Agronegócio brasileiro pode se dar bem com guerra de tarifas de Trump — e aqui estão 4 ações que podem ganhar com isso
A retaliação de outros países aos EUA pode alimentar a busca por outros parceiros comerciais para importar grãos e carnes, a exemplo do Brasil; BTG Pactual e XP dizem quais empresas podem tirar proveito desse movimento
O presidente norte-americano, Donald Trump, enfim, apresentou suas tarifas recíprocas. Vários países, principalmente os asiáticos, vão ter muitas contas para fazer devido às taxas altas que serão impostas a partir de hoje (3) — o Brasil ficou na faixa mínima, de 10%.
Não que o governo Lula não vá ter que fazer contas e decidir como lidar com essa taxação, mas alguns analistas já vislumbram a possibilidade de ganhos para alguns setores, em especial, o agronegócio.
“Há um ângulo positivo a considerar, já que EUA e Brasil competem nos mercados globais de carnes e grãos. Supondo que outros países reajam com medidas retaliatórias, o efeito líquido pode ser positivo para os exportadores brasileiros”, diz a análise do BTG Pactual.
- LEIA TAMBÉM: Oportunidades em meio ao caos: XP revela 6 ações brasileiras para lucrar com as novas tarifas de Trump
Entre 2018 e 2020, durante o primeiro mandato de Trump, quando o republicano também travou uma guerra comercial com a China, a demanda chinesa por commodities migrou dos EUA para o Brasil, beneficiando produtos como soja e milho.
Existe uma expectativa de que este movimento se repita, não só com a China, mas com outros países.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Japão e firmou um acordo com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba para abrir o mercado japonês à carne bovina brasileira.
Leia Também
Em 2024, o Japão importou cerca de 40% da carne bovina dos EUA — mas isso pode mudar após o anúncio das tarifas: o Japão deverá ser taxado em 24%, além dos outros 25% de impostos sobre a venda de automóveis aos norte-americanos.
Grãos, carnes e etanol
“Apesar de os EUA terem se tornado um destino importante para as exportações brasileiras de carne bovina, acreditamos que o setor não deve ser afetado”, diz o BTG.
Os analistas argumentam que a carne bovina brasileira já enfrenta tarifas superiores aos 10% impostos por Trump — atualmente, a taxa é de 26%.
Mesmo a cota tarifária que tem isenção, os especialistas não esperam que seja revista por ser um percentual muito pequeno em relação ao volume total que é importado pelos EUA.
Em relação ao etanol, a situação é diferente. O combustível atualmente enfrenta uma tarifa de 2%, que, em teoria, passaria a ser 2% + 10%.
No entanto, a análise do BTG é de que os EUA têm hoje um papel relativamente menor nas exportações brasileiras de etanol, sendo a Coreia do Sul o principal destino atualmente. Os norte-americanos importam um volume muito maior de petróleo bruto — este, sim, deverá ser mais impactado.
- LEIA TAMBÉM: De ações a fundos imobiliários, conheça os ativos mais promissores para investir neste mês no “Onde Investir em Abril”, do Seu Dinheiro
Para os analistas da XP, há chances de negociação sobre as tarifas desses dois produtos como já aconteceu no passado, com a possibilidade de troca de cotas para as exportações brasileiras e suspensões temporárias das tarifas sobre o etanol entre os dois países. Mas eles ponderam que “não está claro se o Brasil conseguiria negociar novamente essas isenções”.
Outra possibilidade, segundo o BTG, é a taxação se manter e o custo mais alto ser repassado para o consumidor norte-americano.
“As importações de etanol do Brasil estão atreladas ao mandato de mistura. Portanto, se o mandato não mudar, a demanda permanece estável e o custo acaba sendo repassado ao consumidor, via o etanol misturado à gasolina nos EUA”, diz o relatório.
- LEIA MAIS: A Receita Federal atualizou as regras para a declaração em 2025 – veja todas as mudanças no Guia do Imposto de Renda
Tarifas que podem gerar lucro
Em meio a chuva de tarifas de Trump, a SLC Agrícola (SLCE3) é a escolha da XP e do BTG. A tese dos analistas tem como base a possibilidade de a demanda chinesa por grãos mudar dos EUA para o Brasil devido a guerra comercial.
Lembrando que a China é alvo de uma tarifa de 34% e já tem um histórico anterior de aumentar as importações dos grãos brasileiros.
A mesma tese é aplicada pela XP para a BrasilAgro (AGRO3).
Já o BTG lista BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3) como possíveis beneficiárias desse cenário.
A Minerva tem uma maior exposição à China e pode ver a demanda por seus produtos aumentarem, enquanto a BRF foi beneficiada na última guerra comercial entre os EUA e a China.
Antes ‘dadas como mortas’, lojas físicas voltam a ser trunfo valioso no varejo — e não é só o Magazine Luiza (MGLU3) que aposta nisso
Com foco em experiência, integração com o digital e retorno sobre capital, o Magalu e outras varejistas vêm evoluindo o conceito e papel das lojas físicas para aumentar produtividade, fidelização e eficiência
Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP
O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]
Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO
John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros
Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar
Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital
Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas
Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista
Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros
Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira
Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora
O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
