Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas
Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda

Enquanto alguns choram, outros riem. Na cruzada de Donald Trump para devolver vida aos mercados norte-americanos, o ditado virou regra. Pode soar contraintuitivo à primeira vista, mas o anúncio de tarifas de 100% sobre chips e semicondutores fabricados fora dos Estados Unidos provocou um rali entre as ações das big techs.
O detalhe está no aviso: quem estiver construindo dentro dos EUA não paga nada.
As palavras exatas de Trump no Salão Oval da Casa Branca, durante uma reunião com o CEO da Apple, foram claras. “Estaremos aplicando uma tarifa de aproximadamente 100% sobre chips e semicondutores.” Mas completou: “se você estiver construindo nos Estados Unidos da América, não há cobrança.”
Em resposta ao anúncio, as ações da Nvidia (NVDA), líder na fabricação de chips de inteligência artificial, chegaram a subir até 2,5% nesta quinta-feira, atingindo uma nova máxima intradiária de US$ 183,88 antes de devolver parte dos ganhos ao meio-dia.
Já o índice de semicondutores da Filadélfia, conhecido como SOX, que reúne as 30 maiores ações de semicondutores negociadas nos EUA, avança 1,44% por volta das 14h15.
- LEIA TAMBÉM: Market Makers destrincham o ‘método de investimento de Mugler e Buffett’ em 3 aulas gratuitas; veja
Batendo de cara na porta
Mas nem todas as big techs escaparam ilesas. Quem saiu com o olho roxo foi a Intel.
Leia Também
Se investir nos EUA é a condição para passar ileso pela nova política tarifária, a empresa enfrenta desafios muito mais específicos diante do governo Trump.
Em uma publicação no Truth Social, o presidente norte-americano pediu a renúncia do CEO da Intel, Lip-Bu Tan, afirmando que ele "está em grande conflito e deve renunciar imediatamente" e que "não há outra solução para este problema".
O ataque veio depois de o senador Tom Cotton, republicano do Arkansas, levantar suspeitas sobre os vínculos de Tan com empresas chinesas.
Em uma carta enviada ao presidente da Intel, Frank Yeary, Cotton destacou que Tan, ex-CEO da Cadence Design Systems, teria investido em companhias de semicondutores com ligações com as forças armadas chinesas.
- LEIA MAIS: ‘Onde Investir em Agosto’ está no ar: conheça os ativos mais promissores para investir neste mês
Trump toca, o mercado dança; como as big techs estão reagindo
Apple
A Apple pode não ser uma fabricante tradicional de semicondutores, mas seus próprios chips estão no centro da tempestade. Na quarta-feira, Donald Trump anunciou que a companhia vai investir mais US$ 100 bilhões em empresas e fornecedores norte-americanos nos próximos quatro anos.
Apesar de sediada nos Estados Unidos, a Apple há muito concentra sua produção no exterior. Cerca de 90% dos iPhones, por exemplo, são montados na China. Desde o início do governo Trump, Tim Cook já se reuniu diversas vezes com o presidente para negociar um aumento da produção em território norte-americano.
A empresa afirma que sua cadeia de suprimentos nos EUA será responsável por mais de 19 bilhões de chips para seus produtos neste ano. Entre as fornecedoras está a TSMC, cuja unidade no Arizona vem ganhando protagonismo.
As ações da Apple sobem 2,79% na Nasdaq na tarde desta quinta-feira.
TSMC
Do outro lado do mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a maior fabricante terceirizada de chips do planeta, garantiu isenção da tarifa.
A informação veio de uma autoridade taiwanesa durante um briefing parlamentar nesta quinta. Já o principal enviado comercial da Coreia do Sul, Yeo Han-koo, afirmou que tanto a Samsung quanto a SK Hynix também estariam livres da taxa de 100%.
A TSMC prometeu um total de US$ 165 bilhões em investimentos nos Estados Unidos. Desse montante, US$ 65 bilhões já estão sendo destinados à planta de produção de chips avançados em Phoenix, no Arizona, e outros US$ 100 bilhões foram anunciados em março.
As ações da companhia sobem quase 4,77% em Nova York hoje.
Samsung
A Samsung, por sua vez, mantém uma base sólida no Texas e já comprometeu bilhões em investimentos nos EUA. Na quarta-feira, a Apple revelou que sensores de imagem dos seus dispositivos seriam produzidos nas instalações da coreana em Austin.
As ações da Samsung encerraram o dia em alta nas negociações sul-coreanas. Embora esteja presente no solo americano, a empresa fabrica principalmente chips menos sofisticados, mas amplamente usados em diferentes segmentos industriais.
Após o fechamento, as ações da Samsung subiram 2,47% no mercado sul-coreano.
Nvidia
A Nvidia também não ficou parada. Em abril, a empresa anunciou planos de investir até US$ 500 bilhões em infraestrutura de inteligência artificial nos EUA por meio de parcerias de manufatura ao longo dos próximos quatro anos.
Seus chips da série Blackwell já começaram a ser produzidos na unidade da TSMC no Arizona.
Após a nova máxima intradia, as ações da Nvidia registram uma alta 0,6% na Nasdaq.
