Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto

Muitos paradigmas caíram por terra no mercado financeiro internacional nos últimos dias. Bolsas americanas e dólar perderam valor no mesmo pregão, enquanto as taxas dos Treasuries subiram — um evento raro que demonstra fuga de capital e desconfiança dos investidores sobre o futuro da maior economia do mundo.
Uma pesquisa recente do Bank Of America (BofA) mostrou que os gestores globais poucas vezes nos últimos 25 anos estiveram tão pessimistas quanto ao futuro dos mercados e da economia global quanto agora — e os gestores brasileiros não estão de fora deste clima tenso.
Laís Costa e Alexandre Alvarenga, analistas da Empiricus, conversaram com os gestores da Absolute Vertex, Genoa Radar e Kapitalo K10, para entender quais são as estratégias macro dos especialistas para este ambiente marcado por incertezas econômicas e geopolíticas.
- VEJA MAIS: A Receita Federal atualizou as regras para a declaração em 2025 – veja todas as mudanças no Guia do Imposto de Renda
Em relatório, eles escrevem que as perspectivas são nebulosas e o que predomina é a cautela na escolha de cada posicionamento. Entre as três casas, há apenas uma unanimidade: posição aplicada em juros nominais dos Estados Unidos.
Isso significa que os gestores projetam juros mais baixos do que a expectativa atual do mercado para o país ao fim do ano, em meio à expectativa de recessão nos EUA e desaceleração global.
Estados Unidos no olho do furacão
Na Absolute Vertex, o time de gestão, que começou o ano comprado em bolsas americanas, zerou todas as posições após o tarifaço e uma das principais teses atualmente é a desvalorização do dólar, primeiro contra moedas de países desenvolvidos — como já estamos vendo com o euro —, depois contra emergentes.
Leia Também
O fundo tem posições vendidas (expectativa de queda) em dólar contra euro e iene japonês. “Essa é hoje a principal exposição da carteira, que opera com risco bastante reduzido”, diz o relatório.
Na Genoa Radar, eles avaliam que a desconfiança atual é um dos principais problemas do mercado, devido à repreensão de investimentos.
“Se nós, gestores de recursos, que só temos posições líquidas e conseguimos zerar em poucos dias, já temos uma insegurança enorme para montar posições, imagine uma empresa que precisa fazer investimentos com horizonte de anos à frente”, disse Emerson Codogno, gestor de câmbio do Genoa Radar.
Os especialistas da casa esperam um cenário ruim para os Estados Unidos nos próximos meses, com queda na atividade, possível aumento do desemprego e um cenário propício para queda dos juros na tentativa de reaquecer a economia.
Com isso, a posição aplicada em juros nominais é a principal tese no momento.
Mas a leitura da Genoa se estende para o México. O país é bastante dependente de seu vizinho do norte e um dos principais afetados pelas tarifas de Trump e possíveis acordos bilaterais. Com isso, a leitura é a mesma: projeção de cortes de juros mais acentuados do que o mercado precificou até agora.
Atualmente, a taxa básica mexicana está em 9%, após o Banxico, o banco central do México, reduzir em 50 pontos-base em março.
A Genoa ainda mantém posições vendidas nos mercados de ações dos EUA, tanto nas small caps (Russell 2000) quanto nas grandes empresas (S&P 500). A visão da casa é de que a possível recessão ainda não está refletida nos preços dessas empresas.
Mas a visão é diferente para os papéis de tecnologia. Netflix, Microsoft, Amazon e Nvidia foram as selecionadas para posições compradas pelos fundos.
- VEJA MAIS: Nvidia cai mais de 6% com ‘bloqueio’ de Trump em vendas de chip para a China e analista prefere ação de ‘concorrente’ para investir agora; entenda
Por fim, a escolha da Kapitalo K10 foi ousar e aumentar o risco do portfólio em teses mais arriscadas.
Além da expectativa pela queda de juros de forma mais acentuada do que a esperada pelo mercado nos Estados Unidos, a casa vê a mesma situação para a Europa e a China.
A visão é de que as medidas de Trump são recessivas não apenas para a economia doméstica americana, mas como também para os principais tarifados.
Além disso, a equipe acredita que o remanejamento das cadeias de produção será profundo, pressionando para baixo os preços das principais commodities. Com isso, eles estão vendidos em petróleo, soja, café, cobre, zinco, alumínio e gás.
Em contrapartida, o ouro é visto pela Kapitalo como o ativo escolhido para os movimentos de aversão ao risco global. A gestão mantém uma posição comprada pequena no metal precioso.
Gestores olham para economia e ações no Brasil
Não é unanimidade entre os gestores a visão de ganhos do Brasil com a guerra tarifária. As casas apontam que o país tem seus problemas locais com os quais lidar.
A chance de o governo abrir a torneirinha de dinheiro diante da impopularidade com a proximidade das eleições de 2026 está no radar.
Com isso, os gestores não veem o investidor estrangeiro aumentando sua parcela de investimentos aqui, enquanto Europa e China apresentam movimentos de crescimento econômico mais promissores.
