Reino Unido vai às urnas para desbancar governo conservador. Mas os trabalhistas vão reverter o Brexit?
Partido Trabalhista promete respeitar a vontade do povo, mas flerta com ideias de aproximação com europeus

O Reino Unido vai às urnas nesta quinta-feira (4), enquanto o atual Partido Conservador tenta desafiar meses de pesquisas que sugerem que ele sofrerá uma derrota histórica para o Partido Trabalhista, de centro-esquerda.
O primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou a votação há seis semanas, pegando os políticos e o público de surpresa. A maioria esperava que a eleição acontecesse mais para o final do ano, dando mais tempo para o recente declínio da inflação e a redução das taxas de juros atingirem os bolsos dos eleitores.
Vários partidos menores estão competindo para ganhar assentos na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do parlamento do Reino Unido, com 650 membros, incluindo os Democratas Liberais, os Verdes, o Partido Nacional Escocês, o Plaid Cymru, o Partido Unionista Democrático e o Reform UK, de Nigel Farage.
As eleições serão realizadas na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Tradição para nomear o primeiro-ministro
No sistema político do Reino Unido, o partido que aumentar sua fatia no voto popular não necessariamente significa ganhar mais assentos parlamentares — e é quase certo que os Conservadores ou os Trabalhistas, liderados por Keir Starmer, receberão as rédeas do poder. Isso pode ser por meio da vitória com maioria absoluta ou pela formação de um governo de coalizão.
A tradição diz que o líder do partido com mais assentos na Câmara dos Comuns nomeia o primeiro-ministro.
Leia Também
Pesquisas políticas apontam há quase dois anos para uma vitória retumbante do Partido Trabalhista, embora o partido precise de um ganho histórico de quase 13% na votação nacional para obter até mesmo uma maioria parlamentar estreita, de acordo com Hannah Bunting, palestrante em política britânica na Universidade de Exeter.
Se acordo com Hannah, essa seria uma oscilação maior do que a alcançada por Tony Blair, do Partido Trabalhista, sobre John Major, em 1997, segundo a rede de TV CNBC.
- LEIA TAMBÉM: Essa é a melhor ação do agro para se ter na carteira nesse momento, segundo os analistas da Empiricus Research
Dança das cadeiras
Uma forte liderança trabalhista aparece reforçada em uma importante pesquisa divulgada pela YouGov no início desta semana. No entanto, políticos e o próprio Partido Trabalhista alertam que nenhum resultado é garantido e que a pesquisa pode ser imprecisa.
Mais de 100 assentos são considerados muito próximos de serem alterados, incluindo aqueles atualmente ocupados por conservadores de alto perfil, incluindo o Ministro das Finanças, Jeremy Hunt, e o próprio Sunak.
A votação desta quinta-feira é a primeira eleição geral do Reino Unido desde 2019, quando o então líder conservador Boris Johnson conquistou a maior vitória majoritária do partido desde 1987 sobre o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn.
Isso ocorreu por conta das promessas de concluir o processo do “Brexit” de deixar a União Europeia, que havia se atolado em um impasse político.
Sucessão de escândalos
O governo de Johnson foi marcado por vários escândalos públicos, incluindo o caso “Partygate”, no qual políticos importantes violaram as regras de bloqueio durante a pandemia de Covid-19, levando à renúncia relutante de Johnson em julho de 2022.
Ele foi sucedido por Liz Truss, que ficou apenas 44 dias no cargo antes de renunciar devido à chamada crise do mini orçamento, que abalou os mercados financeiros.
Sunak, ex-ministro das Finanças do Partido Conservador, empreendeu um período de relativa estabilidade política. No entanto, o país tem batalhado contra uma grave crise de custo de vida, com crescimento econômico lento.
O legado de 14 anos de governo conservador — com o partido conquistando o poder por meio de um acordo de coalizão sob o comando de David Cameron em 2010 — tem sido o tema central desta campanha eleitoral.
