Os ventos do Norte não movem moinhos? Do que depende a queda dos juros no Brasil, segundo Haddad
Na mesma entrevista, Haddad disse que as perspectivas para o crescimento do Brasil serão melhores a partir do segundo semestre do ano
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (21) que a continuidade da redução da taxa de juros vai depender também de fatores externos, para além das medidas de política fiscal.
"Não é que haja uma dependência, mas negar a importância da taxa de juros dos Estados Unidos seria leviano da minha parte", disse o ministro, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews.
Haddad avalia que o Brasil poderá se beneficiar de um ciclo de crescimento sustentável mais longo, a depender do ritmo de queda de juros nos países desenvolvidos. O ministro acredita que as taxas começarão a cair nas maiores economias ainda no primeiro semestre.
Haddad fala em crescimento do Brasil
Na mesma entrevista, Haddad disse que as perspectivas para o crescimento do Brasil serão melhores a partir do segundo semestre do ano, porque os primeiros seis meses ainda estão sob efeito de uma taxa de juros real mais elevada.
O ministro disse acreditar que o País terminará o ano crescendo mais de 2%, mesmo que tenha um primeiro semestre não tão forte. Segundo a edição mais recente do Boletim Focus, as projeções do mercado apontam para um crescimento de 1,68% em 2024.
Além disso, o crédito será uma alavanca importante para o crescimento, segundo o ministro, que reiterou que se preocupa com a safra de soja e a situação do agronegócio, principalmente por causa dos efeitos climáticos.
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Arrecadação federal
Ainda, o ministro da Fazenda afirmou que a arrecadação de tributos em janeiro veio em linha com o projetado no Orçamento, já descontado o efeito extraordinário de medidas aprovadas no fim do ano passado, como a taxação de fundos exclusivos e off-shore. Os números serão divulgados nesta quinta-feira (22), pela Receita Federal.
Haddad destacou que o governo segue em busca de equilibrar as contas públicas e que, além do incremento de receitas, também vai atuar para a contenção de despesas.
Um exemplo é o pente-fino do Bolsa Família e o pacote de revisão de gastos que o Ministério do Planejamento apresentará em breve ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Haddad e a desoneração da folha
Haddad voltou a afirmar que a conversa que teve com o presidente Lula na manhã de quarta-feira (21) serviu para revisar medidas que serão encaminhadas ao Congresso para dar continuidade às reformas iniciadas em 2023.
Entre os temas discutidos estava a medida provisória que promove a reoneração da folha de pagamento, para atender ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que pediu o desdobramento do texto.
O ministro explicou que o PL com a proposta da reoneração será encaminhado com o mesmo texto já enviado na medida provisória. Ele ainda lembrou que o Congresso tem autonomia para promover mudanças que julgar necessárias.
"Quando o governo mandou [os projetos para o Congresso] sabíamos que abriria uma mesa de negociação. Não foi o suficiente para botar ordem nas contas", disse Haddad.
Assim, o ministro voltou a afirmar que entende a controvérsia sobre os números do Perse, mas levará ao Congresso Nacional os números oficiais do programa, obtidos junto à Receita Federal. Haddad também destacou a agenda de revisão de gastos públicos, capitaneada pelo Ministério do Planejamento.
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Busca por resultado
Haddad também afirmou que seu papel é buscar os resultados definidos pelo governo, inclusive a meta de déficit zero, assim como o Banco Central busca cumprir a meta de inflação.
Por causa disso, segundo o ministro, é preciso perseverar para a obtenção dos resultados e trabalhar para sensibilizar o Congresso sobre a importância das medidas que estão sendo propostas pela Fazenda, como a correção das distorções tributárias.
Haddad disse que conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), antes da edição da medida provisória que propôs a reoneração gradual da folha de pagamento, por causa do descompasso entre a meta fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o que constava no Orçamento.
Como exemplo, o ministro citou a falta de discussão sobre o imposto sobre a herança, que poderia corrigir um problema que ocorre em todo o mundo, com milionários levando suas fortunas para países que não tributem a transmissão dos bens. O Brasil vai propor uma regulamentação para o tema.
Balanço
Por fim, Haddad foi questionado sobre um balanço do seu primeiro ano como ministro da Fazenda. Ele disse que é difícil estar sempre feliz na posição, mas que a avaliação é positiva.
O ministro também destacou o projeto de transformação ecológica capitaneado pela Fazenda como um dos programas para se observar no médio e longo prazos.
Haddad disse que o projeto dialoga com outras ações do governo, como a neoindustrialização, e com a reforma tributária do consumo, aprovada no ano passado e que será regulamentada neste ano.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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