Botão vermelho na ponta do dedo: Putin estabelece nova doutrina nuclear e baixa o sarrafo para o uso da bomba atômica
As novas regras para o uso de armas nucleares pela Rússia vem em meio à autorização dos Estados Unidos para uso de mísseis norte-americanos pelas tropas da Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já vinha avisando ao Ocidente que maiores envolvimentos na guerra da Ucrânia poderiam colocar os aliados do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em maus lençóis. Agora, depois de Joe Biden cruzar uma das linhas vermelhas de Putin ao autorizar o uso de armas de fabricação norte-americana no conflito, o líder russo baixou o sarrafo para a possibilidade de uma guerra nuclear.
A permissão do uso de mísseis dos Estados Unidos pelo exército da Ucrânia vem causando um impasse desde o início da guerra, há quase três anos. Por um lado, Zelensky vinha pressionando o governo norte-americano pela autorização, do outro, Putin mandava um recado claro: um ataque com armamento de países aliados à Ucrânia seria visto como um ataque conjunto.
Ontem, a autorização que Zelensky esperava finalmente chegou: o governo Biden permitiu o uso dos mísseis supersônicos, de acordo com a Reuters. Já nesta terça-feira (19), Putin subiu o tom ao aprovar decreto que define novas regras para o uso de armas nucleares pela Rússia.
- LEIA TAMBÉM: Biden testa linha vermelha de Putin na guerra com a Ucrânia e deixa casca de banana para Trump
Baixou o sarrafo: as novas regras de Putin
A principal alteração que traz impactos para o conflito é a expansão da lista do que é considerado ameaça militar.
Segundo o documento publicado nesta manhã, o governo russo passa a considerar o uso de armamento nuclear como resposta a um ataque convencional à Rússia ou à vizinha e aliada Bielo-Rússia que crie “uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial".
A versão anterior da doutrina determinava que a Rússia poderia usar armas nucleares em caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do Estado.
Leia Também
A decisão do governo russo é vista como uma mensagem direcionada aos Estados Unidos e à Ucrânia: as novas regras definem que qualquer ataque por uma potência não nuclear, mas que seja apoiada por nações com armamento nuclear, será visto como uma ofensiva conjunta.
Dessa forma, qualquer ataque por um membro de um bloco militar será considerado um ataque de toda a aliança, afirma o documento.
Além disso, a Rússia incluiu uma definição mais ampla dos dados que podem ser usados para indicar que o país está sob ataque em massa de aeronaves, mísseis de cruzeiro e aeronaves não tripuladas.
Uso dos mísseis e os mercados financeiros
A autorização dos Estados Unidos para o uso do armamento não foi confirmada pelo governo de Biden. Contudo, nesta manhã, o Ministério da Defesa da Rússia revelou ter interceptado cinco mísseis ATACMS. Além disso, segundo o órgão, um artefato de fabricação norte-americana foi parcialmente destruído.
Com o aumento das tensões entre as duas potências, que controlam 88% das ogivas nucleares do mundo, os investidores buscam ativos mais seguros e amargam o apetite por risco.
Dessa forma, os principais índices dos mercados financeiros norte-americanos e europeus operam em queda nesta terça-feira (19). Já o dólar apresenta alta.
Confira como operam as principais bolsas por volta da 12h:
- Euro Stoxx 600: -1,01%
- DAX: -1,15%
- FTSE 100: -0,38%
- Dow Jones: -0,87%
- S&P 500: -0,49%
- Nasdaq 100: -0,33%
- Dólar: +0,34%
O timing do decreto de Putin
As mudanças na doutrina da Rússia foram anunciadas ainda em setembro. Contudo, o documento ainda precisava passar pela aprovação de Putin. O timing da autorização, no entanto, não é aleatório.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o documento foi publicado em "tempo hábil" em relação à decisão da Casa Branca de permitir o uso de mísseis norte-americanos contra a Rússia.
Além disso, após a publicação do decreto, o Kremlin afirmou que o objetivo do texto atualizado é deixar absolutamente claro para potenciais inimigos a inevitabilidade da retaliação caso a Rússia seja atacada.
"A dissuasão nuclear visa garantir que um adversário em potencial entenda a inevitabilidade da retaliação no caso de agressão contra a Federação Russa e seus aliados", disse Peskov.
*Com informações da Reuters
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo
Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico
Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA
Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
7 livros ainda não editados em português e por que ler já, de Murakami a Laurie Woolever
De bastidores políticos à memórias confessionais, selecionamos títulos ainda sem tradução que valem a leitura
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA
China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.
O preço de Trump na Casa Branca: US$ 50
A polêmica do terceiro mandato do republicano voltou a tomar conta da imprensa internacional depois que ele colocou um souvenir à venda em sua loja a internet
Primeiro ETF de XRP do mundo estreia na B3 — marco reforça protagonismo do Brasil no mercado de criptomoedas
Projeto da Hashdex com administração da Genial Investimentos estreia nesta sexta-feira (25) na bolsa de valores brasileira