O público tem das 7h às 22h, horário local, para votar em seu candidato parlamentar local. As cédulas serão contadas durante a noite, e o resultado deverá ser divulgado na manhã de sexta-feira.
- Analista recomenda títulos que podem render bem mais do que o IPCA e do que CDI. Baixe o relatório gratuito aqui.
Será o fim do Brexit?
Já se passaram oito anos desde que pouco menos de 52% do eleitorado britânico votou pela saída da União Europeia, em uma decisão monumental que dividiu amigos, familiares e a nação.
Hoje, pesquisas sugerem que a mesma divisão pode produzir um resultado diferente na atual votação, já que os eleitores têm questionado se a vida fora da união econômica e política ficou realmente melhor.
Mas, se o Partido Trabalhista — que se opôs ao Brexit, mas prometeu “respeitar a vontade do povo britânico” — vencer eleições como sugerem as pesquisas, analistas preveem um degelo nas relações entre a UE e o Reino Unido e, talvez, até mesmo uma reaproximação.
O Partido Trabalhista, por sua vez, está lidando com cautela com o espinhoso assunto do Brexit e qualquer relação futura com a UE caso vença, como forma de não assustar o eleitorado indeciso.
Tem defendido que não tentará se juntar novamente ao mercado comum europeu ou até promover uma união aduaneira que caracterizam a estrutura econômica da UE, o que facilita o comércio entre os estados-membros, mas sinaliza que quer melhorar as relações com Bruxelas.
A relutância dos trabalhistas em divulgar seu potencial plano pós-eleitoral em relação à UE, o maior parceiro comercial do Reino Unido como bloco, é vista em grande parte como consequência de sua ânsia de atingir os eleitores conservadores descontentes.
Reaproximação suave com a UE
Embora o Partido Trabalhista tente melhorar as relações com a UE se vencer a eleição, analistas dizem que é improvável que o bloco faça tudo o que pode para tornar a vida mais agradável para o Reino Unido.
Até agora, a UE sempre se manteve firme em sua posição de que a Grã-Bretanha não seria capaz de “escolher a dedo” as vantagens de sua antiga filiação à UE que gostaria de manter.
Afinal, a UE tem seus próprios problemas, com uma ascensão de governos de extrema direita e relações intra e inter-UE fragmentadas como resultado. Além disso, está lidando com questões sobre sua posição econômica global, imigração ilegal e guerra à sua porta na Ucrânia.
“Teremos um governo do Reino Unido que desejará mudar o relacionamento [com a UE], mas, se isso terá sucesso, é outra questão”, disse o especialista em pesquisas do Reino Unido, John Curtice, à CNBC.
*(Com informações da rede de TV CNBC)
Resposta dos EUA à condenação de Bolsonaro deve vir nos próximos dias, anuncia Marco Rubio; veja o que disse secretário de Estado norte-americano
O secretário de Estado norte-americano também voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes
TikTok vê luz no fim do túnel: acordo de venda do aplicativo nos EUA é confirmado por Trump e por negociador da China
Trump também afirmou em sua rede social que vai conversar com o presidente chinês na sexta sobre negociação que deixará os jovens “muito felizes”
Trump pede que SEC acabe com obrigatoriedade de divulgação trimestral de balanços para as empresas nos EUA
Esta não é a primeira vez que o republicano defende o fim do modelo em vigor nos EUA desde 1970, sob os argumentos de flexibilidade e redução de custos
O conselho de um neurocientista ganhador do Nobel para as novas gerações
IA em ritmo acelerado: Nobel Demis Hassabis alerta que aprender a aprender será a habilidade crucial do futuro
China aperta cerco ao setor de semicondutores dos EUA com duas investigações sobre práticas discriminatórias e de antidumping contra o país
As investigações ocorrem após os EUA adicionarem mais 23 empresas sediadas na China à sua lista de entidades consideradas contrárias à segurança norte-americana