*Com informações da CNBC
Investir em ações ESG vale a pena? Estudo da XP mostra que sim, com impacto positivo no risco
Relatório revela que excluir empresas com notas baixas em sustentabilidade não prejudica os retornos e pode até proteger a carteira em ciclos de baixa
UBS recomenda aumento da exposição a ações brasileiras e indica título de renda fixa queridinho dos gestores
Relatório destaca o fim do ciclo de aperto monetário nos EUA e no Brasil, com os próximos seis meses sendo decisivos para o mercado diante das eleições de 2026
FII BRCO11 quer ampliar a carteira de imóveis e convoca cotistas para aprovar novas compras; entenda a proposta
Os ativos pertencem a fundos imobiliários do mesmo gestor e, por isso, a operação configura situação de conflito de interesse
Dividendos gordos a preço de banana: descubra as ações prontas para voar no ano eleitoral
Estudo mostra que setores perenes continuam se destacando, mesmo com mudanças políticas e troca de mandatários; hora de comprar?
Bolsa barata em ano eleitoral: mito ou verdade? Estudo mostra histórico e ações pechincha com maior potencial de valorização em 2026
Do rali dos 150 mil pontos ao possível tombo: como aproveitar a bolsa nos próximos meses, com caixa ou compras graduais?
As maiores altas e quedas do Ibovespa em setembro: expectativas de cortes de juros no Brasil e nos EUA ditaram o mês
O movimento foi turbinado pelo diferencial de juros entre Brasil e EUA: enquanto o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, o Fed iniciou o afrouxamento monetário
TRBL11 chega à grande batalha: FII entra na Justiça contra os Correios e cobra R$ 306 milhões
O impasse entre o FII e a estatal teve início há um ano, com a identificação de problemas no galpão localizado em Contagem (MG)
Sangria cada vez mais controlada na Resia anima mercado e MRV (MRVE3) salta no Ibovespa; o que fazer com as ações?
A construtora anunciou a venda de mais quatro terrenos da subsidiária norte-americana, em linha com os planos de desinvestimento por lá
Ibovespa bate (mais um) recorde intradia acima dos 147 mil pontos, mas perde o fôlego durante o pregão; dólar sobe a R$ 5,32
A bolsa brasileira teve uma ajudinha extra de Wall Street, mas acabou fechando estável
Gestoras Verde, Ibiuna e Vinland apostam na queda do dólar e destacam bitcoin, ouro e Tesouro IPCA+
Gestores de fundos multimercados notórios estão vendidos na moeda norte-americana e não veem tendência de reversão na maré de baixa no curto e médio prazo
Ouro renova recorde com investidores de olho na paralisação do governo dos EUA
Além do risco de shutdown, fraqueza do dólar também impulsiona o metal precioso
“Não compro o Trade Tarcísio”: Luis Stuhlberger espera disputa acirrada em 2026 e conta onde está investindo
Gestor da Verde Asset prevê uma eleição de 2026 marcada por forte volatilidade, descarta o chamado “Trade Tarcísio” e revela onde está posicionando o fundo
Liderança ameaçada? Com a chegada iminente de concorrentes, B3 (B3SA3) vai precisar melhorar seu jogo para “ganhar na bola”
A empresa tem um mindset “antigo e acomodado”, segundo analistas, e a chegada iminente de concorrentes sérios forçará a redução de preços e o aperto das margens
Pão de Açúcar (PCAR3) no topo, e Raízen (RAIZ4) na baixa: confira o que movimentou o Ibovespa nos últimos dias
O principal índice da B3 até encerrou a sessão de sexta-feira (26) em alta, mas não foi o suficiente para fazer a semana fechar no azul
Fundo imobiliário TRXF11 sobe o sarrafo e anuncia emissão recorde para captar até R$ 3 bilhões
A operação também vem na esteira de um outro marco: o FII atingiu a marca de 200 mil investidores
Ambipar (AMBP3) e Azul (AZUL4) disparam, Braskem (BRKM5) derrete: empresas encrencadas foram os destaques do dia, para o bem e para o mal
Papéis das companhias chegam a ter variações de dois dígitos, num dia em que o Ibovespa, principal índice da bolsa, opera de lado
O preço do barril de petróleo vai cair mais? Na visão do BTG, o piso da commodity vai ficar mais alto do que o mercado projeta
Para o banco, o preço mais alto deve se manter devido a tensões geopolíticas, riscos de interrupção de fornecimento e tendências que limitam quedas mais profundas
Novo gigante na área: Fusão entre RBRF11 e RBRX11 sai do papel e cria terceiro maior hedge fund imobiliário do mercado
A operação será feita por meio da troca dos ativos do RBRF11 por cotas do RBRX11, o que levará à liquidação do fundo original
Trump ‘acorda’ e prescreve 100% de tarifa às farmacêuticas, enquanto mercado olha para o indicador favorito do Fed
O presidente dos EUA reacendeu os temores sobre o comércio global com novas tarifas, incluindo aumento de 100% sobre farmacêuticas e altas para caminhões e móveis; enquanto isso, mercado avalia PCE
Modus operandi de sobrevivência: diluir os acionistas se tornou o “novo normal” para empresas abertas em crise?
Diversas empresas alavancadas passaram a usar suas ações como moeda para pagar dívidas. Mas o que isso de fato significa para o investidor minoritário?