‘Preferimos novos aportes em títulos pós-fixados’: por que a Empiricus gosta da renda fixa indexada ao CDI para quem investir agora
Perspectiva de alta de juros acima do esperado inicialmente deve impulsionar ativos atrelados à Selic e ao DI; veja os títulos recomendados pela casa de análise

Se você tem recursos para investir agora, os novos aportes em renda fixa devem ser feitos preferencialmente em ativos pós-fixados, isto é, indexados à Selic e ao CDI.
Ao menos esta tem sido a recomendação da analista de renda fixa da Empiricus, Lais Costa, diante da expectativa do mercado de uma alta da Selic ainda maior do que a esperada anteriormente.
No seu relatório semanal divulgado nesta terça-feira (03), Costa lembra que, após a divulgação do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada, as estimativas para a alta de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentaram, e o mercado já discute uma possível elevação de 1,00 ponto percentual na taxa Selic.
Além disso, já se fala também em Selic terminal (ao final do ciclo de alta de juros) em torno de 14% ao ano. "Continuamos preferindo novos aportes em pós-fixados", conclui a analista, no relatório.
- VEJA MAIS: reunião de Lula, Pacheco e Lira pode acionar o gatilho da Bolsa brasileira; veja duas ações para comprar
'PIBão' mostra economia aquecida
A deterioração das expectativas para os juros se reflete nas taxas futuras e se deve ao fato de que o mercado considerou insuficientes as medidas anunciadas pelo governo para conter as despesas, as quais devem somar uma economia inferior aos R$ 70 bilhões em dois anos estimada pela Fazenda.
Lais Costa repercutiu ainda os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre, divulgado nesta terça, que veio acima das estimativas do mercado (alta trimestral dessazonalizada de 3,7%, ante expectativa de 3,2%), além de conter uma revisão para cima do crescimento do trimestre anterior.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Isso demonstra um aquecimento da atividade econômica doméstica, o que já havia sido sinalizado pelos dados de emprego e ganho real dos rendimentos dos trabalhadores, divulgados na semana passada: taxa de desemprego dessazonalizada de 6,5%, menor patamar histórico, e aceleração do ganho real dos rendimentos de 3,7% para 3,9% em termos anuais.
Esses dados indicam uma economia ainda forte apesar da alta recente da Selic, que só deve contribuir para desacelerar a atividade no ano que vem.
A atividade aquecida e os ganhos no poder de compra da população pesam sobre a inflação, que também vem sendo pressionada pelo fiscal e a possibilidade de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Esta isenção, além de liberar recursos para consumo, também pode resultar em novas renúncias fiscais num momento em que o governo deveria focar em equilibrar as contas públicas.
Essa desancoragem das expectativas inflacionárias, por sua vez, deve levar o BC a aumentar ainda mais a taxa básica de juros.
"De maneira geral, os indicadores macroeconômicos apontam claramente para uma economia com crescimento ainda forte, desemprego baixo e inflação em ascensão. Essas medidas, por si só, já indicariam a necessidade do aperto das condições financeiras. O centro das discussões domésticas, contudo, são, sem sombra de dúvidas, as contas fiscais", diz Lais Costa, no relatório.
- VEJA MAIS: como buscar um ‘desconto’ de até 63% em parte da sua declaração de Imposto de Renda em 2025
Nem mesmo o cenário externo está ajudando tanto assim
Ainda que os Estados Unidos estejam em trajetória de afrouxamento monetário, dados recentes de PIB e inflação também mostraram uma atividade ainda aquecida por lá.
Embora em linha com as estimativas, o crescimento do PIB do terceiro trimestre ainda foi forte e a inflação acelerou ante a leitura anterior e permaneceu acima da meta do Federal Reserve, o banco central americano, de 2% ao ano.
"Os dados sugerem cautela no processo de afrouxamento da política monetária norte-americana. Por isso, o mercado tem precificado cerca de 70% de chance de mais um corte de 25 pontos-base no Fed Funds [taxa de juros do Fed] neste ano", diz a analista, no relatório.
Ou seja, deve haver pouco espaço para o Fed aumentar o ritmo de cortes de juros nas terras do Tio Sam, o que não alivia muito as taxas brasileiras.
Onde investir na renda fixa então?
Diante deste cenário, a expectativa de uma alta mais forte na Selic do que o inicialmente esperado levou a Empiricus a preferir direcionar os novos aportes dos investidores aos títulos de renda fixa pós-fixada, que ganham justamente em cenário de alta nos juros.
As indicações da semana incluem dois Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e duas Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), sendo estas últimas isentas de imposto de renda.
Todos são títulos bancários, que contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira emissora. Confira:
Título | Rentabilidade anual | Prazo | Resgate | Aplicação mínima |
LCA BTG Pactual | 93% do CDI | 1 ano | No vencimento | R$ 500 |
LCA banco Inter | Até 96% do CDI | 2 anos | No vencimento | R$ 100 |
CDB Daycoval | 110% do CDI | 2 anos | Liquidez diária | R$ 1 mil |
CDB Banco Pan | 102% do CDI | 1 ano | Liquidez diária | R$ 5 |
Fonte: Empiricus.
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
Bitcoin (BTC) em alta: criptomoeda vai na contramão dos ativos de risco e atinge o maior valor em semanas
Ambiente de juros mais baixos costuma favorecer os ativos digitais, mas não é só isso que mexe com o setor nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A bolsa de Nova York sangra: Dow Jones cai quase 1 mil pontos e S&P 500 e Nasdaq recuam mais de 2%; saiba o que derrubou Wall Street
No mercado de câmbio, o dólar perde força com relação a outras moedas, atingindo o menor nível desde março de 2022
Você está demitido: Donald Trump segue empenhado na justa causa de Jerome Powell
Diferente do reality “O Aprendiz”, o republicano vai precisar de um esforço adicional para remover o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale