A Vale (VALE3) voltou às graças do BTG: por que o banco retomou a recomendação de compra?
De acordo com o banco, a empresa vem demonstrando melhoras operacionais. Além disso, o cenário para o minério de ferro mudou
Em março de 2024, a Vale (VALE3) foi rebaixada pelo BTG Pactual. Nesta quinta-feira (30), a recomendação voltou para compra, diante da análise de que a empresa virou a página e já não passa por tantas turbulências em relação ao quadro visto naquele momento do ano passado.
À época, a empresa tinha uma série de problemas: conflitos no conselho, desempenho operacional abaixo do esperado, interferência governamental alta, Samarco e Brumadinho ainda eram pedras bem incômodas no sapato, e o banco observava com preocupação a direção do minério de ferro.
Mas as coisas têm mudado, e o próprio BTG destaca agora o risco de o upgrade na avaliação ter vindo tarde demais depois de uma alta de 22% no ano.
“Os sinais de melhora vêm de todos os lados — com o minério de ferro muito acima das expectativas e o cenário micro surpreendendo positivamente. Ainda sentimos que o papel está subalocado nas carteiras, embora tenha havido alguma recompra de posições vendidas e compras tímidas por parte de alguns investidores”, diz o relatório.
- VEJA TAMBÉM: CHINA vs EUA: Começou uma nova GUERRA FRIA? O que está em jogo nessa disputa - assista o novo episódio do Touros e Ursos no Youtube
O mudou para a Vale?
Para começar, houve mudança na visão sobre a China, que chegou a ser considerada “ininvestível” há alguns meses. Agora, a narrativa mudou significativamente: o governo chinês mantém cartas fortes nas discussões comerciais — graças ao domínio em terras raras —, e a economia do país asiático deve crescer perto de 5%, ante os 4% projetados anteriormente.
Para os analistas do BTG, o mercado parece estar subestimando a Vale até 2026, com os preços de minério de ferro no mercado indicando um potencial de alta relevante de cerca de 20% nos lucros, segundo as projeções.
Leia Também
“Esperamos resultados sólidos no terceiro e quarto trimestres, com possibilidade de dividendos extraordinários modestos. Por fim, todas as nossas pesquisas de posicionamento continuam mostrando a Vale como uma das principais posições subalocadas pela comunidade de investidores — ou seja, está longe de ser uma aposta consensual”, diz o relatório publicado nesta quinta-feira (30).
A retomada do minério de ferro
Se antes o banco projetava dias contados para o minério de ferro acima dos US$ 100 por tonelada, nos últimos meses a coisa mudou. A projeção que fez o BTG rebaixar VALE3 se baseava num preço de US$ 90 por tonelada para a commodity, considerando queda na demanda na China e entrada em operação de Simandou, um mega-projeto de mineração de ferro de alto teor na Guiné.
Embora esses riscos persistam, a expectativa do banco agora se mantém confortavelmente acima de US$ 95 por tonelada até 2027. Para 2026, a expectativa é que o minério fique nos US$ 102 por tonelada, ante os US$ 92,50 por tonelada esperados anteriormente.
Já para o longo prazo, a expectativa subiu para US$ 85 por tonelada — versus os anteriores US$ 80 por tonelada.
“Apesar da fraqueza no consumo aparente de aço e na produção de aço bruto na China (queda de 2% a 4% no acumulado do ano), as altas taxas dos altos-fornos e as fortes exportações de aço continuam compensando, mantendo os estoques de minério de ferro nos portos chineses sob controle. O crescimento da oferta deve continuar modesto, já que a exaustão e a degradação do teor de minério seguem limitando o setor”, afirma o time de análise.
O banco também revisou as premissas sobre Simandou, agora projetando uma produção de 20 milhões de toneladas (Mt) em 2026, 40 Mt em 2027 e 55 Mt em 2028.
Para os analistas, embora essa produção entre em um mercado sem crescimento e represente um risco de pressão nos preços, é improvável que cause uma disrupção relevante no equilíbrio global.
“Os riscos de execução permanecem elevados, dada a complexidade logística e política do projeto, e as atualizações recentes indicam uma probabilidade crescente de atrasos e subentregas, em nossa visão”, ressalta o relatório.