Trump reage à condenação de Bolsonaro e Marco Rubio promete: “os EUA responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”
Tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros tiveram origem no caso contra Bolsonaro e, mais recentemente, a Casa Branca chegou a mencionar o uso da força militar para defender a liberdade de expressão no mundo
Como um projeto de fim de semana do fundador do Twitter se tornou opção em meio ao corte das redes sociais no Nepal
Sem internet e sem censura: app criado por Jack Dorsey ganha força nos protestos no Nepal ao permitir comunicação direta entre celulares via Bluetooth
11 de setembro: 24 anos do acontecimento que ‘inaugurou’ o século 21; eis o que você precisa saber sobre o atentado
Do impacto humano à transformação geopolítica, os atentados de 11 de setembro completam 24 anos
Bolsa da Argentina despenca, enquanto mercados globais sobem; índice Merval cai 50% em dólar, pior tombo desde 2008
Após um rali de mais de 100% em 2024, a bolsa argentina volta a despencar e revive o histórico de crises passadas
Novo revés para Trump: tribunal dos EUA mantém Lisa Cook como diretora do Fed em meio à disputa com o republicano
Decisão judicial impede tentativa de Trump de destituir a primeira mulher negra a integrar o conselho do Federal Reserve; entenda o confronto
EUA falam em usar poder econômico e militar para defender liberdade de expressão em meio a julgamento de Bolsonaro
Porta-voz da Casa Branca, Caroline Leavitt, afirmou que EUA aplicaram tarifas e sanções contra o Brasil para defender “liberdade de expressão”; mercado teme novas sanções
A cidade que sente na pele os efeitos do tarifaço e da política anti-imigrantes de Donald Trump
Tarifas de Donald Trump e suas políticas imigratórias impactam diretamente a indústria têxtil nos Estados Unidos, contrastando com a promessa de uma economia pujante
Uma mensagem dura para Milei: o que o resultado da eleição regional diz sobre os rumos da Argentina
Apesar de ser um pleito legislativo, a votação serve de termômetro para o que está por vir na corrida eleitoral de 2027
Mark Zuckerberg versus Mark Zuckerberg: um curioso caso judicial chega aos tribunais dos EUA
Advogado de Indiana acusa a Meta de prejuízos por bloqueios recorrentes em sua página profissional no Facebook; detalhe: ele se chama Mark Zuckerberg
Depois de duas duras derrotas em poucas semanas, primeiro-ministro do Japão renuncia para evitar mais uma
Shigeru Ishiba renunciou ao cargo às vésperas de completar um ano na posição de chefe de governo do Japão
Em meio a ‘tempestade perfeita’, uma eleição regional testa a popularidade de Javier Milei entre os argentinos
Eleitores da província de Buenos Aires vão às urnas em momento no qual Milei sofre duras derrotas políticas e atravessa escândalo de corrupção envolvendo diretamente sua própria irmã
Como uma missão ultrassecreta de espionagem dos EUA levou à morte de inocentes desarmados na Coreia do Norte
Ação frustrada de espionagem ocorreu em 2019, em meio ao comentado ‘bromance’ entre Trump e Kim, mas só foi revelado agora pelo New York Times
Ato simbólico ou um aviso ao mundo? O que está por trás do ‘Departamento de Guerra’ de Donald Trump
Donald Trump assinou na sexta-feira uma ordem executiva para mudar o nome do Pentágono para ‘Departamento de Guerra’
US Open 2025: Quanto carrasca de Bia Haddad pode faturar se vencer Sabalenka, atual número 1 do mundo, na final
Amanda Anisimova e Aryna Sabalenka se enfrentam pela décima vez, desta vez valendo o título (e a bolada) do US Open 2025
Warsh, Waller e Hasset: o trio que ganhou o “coração” de Donald Trump
O republicano confirmou nesta sexta-feira (5) que os três são os preferidos dele para assumir uma posição fundamental para a economia norte-americana