🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

2 de dezembro de 2025
7:08 - atualizado às 19:43
Jerome Powell, presidente do Fed, com efeito
Montagem com Jerome Powell, presidente do Fed - Imagem: Federal Reserve / Montagem Brenda Silva

O mês de novembro apresentou uma dinâmica particularmente interessante. Quando observamos o comportamento dos ativos brasileiros, a fotografia é nitidamente mais favorável do que aquela vista nos mercados internacionais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao longo de 2025, a narrativa predominante em diversas praças globais foi a de um dólar estruturalmente mais fraco, movimento que costuma beneficiar ativos internacionais — incluindo os brasileiros, tradicionalmente mais sensíveis a esse tipo de oscilação cambial.

Em novembro, porém, o pano de fundo global ganhou um contorno distinto, marcado pelo temor crescente de uma possível bolha nas teses ligadas à inteligência artificial (IA).

O ponto central dos mercados

Enquanto os Estados Unidos enfrentavam volatilidade adicional — tanto por essa preocupação com valuations em IA quanto pela incerteza sobre a continuidade do ciclo de cortes do Federal Reserve (Fed) —, os ativos domésticos encontravam espaço para avançar.

A combinação de expectativas mais firmes de redução da Selic, maior probabilidade de alternância de poder nas eleições de 2026 e um dólar ainda enfraquecido criou um ambiente mais construtivo para o Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na etapa final do mês, contudo, o cenário internacional começou a se recompor: as tensões sobre o setor de inteligência artificial arrefeceram e deram lugar a um processo mais saudável de diferenciação entre empresas — uma rotação entre nomes que subiram excessivamente e outros que ficaram para trás — ao mesmo tempo em que ressurgiu a chance de um corte adicional de juros nos EUA.

Leia Também

Esse ponto foi central. Durante boa parte de novembro, o mercado global operou sob incerteza quanto à possibilidade de cortes adicionais já em dezembro, refletindo tanto o tom mais duro adotado por Jerome Powell na última coletiva — quando evitou sinalizar conforto com novos cortes — quanto o “apagão” de dados oficiais resultante do shutdown prolongado do governo norte-americano.

A ausência de indicadores-chave aumentou a hesitação dos investidores e reforçou a volatilidade.

Gradualmente, porém, o ambiente começou a mudar. O fim da paralisação permitiu a retomada da divulgação de indicadores — ainda que atrasados e com defasagens estatísticas relevantes — e trouxe maior visibilidade ao ciclo econômico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Paralelamente, dados privados e regionais, que não foram afetados pelo shutdown, continuaram a ser publicados e acabaram reforçando a leitura de desaceleração moderada e de espaço para flexibilização monetária.

Esses sinais, combinados, ajudaram a sustentar a percepção de que um novo corte de juros em dezembro voltou a ser uma possibilidade concreta, contribuindo para a melhora dos mercados globais na virada do mês.

No pano de fundo, a sucessão no Fed tornou-se um dos principais focos de atenção dos mercados. Donald Trump afirmou já ter escolhido o nome que substituirá Jerome Powell e deve formalizar o anúncio em breve.

Entre os candidatos, Kevin Hassett — diretor do Conselho Econômico Nacional — aparece como favorito por ser mais alinhado ao desejo da Casa Branca de promover cortes de juros mais agressivos. Kevin Warsh também permanece no radar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

VEJA TAMBÉM: O futuro da PETROBRAS: Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário - assista o novo episódio do Touros e Ursos no Youtube

O jogo da política monetária no Fed

A simples possibilidade de mudança no comando do Fed já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual.

Pairam incertezas sobre os efeitos das novas tarifas sobre a inflação, sobre a demanda que pode vir da “One Big and Beautiful Bill” de Trump e, sobretudo, sobre o grau de autonomia que o banco central manterá.

Trump há muito demonstra desconforto com a postura de Powell, pressionando reiteradamente por juros mais baixos — atitude que, não raramente, se aproxima do populismo observado em países emergentes, inclusive na América do Sul. Por isso, a sucessão do atual presidente do Fed — cujo mandato termina em maio de 2026 — está longe de ser um processo trivial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os nomes cogitados são, em maior ou menor grau, politicamente mais alinhados ao presidente, e todos carregam o potencial de promover inflexões significativas na condução institucional da política monetária. A discussão central, portanto, não é apenas “quem será escolhido”, mas “quão independente será o próximo presidente do Fed”.

LEIA MAIS: Ferramenta gratuita do Seu Dinheiro calcula quanto é preciso investir para conquistar a independência financeira; confira aqui 

Além do corte de juros

O projeto em discussão vai além de simples cortes de juros. A proposta envolve uma reengenharia mais profunda da instituição: redução de pessoal, reorganização dos bancos regionais e, principalmente, uma redefinição da missão da autoridade monetária, aproximando-a mais das prioridades do Executivo do que do manual ortodoxo que guiou o Fed ao longo de décadas. Uma verdadeira “mudança de regime”.

O efeito sobre a governança seria imediato: maior politização, perda de coesão técnica e risco de que o FOMC passe a operar de forma mais semelhante à Suprema Corte — polarizada, sujeita a disputas de nomeações e menos previsível.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com apenas duas cadeiras do comitê abertas para nomeação no próximo mandato, a sucessão de Powell pode se transformar em peça-chave não só da política monetária, mas da própria dinâmica eleitoral e da estabilidade dos mercados.

A perspectiva de Hassett assumir o comando reforçou a leitura de que o Fed poderia se tornar mais inclinado a cortes de juros — ainda que isso, no médio prazo, envolva riscos conhecidos.

Os Estados Unidos já experimentaram, nos anos 1970, o custo econômico de intervenções políticas na autoridade monetária, processo que contribuiu para reacender a inflação. A própria experiência brasileira mostra que a politização do BC costuma cobrar um preço elevado.

Ainda assim, o mercado interpreta que a presença de quadros técnicos dentro do Fed tende a funcionar como contrapeso, evitando movimentos abruptos ou excessivamente politizados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse contexto, voltou a ganhar força a expectativa de um corte de juros já em dezembro, seguido de possíveis reduções adicionais em 2026 — desde que a economia evite uma recessão.

Esse cenário mais flexível reforça ativos de risco, especialmente os mais sensíveis ao ciclo de juros, e favorece um enfraquecimento adicional do dólar em nível global, alimentando a tese de rotação internacional de portfólios.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 7:58

Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA

BOMBOU NO SD

CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana

23 de novembro de 2025 - 17:13

Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD

MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

17 de novembro de 2025 - 7:53

Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos

VISÃO 360

Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’

16 de novembro de 2025 - 8:00

Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje

14 de novembro de 2025 - 8:24

Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira

SEXTOU COM O RUY

Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam

14 de novembro de 2025 - 6:55

Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje

13 de novembro de 2025 - 7:57

Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?

12 de novembro de 2025 - 19:54

Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje

11 de novembro de 2025 - 8:28

Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar