🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

MEXENDO NA BOLSA

Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças

Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras

Montagem mostra leão gigante saindo pela porta da B3/Ibovespa, reprentando a Receita Federal e o Imposto de Renda
MP também estabelece mudanças importantes na compensação de prejuízos e alíquota de IR maior sobre JCP. Imagem: Shutterstock, com intervenção de Andrei Morais

A tributação de ativos negociados de renda variável vai mudar, e muito. É o caso do imposto de renda cobrado sobre ganhos líquidos com a venda de ações, ETFs (fundos de índice) e derivativos (como opções e contratos futuros).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Hoje a alíquota de IR desses investimentos é de 15% para operações comuns (em que a compra e a venda ocorrem em pregões distintos) e 20% para operações day trade (em que a compra e a venda ocorrem no mesmo pregão).

Esses percentuais serão substituídos por uma alíquota única de 17,5%, válida para para qualquer tipo de operação em mercados de bolsa ou balcão organizado, seja comum ou day trade. Isso significa que operações comuns ficarão mais caras, e o day trade ficará mais barato.

Mudanças só entrariam em vigor em 2026, após passar pelo Congresso

As mudanças constam da Medida Provisória 1.303, publicada na noite de ontem (11) pelo governo em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

A MP traz mudanças nas tributações de todas as aplicações financeiras, de forma a substituir a polêmica alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para uma série de transações, anunciada no fim de maio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O texto deverá ser apreciado pelo Congresso num prazo de até 120 dias, após o qual a MP caduca. Todas as mudanças do texto entram em vigor apenas em 1º de janeiro de 2026.

Leia Também

Isso significa que, para operações em bolsa e mercado de balcão organizado feitas ainda neste ano, mantêm-se as regras de tributação atuais, incluindo as de compensação de prejuízos.

Recolhimento de imposto de renda passa a ser trimestral

Além da implementação da alíquota única de 17,5%, a MP introduz ainda uma nova regra de periodicidade de recolhimento do imposto de renda sobre ganhos com a venda de ações e outros ativos de renda variável negociados em bolsa ou mercado de balcão.

Hoje, a apuração do imposto é mensal. A partir do ano que vem, passa a ser trimestral, mas seu recolhimento permanece sob a responsabilidade do próprio investidor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assim, a isenção de IR para ganhos em operações comuns com ações no mercado à vista também muda sua periodicidade de cálculo. Hoje, o limite de isenção é de R$ 20 mil em vendas de ações no mercado à vista. A partir do ano que vem, passa a ser de R$ 60 mil no trimestre.

Quando o valor vendido no mercado à vista no trimestre ultrapassar os R$ 60 mil, os lucros com ações são integralmente tributados.

  • LEIA TAMBÉM: Ferramenta te mostra uma projeção de quanto é necessário investir mensalmente na previdência privada. Simule aqui

Tributação de juros sobre capital próprio (JCP) fica maior

Outra alíquota de IR que deve ficar maior, segundo a MP publicada ontem, é a que incide nos ganhos com a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas.

Hoje, esses proventos são tributados na fonte a uma alíquota de 15%. A MP propõe agora uma alíquota de 20% para os JCP distribuídos a partir do ano que vem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mudanças na compensação de prejuízos

A MP introduziu ainda mudanças importantes no mecanismo de compensação de prejuízos com ações e outros ativos de renda variável.

Hoje, os prejuízos com essas operações nunca prescrevem. Em contrapartida, só podem compensar lucros com outros ativos de renda variável sujeitos à mesma alíquota de tributação.

Assim, é possível compensar prejuízos com ações, ETFs e derivativos entre si, desde que operações comuns compensem operações comuns e day trade compense day trade.

Compensação de prejuízos entre diferentes classes de ativos

A MP muda essas regras. Primeiro que, a partir do ano que vem, será possível compensar prejuízos de lucros obtidos com qualquer aplicação financeira que seja tributada à alíquota única de 17,5%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assim, prejuízos com ativos de renda variável podem, em tese, compensar lucros com títulos de renda fixa, fundos de investimento e vendas de cotas de fundos imobiliários e fiagros, e vice-versa.

Em tese porque o texto da MP sugere isso em vários trechos, embora também diga que a compensação será possível apenas entre ativos que sejam informados na mesma ficha da declaração de ajuste anual.

Ainda não sabemos como, portanto, essa compensação será feita na declaração, nem em quais fichas cada investimento será declarado, mas os advogados tributaristas ouvidos pela reportagem entendem que a compensação de prejuízos entre ativos de classes distintas será, sim, possível.

Para Carlos Crosara, especialista em Direito Tributário pela PUC-SP, mestre e doutorando pela USP e advogado do escritório Natal & Manssur Advogados, o texto da MP abre espaço para isso ao unificar os ativos de renda variável e outros investimentos sob o mesmo conceito de "aplicação financeira". "Acho que esse é o fundamento mais relevante para essa interpretação", diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Prejuízos passam a prescrever

Outra mudança importante é que agora, em todos os casos, incluindo os de renda variável, os prejuízos prescrevem. Eles têm cinco anos para ser compensados, após os quais irão caducar.

Prejuízos acumulados em ativos de renda variável até 31 de dezembro de 2025 não poderão ser compensados na declaração de IR, como ocorrerá com os prejuízos acumulados a partir de 2026.

Eles deverão ser compensados apenas com lucros obtidos na venda de outros ativos de renda variável, seguindo a regra atual, ainda que a compensação ocorra a partir de 2026. A compensação desses prejuízos "antigos" somente poderá ser feita até o final de 2030.

