Ambev (ABEV3) é a maior alta do Ibovespa após salto no lucro e dividendos bilionários, mas bancos dizem que o copo não está tão cheio assim
Enquanto os investidores se empolgam com os anúncios da companhia de bebidas, o BTG Pactual e Itaú BBA enxergam dificuldades no horizonte, entre elas, a concorrência com a Heineken; saiba se mesmo assim vale a pena colocar os papéis na carteira
A Ambev (ABEV3) impressionou os investidores e brilha na bolsa brasileira nesta quarta-feira (26). A empresa do setor de bebidas desponta como a maior alta do Ibovespa, com ganhos que ultrapassam os 5%.
Por volta das 12h55, as ações ABEV3 subiam 5,77%, cotadas a R$ 11,73. Os papéis caminham para encerrar fevereiro com ganho de 5,7%. No ano, no entanto, os ativos estão no zero a zero. No mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,46%, aos 125.394,17 pontos.
O bom desempenho da Ambev na B3 é impulsionado pelos resultados do quarto trimestre de 2024, quando a companhia reportou um lucro líquido de R$ 5 bilhões, um salto de 11% em relação ao mesmo período de 2023.
O montante veio acima do esperado pelo mercado. Segundo projeções do BTG Pactual, era esperado um lucro líquido de R$ 4,6 bilhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que indica o potencial de geração de caixa operacional, cresceu 34,5% no último trimestre de 2024, para R$ 9,619 bilhões. No acumulado do ano, o Ebitda ajustado atingiu R$ 29,028 bilhões, um crescimento de 14% em base anual.
A margem Ebitda ajustada ficou em 35,6% no quarto trimestre de 2024. Já no mesmo período do ano anterior, o resultado foi de 35,8%.
Leia Também
Além dos números do balanço, os investidores se animaram com o anúncio do pagamento de dividendos aos acionistas: a Ambev vai distribuir R$ 2 bilhões, ou R$ 0,1276 por ação, para quem tiver os papéis da companhia.
O pagamento ocorrerá no dia 4 de abril de 2025, com base na posição acionária de 14 de março de 2025 para as ações negociadas na B3. Já para os papéis negociados na bolsa de Nova York (Nyse), a data de corte é 18 de março de 2025 e não incluirá correção monetária.
Os papéis da companhia passarão a ser negociados ex-dividendos a partir do dia 17 de março de 2025 e passarão por um ajuste na cotação referente aos proventos já alocados.
Então você pode optar por comprar a ação agora e ter direito aos dividendos ou esperar a data de corte e adquirir os papéis por um valor menor, mas sem o direito aos proventos.
- VEJA MAIS: 35 empresas divulgam resultados do 4T24 esta semana, e BTG Pactual revela suas projeções para as principais
Nem compra, nem venda e a Heineken no caminho
Enquanto os investidores se empolgam com os anúncios da Ambev, o BTG Pactual e Itaú BBA enxergam dificuldades no horizonte para a companhia e seguem com recomendações neutras (market perform) para as ações ABEV3.
Isso porque nem todos os números apresentados pela empresa foram animadores. No quarto trimestre de 2024, os volumes totais caíram 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto, na América do Sul, apresentaram queda de 6,8%.
Segundo a Ambev, o resultado foi impactado por uma indústria difícil na Argentina e por clima adverso no Brasil. Por aqui, o recuo foi de 2,8%.
Na avaliação do Itaú BBA, a queda na divisão de cerveja no país pode pressionar a receita na comparação ano a ano — “algo que não é visto desde a pandemia”, afirmou o banco em relatório.
Para o BTG Pactual, “já faz alguns anos que a história da Ambev deixou de ser sobre o crescimento da receita na divisão de cerveja no Brasil”.
O banco destacou que o preço médio da bebida cresceu abaixo da inflação, apenas 2,4% na comparação anual.
“Dado o fraco desempenho dos preços até agora, é improvável que a Ambev consiga expandir margens no setor de cerveja no Brasil neste ano, especialmente porque os volumes parecem ter estagnado”.
O Itaú BBA também enxerga uma dificuldade na precificação da cerveja acima da inflação e indica a causa: a Heineken.
“Nossas análises de mercado indicam que a Heineken demorou a repassar aumentos de preço no quarto trimestre de 2024, o que está alinhado com a estratégia da empresa de navegar com cautela pelo cenário de consumo no Brasil, dado o prêmio de preço confortável que já foi estabelecido no último ano. Isso pode ter criado desafios adicionais para a Ambev na precificação da cerveja”.
O banco ainda avalia que a empresa deve sentir os impactos da aceleração da inflação de alimentos no país e de um mercado mais competitivo para a Heineken nos próximos trimestres.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Petrobras, Ambev, Weg e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
O copo meio cheio da Ambev
Apesar das dificuldades, o Itaú BBA avalia positivamente o anúncio de dividendos no valor de R$ 2 bilhões.
Para o banco, o pagamento sinaliza que a empresa pode estar no caminho de uma renovação da estrutura de capital no longo prazo.
Já para o BTG Pactual, a distribuição de proventos não brilhou. Os analistas indicam que, apesar do anúncio gerar expectativas de que a Ambev esteja se preparando para acelerar os pagamentos de dividendos, ainda não enxergam isso acontecendo.
“Os fluxos de caixa foram mais fortes, e a Ambev parece estar apenas ajustando as distribuições de caixa para manter a alavancagem líquida em uma posição semelhante à que sempre manteve”, afirmou o banco em relatório.
Porém, o BTG Pactual avalia que a boa estratégia de portfólio da companhia ao longo dos anos fortalece os papéis ABEV3.
*Com informações do MoneyTimes
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30
Na contramão da Black Friday, Apple lança ‘bolsinha’ a preço de celular novo; veja alternativas bem mais em conta que o iPhone Pocket
Apple lança bolsinha para iPhone em parceria com a Issey Miyake com preços acima de R$ 1,2 mil
Todo mundo odeia o presencial? Nubank enfrenta dores de cabeça após anunciar fim do home office, e 14 pessoas são demitidas
Em um comunicado interno, o CTO do banco digital afirmou que foram tomadas ações rápidas para evitar que a trama fosse concluída
Família Diniz vende fatia no Carrefour da França após parceria de 10 anos; veja quem são os magnatas que viraram os principais acionistas da rede
No lugar da família Diniz no Carrefour, entrou a família Saadé, que passa a ser a nova acionista principal da companhia. Família franco-libanesa é dona de líder global de logística marítima
Itaú vs. Mercado Pago: quem entrega mais vantagens na Black Friday 2025?
Com descontos de até 60%, cashback e parcelamento ampliado, Itaú e Mercado Pago intensificam a disputa pelo consumidor na Black Friday 2025
Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%
O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta
O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25
A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás
Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25
Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas
Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques
O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço
Lucro da Moura Dubeux (MDNE3) salta 32,1% e vem acompanhado de dividendos; diretor diz que distribuição deve engordar
A construtora também está de olho no endividamento — encerrou o terceiro trimestre com o índice dívida líquida/patrimônio líquido em 13,6%, patamar “muito saudável” na visão do executivo Diogo Barral