporada de balanços deve ser majoritariamente positiva para as empresas brasileiras, refletindo uma economia forte e esforços de eficiência.
No entanto, a alavancagem será um ponto de atenção, dada a taxa de juros média de 14,5% no período de abril a junho, significativamente superior aos 10,5% do mesmo período do ano passado.
Os destaques positivos devem ser as empresas voltadas para a economia doméstica, especialmente varejistas, como a Smart Fit (SMFT3), e incorporadoras de baixa renda, impulsionadas pelo Minha Casa, Minha Vida.
Entre os perdedores, além do Banco do Brasil, o setor de commodities como um todo e a indústria siderúrgica devem atrair mais a atenção. Veja a análise completa aqui.
Touros e Ursos da Semana
No quadro que dá nome ao programa, o maior Urso da semana ficou para a diplomacia brasileira, escolhida por Quaresma, por não avançar nas negociações bilaterais sobre as tarifas e irritar os EUA com alinhamentos políticos.
Outros dois Ursos ficaram para a volta do IOF e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Já nos Touros, Quaresma optou pelo varejo norte-americano, que ainda não cedeu diante do tarifaço de Trump. Argentina e a possível fusão do Fleury com a Rede D’Or também foram destacados.
Veja todos os Touros e Ursos e os detalhes da análise de Larissa Quaresma sobre a temporada de balanços no episódio completo:
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