    Situações em que a compensação de prejuízos não será permitida

    Segundo a MP, a compensação de prejuízos com qualquer ativo, incluindo os de renda variável, não será permitida caso a pessoa física venda ou resgate a aplicação com perdas, apenas para adquirir outra "idêntica ou substancialmente semelhante" no prazo de 30 dias.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    Nestes casos, o investidor poderá apenas considerar esse prejuízo como parte integrante do custo de aquisição do segundo ativo, somando seu valor ao preço do novo ativo e às taxas de negociação.

    A tributarista Ana Cláudia Utumi, sócia-fundadora do escritório Utumi Advogados, admite que o texto da MP deixa incerteza quando ao que seria considerado "substancialmente semelhante".

    Seria vender uma ação para comprar outra ação, seja ela qual for? Para comprar qualquer outra aplicação financeira? Ou apenas a mesma ação (do mesmo tipo e da mesma empresa, por exemplo)?

    Utumi explica ainda que, nesses casos, a perda não seria dedutível no próprio ano, porém seria agregada ao custo de aquisição da nova aplicação financeira.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    "Assim, pode-se dizer que a perda não seria IMEDIATAMENTE dedutível, mas quando houver a venda do segundo ativo, haveria a dedução indireta, ou seja, a dedução pelo fato de a perda integrar — e aumentar — o custo de aquisição desse segundo ativo", escreveu a advogada ao Seu Dinheiro.

    Imposto de renda retido na fonte será passível de restituição

    O texto diz ainda que, caso o valor do imposto de renda retido na fonte em aplicações financeiras (caso dos "dedos-duros" dos investimentos em ações) ultrapasse o valor do imposto devido apurado na declaração, haverá direito de restituição.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    COMPARTILHAR

    Whatsapp Linkedin Telegram
    DE OLHO NA ‘GRANDE BATALHA’

    TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal

    11 de setembro de 2025 - 17:07

    Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino

    AS MAIS POPULARES

    Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual

    11 de setembro de 2025 - 16:22

    Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway

    CONSTRUÇÃO CIVIL

    Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes

    11 de setembro de 2025 - 15:33

    O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)

    MERCADOS HOJE

    Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja

    11 de setembro de 2025 - 13:29

    Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic

    RECICLANDO O PORTFÓLIO

    Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro

    11 de setembro de 2025 - 12:14

    Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas

    CORRIDA LOGÍSTICA

    GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa

    10 de setembro de 2025 - 16:32

    Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário

    OBRAS NA CAPITAL PAULISTA

    Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes

    10 de setembro de 2025 - 14:29

    Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista

    FIIS HOJE

    Fundo imobiliário Iridium Recebíveis (IRIM11) reduz dividendo ao menor nível em um ano; cotas caem

    10 de setembro de 2025 - 12:09

    A queda no pagamento de proventos vem em meio a negociações para a fusão do FII ao Iridium Fundo de Investimento Imobiliário (IRIM11)

    FECAMENTO DOS MERCADOS

    Ibovespa sobe 0,52% após renovar máxima intradia com IPCA e PPI no radar; dólar cai a R$ 5,4069

    10 de setembro de 2025 - 11:56

    Deflação aqui e lá fora em agosto alimentaram a expectativa de juros menores ainda neste ano; confira os dados e o que mais mexeu com a bolsa e o câmbio nesta quarta-feira (10)

    ONÇA VALIOSA

    Ouro supera US$ 3.700 pela primeira vez e segue como o refúgio preferido em 2025

    9 de setembro de 2025 - 18:01

    Ataque de Israel ao Catar e revisão dos dados de emprego nos EUA aumentaram a busca por proteção e levaram o metal precioso a renovar recorde histórico

    DEVO, NÃO NEGO

    Disputa judicial entre Rede D’Or e FIIs do BTG Pactual caminha para desfecho após mais de uma década

    9 de setembro de 2025 - 15:39

    Além da renegociação das dívidas da empresa do setor de saúde, os acordos ainda propõem renovações de contratos — mas há algumas condições

    GANHOS DO MÊS

    Comprado em bolsa brasileira e vendido em dólar: a estratégia do fundo Verde também tem criptomoedas e ouro

    9 de setembro de 2025 - 14:59

    Na carta de agosto, o fundo criado por Luis Stuhlberger chama atenção para o ciclo eleitoral no Brasil e para o corte de juros nos EUA — e conta como se posicionou diante desse cenário

    FECHAMENTO DOS MERCADOS

    Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai

    9 de setembro de 2025 - 13:06

    O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar

    QUESTÃO DE ESTRATÉGIA

    Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação

    9 de setembro de 2025 - 12:05

    O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário

    VIVER DE RENDA

    FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?

    9 de setembro de 2025 - 6:02

    Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR

    MELHORES E PIORES

    Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa

    6 de setembro de 2025 - 11:06

    Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154

    VALE A PENA COMPRAR?

    É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025

    5 de setembro de 2025 - 17:45

    O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano

    MERCADOS HOJE

    Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic

    5 de setembro de 2025 - 12:14

    O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas

    PARA O ALTO E AVANTE

    Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados

    4 de setembro de 2025 - 13:29

    Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior

    INVESTIR OU NÃO INVESTIR

    Ouro bate recorde pelo segundo dia seguido e supera US$ 3.600. Hype ou porto seguro?

    3 de setembro de 2025 - 18:15

    A prata segue a mesma trajetória de ganhos e renova o maior nível em 14 anos a US$ 42,29 a onça-troy; saiba se vale a pena entrar nessa ou ficar de fora

    Menu

    Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

    Fechar