A agenda de eficiência
Após um histórico de alocações de capital questionáveis, o BTG vê esta equipe de gestão como a mais disciplinada em duas décadas cobrindo ações.
A Vale recentemente reduziu o capex (investimentos) de US$ 6,5 bilhões para cerca de US$ 5,5 bilhões sem alterar de forma relevante o escopo dos projetos. A administração também destacou que o processo de aprovação de projetos está muito mais rigoroso, com rejeições mais frequentes.
Olhando adiante, o capex de crescimento deve girar em torno de US$ 1,5 bilhão por ano, puxado principalmente por minério de ferro e cobre, sendo este último o único vetor de crescimento a partir de 2027. Já o capex de manutenção deve chegar a, no máximo, US$ 4,5 bilhões.
Assim, os analistas enxergam o patamar como saudável, dado o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) acima de US$ 15 bilhões.
“Também ficamos satisfeitos ao ver a Vale resistir à pressão do governo para fechar um acordo com a Bamin — um ativo de logística complexa, com vida útil curta e alto capex. Essa postura reforça a disciplina econômica da atual gestão e sua abordagem favorável aos acionistas minoritários”, destaca o time.
Além disso, no passado, a Vale tinha dificuldade em cumprir seus próprios guidances. Agora, segundo o banco, está a caminho de entregar resultados no topo das metas de produção, com bom desempenho de custos.
“Neste ano, a produção deve superar 330 milhões de toneladas, com potencial para alcançar 350–360 milhões de toneladas até 2027, após a instalação dos novos britadores no projeto S11D (Carajás)”, afirma o relatório.
Por que comprar a Vale, segundo o BTG?
O banco acredita que a empresa virou a página em relação às pendências do passado e está recuperando a confiança dos investidores. A tese micro está tão sólida e o cenário macro está bem melhor do que o esperado.
Embora não seja uma pechincha após a recente alta, a Vale negocia a cerca de 4 vezes valor de mercado sobre Ebitda, contra 5 vezes a 6 vezes das concorrentes, e oferece potencial de dividendos na faixa de 11% a 12% para 2026.
Sem ‘mãozinha’ da Argentina, Mercado Livre (MELI34) tem lucro abaixo do esperado no 3T25, mas frete grátis faz efeito no Brasil
O Mercado Livre (MELI34) registrou lucro líquido de US$ 421 milhões no 3T25, avanço de 6% em relação ao ano anterior, mas abaixo das expectativas do mercado, que projetava US$ 488,65 milhões.
O que a dona do Google tem que as outras não têm? Alphabet sobe forte no after em Nova York após balanço; Meta e Microsoft apanham
Enquanto as ações da Alphabet chegaram a subir 6% na negociação estendida, os papéis da Meta recuaram 9% e os da Microsoft baixaram 2%; entenda os motivos que fizeram os investidores celebrarem uma e punirem as outras
“Só o básico” no Bradesco (BBDC4)? Lucro sobe quase 20% e vai a R$ 6,2 bilhões no 3T25, sem grandes surpresas
Em termos de rentabilidade, o banco também não surpreendeu, com um retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) de 14,7% no trimestre; veja os destaques do balanço
Mesmo com tempestade na Ambipar e na Braskem, CEO do Santander (SANB11) não vê crise de crédito iminente
Em entrevista coletiva, Mario Leão afirmou que o atual cenário, embora difícil para algumas empresas, não sinaliza crise à vista; banco é o maior credor da Ambipar
Nvidia (NVDA) se torna a primeira empresa do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado com apetite por Inteligência Artificial
O apetite dos investidores pela “fazedora de pás na corrida do ouro” da Inteligência Artificial (IA) é o que vem sustentando o bom desempenho da empresa em 2025
Tupy (TUPY3): por que a XP não enxerga oportunidade nas ações mesmo depois da queda de 45% no ano?
