Magazine Luiza (MGLU3) afunda quase 5% na bolsa após ata do Copom e lidera as perdas do Ibovespa hoje. O que está por trás do tombo?
A gigante do varejo não é a única no vermelho nesta sessão. No pódio de maiores quedas, a CVC (CVCB3) vem logo na esteira, com quedas da ordem de 4,55%

Mais uma vez, os juros emergem como detrator do desempenho do setor de varejo na bolsa brasileira. Desta vez, o “efeito pós-Copom” é quem faz as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e de outras varejistas liderarem as perdas do pregão desta terça-feira (4).
Por volta das 11h50, o Magalu caía 4,71% e liderava a ponta negativa do Ibovespa, negociado a R$ 6,88. No acumulado de 12 meses, a desvalorização chega a 64%.
Mas a gigante do varejo não é a única no vermelho nesta sessão. No pódio de maiores quedas do Ibovespa, a CVC (CVCB3) vem logo na esteira, com quedas da ordem de 4,55% no mesmo horário, a R$ 1,89.
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O movimento de queda é generalizado entre as ações cíclicas — caso das empresas ligadas ao consumo e dos negócios que costumam operar mais alavancados, como os dos setores de educação e locação de automóveis —, que dominam as perdas da B3 no início da tarde.
O motivo por trás do mau humor? A abertura da curva de juros futuros (DIs) após a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinalizar que a Selic pode seguir em alta para além da reunião de março.
Magazine Luiza (MGLU3) e outras quedas do Ibovespa:
Nome | Ticker | Último | Variação |
Magazine Luiza ON | MGLU3 | R$ 6,88 | -4,71% |
CVC Brasil ON | CVCB3 | R$ 1,89 | -4,55% |
MRV ON | MRVE3 | R$ 5,38 | -3,76% |
Carrefour ON | CRFB3 | R$ 6,07 | -4,56% |
LWSA ON | LWSA3 | R$ 3,19 | -3,63% |
YDUQS ON | YDUQ3 | R$ 9,88 | -3,98% |
Cogna ON | COGN3 | R$ 1,35 | -3,57% |
Lojas Renner ON | LREN3 | R$ 13,09 | -3,47% |
Automob ON | AMOB3 | R$ 0,31 | -3,13% |
Pão de Açúcar ON | PCAR3 | R$ 2,59 | -2,26% |
A ata do Copom e o impacto nas ações do varejo
A piora no apetite a risco dos investidores é resultado de um comunicado mais duro do Copom sobre o futuro dos juros, que fez ruir as esperanças de uma parcela do mercado de um ciclo mais curto de aperto monetário no Brasil.
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Os diretores do colegiado afirmaram que a indicação de mais uma alta de 1 ponto percentual (p.p.) na Selic na próxima reunião é “apropriada” ao cenário atual, assim como a decisão de seguir o guidance em janeiro.
Vale lembrar que, no fim de janeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 1 p.p, para 13,25% ao ano. O Banco Central também deixou contratada mais uma alta da mesma magnitude para a próxima reunião, o que colocará os juros no patamar de 14,25% a.a em março.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, afirmou o Copom, na ata sobre a última reunião.
Sobre o guidance para além de março, o Copom destacou que a magnitude do ciclo de aperto monetário será ditada pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação”.
E o que isso tem a ver com o desempenho das ações do Magalu hoje?
Em resumo, a falta de previsão sobre quando o ciclo de alta da Selic chegará ao fim influencia diretamente a curva de juros futuros (DIs), que passa a prever taxas mais altas no longo prazo.
O aumento dos DIs, por sua vez, impacta o desempenho das ações de varejistas como o Magazine Luiza. Isso porque as companhias mais endividadas e ligadas ao consumo tendem a ser mais sensíveis a fatores macroeconômicos, como os juros, já que operam com margens mais apertadas e dependem de crédito barato para crescer.
*Com informações do Money Times.
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