“Países como Alemanha, Japão e China começaram a sinalizar estímulos fiscais. Essa nova configuração começou a criar alternativas reais aos ativos americanos”, diz a Absolute.
Entretanto, a casa tem “posições tímidas” na bolsa brasileira, além de posições aplicadas em juros reais e nominais, refletindo uma visão de que, com o dólar mais fraco e queda da taxa Selic nos próximos meses, a economia deve melhorar ligeiramente,, e o mercado tende a acompanhar na precificação.
Já a Genoa optou por posições aplicadas apenas nos juros nominais. A tese é de que a desaceleração global e possível queda nos preços das commodities deve abrir espaço para que o Banco Central brasileiro diminua os juros a níveis ainda não precificados pelo mercado.
As ações brasileiras também estão no book de ações do time. Posições defensivas, como utilidades públicas e bancos, são a preferência, com destaque para Sabesp (SBSP3), Itaú (ITUB4) e BTG (BPAC11).
Por fim, a Kapitalo está vendida em bolsa brasileira.
“No Brasil, a leitura é particularmente pessimista. A gestão entende que o país está mal posicionado para esse novo ciclo global, com um fiscal frágil e um governo com tendência a aumentar gastos. Além disso, a esperada queda das commodities tende a reduzir a arrecadação e reforça o desequilíbrio”, diz o relatório.
A posição local da casa é aplicada em juros reais, por meio de títulos do Tesouro IPCA+ (NTN-B) de vencimentos 2028 e 2031. A casa espera valorização dos papéis com a queda da Selic no curto prazo.
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas
“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário
O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos
Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis
No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários
Sortudo embolsa quase R$ 15 milhões com a Quina, e Mega-Sena acumula em R$ 90 milhões; veja os resultados dos sorteios de terça (10)
Não é só a Mega-Sena que pode fazer um novo milionário em breve: outras cinco loterias estão acumuladas — e com prêmios de mais de R$ 1 milhão
Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta
Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria
O Brasil vai ser cortado? Moody’s diz o que pode levar ao rebaixamento do rating do país
Em evento nesta terça-feira, a analista responsável pela nota de crédito brasileira listou os pontos fortes e fracos do país
Haddad confirma IR de 17,5% para investimentos e 20% para JCP, e diz que medidas só atingem “os moradores da cobertura”
Ministro da Fazenda se reuniu hoje com o presidente Lula para apresentar pacote discutido no domingo com líderes do Congresso
O caminho do bem: IPCA de maio desacelera, fica abaixo das estimativas e abre espaço para fim do ciclo de alta da Selic
Inflação oficial caiu de 0,43% para 0,26%, abaixo do 0,33% esperado; composição também se mostrou mais saudável, embora ainda haja pontos de atenção
Haddad quer reduzir incentivos fiscais, mas ainda não teve apoio de parlamentares; entenda os planos do ministro, que incluem BPC e Fundeb
A equipe econômica também apresentou um quadro das despesas para uma maior compreensão do atual quadro fiscal do país
É recorde de Pix: brasileiros fazem quase 280 milhões de transações em um dia e valor passa de R$ 135 bilhões
O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações
IOF em debate: Congresso não tem compromisso de aprovar as medidas propostas pelo governo, diz presidente da Câmara
Declaração de Hugo Motta aconteceu após reunião de quase seis horas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso no domingo (8)
Alternativa ao IOF: investimento em ações também pode estar na mira do governo; veja o que se sabe até agora
Por ora, todas as medidas aventadas vão na direção de aumentar as receitas do governo – nada de cortar gastos foi adiante nas negociações entre a equipe econômica e os líderes do Congresso, que se reuniram durante horas na noite neste domingo (08)
Quina e outras loterias sorteiam mais de R$ 21 milhões hoje — mas os prêmios de encher os olhos vêm depois
Tem Quina com R$ 13,5 milhões em jogo nesta segunda (10), mas loterias como Mega-Sena e Quina de São João roubam a cena
Pacote com alternativas ao IOF deve incluir taxação sobre bets, mas também imposto sobre LCI e LCA
A expectativa é que o pacote seja apresentado novamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (10) pela manhã
Agenda econômica: PIB no Reino Unido e inflação no Brasil e nos EUA; veja o que movimenta os mercados nesta semana
A agenda dos próximos dias é enxuta, mas os números esperados devem impactar as projeções futuras do mercado
A esperança pela “volta” do Banco do Brasil (BBAS3) e as 5 ações para o segundo semestre são os temas mais lidos da semana
Entre a recuperação do Banco do Brasil (BBAS3) e as apostas da Bradesco Asset para o 2º semestre, veja os destaques mais lidos da semana no Seu Dinheiro
Haddad se encontra com líderes partidários para discutir alternativas ao aumento do IOF: o que esperar?
O anúncio sobre as medidas deve ser feito na próxima terça-feira
R$ 61 milhões na mesa: ninguém acerta os seis números e Mega-Sena acumula — mas prêmio de ‘consolação’ é R$ 44 mil
Confira os números sorteados no concurso 2.873 da Mega-Sena