A morte de Sebastián Piñera: o patrimônio bilionário que o ex-presidente do Chile vai deixar
Ele foi um dos maiores empresários do país com a Lan Chile, que depois deu origem à Latam, entre seus negócios

O ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera, morreu nesta terça-feira (6) em um acidente aéreo. Ele estava em um helicóptero que sobrevoava a zona rural de Ilihue, região de Los Ríos, quando a aeronave caiu. Outras três pessoas que estavam a bordo foram resgatadas com ferimentos.
Segundo as autoridades, o acidente aconteceu às 14h57 (no horário local) no Lago Ranco. O helicóptero seria de propriedade privada.
Piñera tem uma casa na região rural onde aconteceu a queda, que usava durante as férias. Ele voltava de um almoço na casa do empresário José Cox.
As condições meteorológicas da região eram ruins na hora do acidente, com muita chuva, segundo relatos.
Até o momento, a identidade dos demais ocupantes não foi confirmada. As pessoas que sobreviveram teriam saltado do helicóptero antes que ele caísse.
Piñera, um dos homens mais ricos do Chile
Piñera, de 74 anos, foi presidente do Chile duas vezes: entre 2010 e 2014; e entre 2018 e 2022.
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Ele era engenheiro comercial de formação, com pós-graduação em Economia na Universidade de Harvard.
Sua vida, além da política, esteve ligada aos negócios da bolsa, sendo considerado um dos maiores empresários do Chile.
Na verdade, a família de Piñera é uma das cinco mais ricas do Chile, com uma fortuna de US$ 2,7 bilhões, segundo a Forbes.
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A construção da fortuna no Chile
Piñera acumulou uma fortuna graças aos seus investimentos, que iam desde companhias aéreas até times de futebol e supermercados.
Nos seus últimos anos, no entanto, o ex-presidente chileno já não se dedicava à administração direta das empresas, mas sim à compra e venda das mesmas, e à participação nos conselhos
Assim que terminou o doutorado, em 1978, Piñera foi contratado por Richard Musgrave para ajudá-lo na consultoria de contas nacionais na Bolívia, pela qual recebeu US$ 50 mil em pagamento. Com esse dinheiro, ao retornar ao Chile, fundou sua primeira empresa, a Constructora Toltén.
A construtora — que comprava casas e terrenos baratos em Peñalolén, La Florida e Macul — foi vendida por US$ 2 milhões, dinheiro que Piñera investiu em um projeto imobiliário maior, que faliu após a recessão de 1982.
Mais tarde, na década de 1980, começou a se envolver em projetos maiores, destinados à classe alta. Nestes negócios foi sócio da família Cueto, de quem também foi parceiro no Bancard e na LAN Chile.
Em 1996 tentou instalar um projeto hoteleiro e turístico no valor de cerca de US$ 50 milhões em Zapallar, que fracassou devido à oposição dos moradores.
Depois, em 1997, ingressou na Constructora Aconcagua com o empresário Andrés Navarro, com um investimento de US$ 21 milhões. A empresa comprou os ativos da Constructora Fourcade na região da Araucanía em 2008.
Nos anos seguintes, Piñera continuou com o negócio imobiliário. Entre outros, o polêmico projeto do Parque Tantauco, iniciado em 2004.
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Piñera fez fortuna nos bancos do Chile
Como empresário, Piñera também atuou no setor bancário. Em 1979 participou, por meio da Infinco, de uma consultoria para o Banco de Talca, que buscava a profissionalização da gestão do banco.
Posteriormente, atuou como gerente geral do mesmo banco, entre março de 1979 e setembro de 1980. Nesse período passou de funcionário a sócio do Grupo Calaf-Danioni, dono do banco.
Após a saída do Talca, em consequência da falência do banco, Piñera assumiu a direção geral do banco Citicorp, do qual se tornou presidente, deixando o cargo em 1987.
O ex-presidente também ingressou no negócio de cartões de crédito e na aviação. Em 1994, ele comprou 16% da companhia aérea LAN Chile — hoje Latam.
Piñera também foi presidente da Apple Chile, teve participação na empresa de telecomunicações Entel, esteve a frente do canal de televisão Chilevisión, foi o maior acionista individual da Blanco y Negro, controladora do Colo-Colo, entre outros negócios.
Um bilionário foragido
Mas foi a passagem de Piñera pelo Banco Talco que deixou marcas na vida empresarial do ex-presidente. Em 28 de agosto de 1982, foi condenado por fraude, junto com Carlos Massad, presidente do banco, e Emiliano Figueroa Sandoval.
O processo começou devido a uma denúncia fiscal por violação do direito bancário, uma vez que os envolvidos teriam arrecadado quantias milionárias do banco por meio da consultoria Infinco, e como diretores teriam emprestado quantias milionárias a empresas de papel fundadas por eles próprios, reinvestindo o dinheiro no banco, capitalizando ficticiamente a empresa.
Ao tomar conhecimento do mandado de prisão, Piñera fugiu e permaneceu foragido da justiça por 24 dias. Ele recorreu da decisão da justiça, que acabou concluindo que o empresário não era uma ameaça.
A carreira na política no Chile
Piñera começou a carreira política como senador, em 1990. Disputou a presidência em 2006, ano que Michelle Bachelet ganhou as eleições.
Quatro anos depois, foi Bachelet quem entregou a faixa presidencial a Piñera. Seu governo foi o primeiro de centro-direita eleito democraticamente desde 1958.
Em 11 de março de 2010, assumiu um Chile destruído por um terremoto que deixou mais de 500 mortos e muito prejuízo. Meses depois, também houve o resgate dos 33 mineiros de Copiapó, que ficaram 70 dias presos.
Sua popularidade passou por momentos críticos durante o primeiro governo, em parte por protestos estudantis, que demandavam mais acesso ao sistema educacional do país. Ao fim do primeiro mandato, tinha 50% de aprovação.
Com o lema “Tempos Melhores”, tinha a redução do desemprego, crescimento econômico e melhora da qualidade de vida da classe média entre as propostas para o segundo mandato. Venceu a disputa eleitoral em dezembro de 2017.
*Com informações da CNN Internacional e da Red+
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