Após uma queda de 45% no ano, a XP cortou as estimativas para a Tupy, revelando desafios e oportunidades que podem impactar os próximos resultados da empresa
Prio (PRIO3) turbina capital em R$ 2 bilhões — mas sem um centavo de dinheiro novo; ações caem
Segundo a petroleira, a medida visa fortalecer a estrutura de capital, reforçando a posição de caixa
Nas trincheiras do varejo: o que esperar do Mercado Livre (MELI34) no 3T25 com a guerra cada vez mais escancarada no setor?
Entre frete grátis, cupons e margens espremidas, o Mercado Livre (MELI34) chega ao 3T25 no centro da guerra que redesenha o e-commerce brasileiro. Veja o que esperar dos resultados de hoje
Santander Brasil (SANB11) quer ROE acima de 20% mesmo com crescimento abaixo dos rivais — e reduz aposta na baixa renda e no agro, diz CEO
Mario Leão revela que o banco planeja uma expansão mais seletiva, com ampliação da carteira de crédito para alta renda e menos crédito novo para o agronegócio
Microsoft (MSFT) eleva fatia na OpenAI para 27%, e dona do ChatGPT finalmente passa a ter lucro como objetivo
Com a mudança, a dona do Windows passará a ter controle sobre 27% da empresa criadora do chatbot mais popular do planeta, ChatGPT, representando cerca de US$ 135 bilhões.
Marisa (AMAR3) ganha tempo em impasse sobre balanços; entenda o imbróglio da varejista com a CVM
No início do mês, a autarquia havia determinado que a varejista de moda constituísse provisões sobre processos tributários envolvendo a M Serviços, controlada indireta da Marisa
Bradesco (BBDC4) tem fome de rentabilidade, mas o ‘step by step’ vai continuar no 3T25? Analistas revelam o que esperar para o balanço
O Bradesco vai continuar a dar “um passo de cada vez” na trajetória de recuperação ou algo pode sair do esperado no terceiro trimestre? Veja as expectativas do mercado
Santander Brasil (SANB11) supera expectativas com lucro de R$ 4 bilhões e ROE de 17,5% no 3T25; confira os destaques do balanço
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) encerrou o trimestre em 17,5%, também acima das projeções; veja os destaques
Como o Nubank (ROXO34) conseguiu destronar a Petrobras (PETR4) como a empresa mais valiosa do Brasil?
O Nubank superou a Petrobras no ranking das maiores empresas da América Latina, impulsionado pelo crescimento no México e pela aposta em inteligência artificial, enquanto a estatal enfrenta um cenário desafiador com a queda do petróleo e tensões políticas
O que a Sabesp (SBSP3) tem de especial para o Santander recomendar a compra das ações mesmo diante de uma nova crise hídrica
O banco tem preço-alvo de R$ 122,02 para os papéis da companhia; no pregão desta terça-feira (28), as ações fecharam em queda de 0,15%, cotadas a R$ 131,84
Rumo à privatização, Copasa (CSMG3) conclui emissão de debêntures e reforça caixa com R$ 600 milhões
A estatal mineira de saneamento conclui a 21ª emissão de debêntures e reforça seus planos de investimento, com a privatização cada vez mais próxima, segundo analistas do BTG Pactual
Crise no Banco Master pode gerar risco sistêmico? Campos Neto diz que não — e revela qual o real perigo
A crise do Banco Master gerou temores no mercado financeiro, mas segundo Roberto Campos Neto, o episódio não representa um risco sistêmico; entenda
ChatGPT Go: versão de assinatura mais barata da ferramenta chega ao Brasil com opção gratuita para clientes Nubank
A OpenAI lança no Brasil o ChatGPT Go, uma versão mais acessível da ferramenta de inteligência artificial, com preços 65% mais baixos que o plano Plus. Em parceria com o Nubank, a novidade oferece assinaturas gratuitas de até 1 ano para clientes do banco
MBRF e os sauditas: um negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
Pelo segundo dia seguido, as ações da MBRF subiram forte na bolsa na esteira do anúncio da joint venture com a HPDC, subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita
Amazon quer cortar 14 mil cargos na área corporativa — e as demissões podem estar só começando na big tech
Com a inteligência artificial e robôs ganhando espaço, a Amazon inicia um plano de reestruturação que pode transformar a forma como a empresa opera — e afeta milhares de empregos.
