Varejo em xeque? Como a crise no RS deve bater nos balanços da Renner (LREN3), Carrefour (CRFB3) e Panvel (PNVL3) no 2T24
Para a Genial Investimentos, de 13 varejistas, apenas um trio de companhias estão fortemente expostas ao RS — mas os impactos devem ser diversos nos resultados corporativos do trimestre

Faz quase um mês que a catástrofe climática no Rio Grande do Sul chegou ao ápice — e mesmo que a água já tenha começado a baixar nos municípios gaúchos, somente agora é possível prenunciar sobre as reais marcas que os eventos deixaram. No caso das empresas brasileiras, os analistas traçaram as previsões para os impactos causados pelas enchentes.
Na avaliação da Genial Investimentos, do lado do varejo, os efeitos são relativamente restritos devido ao grau de exposição das companhias ao Estado.
Em um termômetro para os impactos, de 13 varejistas, apenas um trio de companhias estão fortemente expostas ao RS, segundo os analistas. São elas o Carrefour (CRFB3), a Lojas Renner (LREN3) e a Panvel (PNVL3).
As ações CRFB3 acumulam queda de 14% na bolsa brasileira em um mês, enquanto os papéis LREN3 caem 20% no mesmo período, e PNVL3 recua 7%.
Já companhias como o Assaí, Pão e Açúcar, Casas Bahia e RD Saúde, dona de marcas como DrogaRaia e Drogasil, por exemplo, praticamente não sofreriam impacto devido à baixa exposição.
- 10 ações para investir neste mês: veja a carteira recomendada da analista Larissa Quaresma, baixando este relatório gratuito.
Impactos gerais da crise no Rio Grande do Sul
Apesar de pertencerem ao mesmo setor — o de consumo —, os diferentes segmentos das três abrem espaço para impactos diversos.
Leia Também
Afinal, estamos falando de rede de farmácias, um grupo de supermercados e uma loja de departamentos.
Enquanto duas dessas empresas vendem produtos de primeira necessidade, a outra comercializa principalmente roupas e itens considerados não essenciais.
“Acreditamos que, neste primeiro momento, o bolso do consumidor estará comprometido com as compras de produtos de primeira necessidade – o que deve suavizar o impacto em empresas como a Panvel e o Carrefour”, escreveram os analistas, em relatório.
Para a Genial, empresas voltadas para o consumo não discricionário, como o varejo alimentar e o farmacêutico, tendem a sofrer menor deformação neste momento.
Isso significa que, ainda que a rentabilidade da Panvel (PNVL3) e do Carrefour (CRFB3) possa ser pressionada, as empresas podem se beneficiar do aumento de volume de compras, segundo as projeções da corretora.
Enquanto isso, a Renner deve vivenciar uma compressão da demanda por muito mais tempo antes de voltar à normalidade.
- Leia também: Como ficam as ações das empresas do agronegócio na B3 que atuam no RS após a tragédia climática no Estado?
Carrefour (CRFB3) e o impulso com doações
Na visão da Genial Investimentos, apesar da exposição ao Rio Grande do Sul, o Carrefour (CRFB3) deve vivenciar um efeito positivo no balanço do segundo trimestre de 2024.
Atualmente, a varejista possui 99 lojas localizadas no Rio Grande do Sul — de um parque de 1.074 unidades espalhadas pelo país. Segundo os analistas, cerca de 9% das vendas brutas da empresa vêm do Estado.
Do total de unidades localizadas na região gaúcha, cerca de sete lojas precisaram ser temporariamente fechadas, o equivalente a 1% das vendas brutas totais do grupo.
“Vale destacar que todas as 99 lojas do RS possuem apólices de seguro que cobrem danos materiais e lucro cessantes”, ressaltaram os analistas.
Na avaliação da Genial, o Carrefour deve apresentar um trimestre de maior alavancagem operacional, com destaque para o aumento de volume bruto de mercadorias.
Para os analistas, se as lojas permanecerem fechadas por 21 dias, o fluxo para as outras lojas do RS deveria aumentar 25% — o que implicaria em um crescimento de 4,2% na receita bruta do grupo em relação ao segundo trimestre de 2023.
O crescimento de receita bruta ainda resultaria na aceleração sequencial de vendas.
Segundo a corretora, o aumento das doações em todos os estados brasileiros também deve ajudar o Atacadão com um salto no volume de vendas para o grupo e diluindo as despesas com vendas da vertical nesse trimestre.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Panvel (PNVL3): um desempenho misto
Por sua vez, a Panvel (PNVL3) deve registrar impactos agridoces no resultado deste trimestre. A companhia possui 606 lojas espalhadas entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Além das unidades, a companhia possui dois centros de distribuição, com um deles localizado na cidade de Eldorado do Sul, região bastante afetada pelas enchentes das últimas semanas.
Nas contas da Genial, cerca de 67% das vendas da empresa partem do Estado gaúcho.
Mas ainda que boa parte do faturamento da Panvel esteja concentrada no RS, os analistas acreditam que a venda de medicamentos e outros serviços farmacêuticos deve ajudar a limitar os impactos na receita bruta.
Os analistas acreditam que 18 lojas da companhia devem continuar fechadas entre 21 e 28 dias — mas se beneficiem do aumento de fluxo de 50% para as outras 390 lojas abertas no Rio Grande do Sul.
Considerando que o volume bruto de vendas (GMV) dos outros três estados permaneça inalterado, em termos financeiros, isso poderia implicar em um crescimento de cerca de 12,8% ao ano no faturamento da Panvel no 2T24.
“Entendemos que se abre uma considerável “janela de oportunidade” para maior consolidação do setor no estado, dado o fechamento de lojas de independentes/associados, devolvendo pontos comerciais ‘interessantes’ para a Panvel aumentar a sua expansão nos próximos anos”, afirmaram os analistas.
Por sua vez, a margem operacional da Panvel deve ser a principal linha afetada no balanço do segundo trimestre de 2024, especialmente devido ao aumento de despesas com a antecipação do 13º salário para colaboradores e maiores gastos com logística.
Como as enchentes devem bater no balanço da Renner (LREN3)
Já a Lojas Renner (LREN3) ocupa o destaque negativo nas projeções da Genial. Atualmente, a empresa possui 75 lojas no Rio Grande do Sul — de 654 lojas no país e 15 unidades no exterior.
A Genial estima que cerca de 13% da receita líquida do varejo da companhia venham do estado.
Na visão da corretora, o principal impacto sobre a companhia não deve vir tanto da perda de estoque ou de maiores investimentos na reforma de lojas, mas sim de uma desaceleração de vendas e maiores despesas operacionais, com antecipação de férias, 13º e depósito emergencial.
- Confira aqui: Altas temperaturas pegam a Lojas Renner (LREN3) desprevenida e provocam revisão para baixo pela XP
Esse combo de fatores deve atingir não apenas a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), como também o lucro do segundo trimestre de 2024.
No momento mais crítico da situação, cerca de 27 lojas ficaram fechadas devido à falta de acessibilidade aos locais. Hoje, aproximadamente 7 unidades continuam fora de operação.
Os analistas estimaram como cenário-base uma redução de 40% no fluxo às outras lojas do Rio Grande do Sul. Com o fechamento das lojas por 21 dias, a receita líquida total do varejo deve recuar 4,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Fusão entre Marfrig e BRF inclui dividendo de R$ 6 bilhões — mas só terá direito à bolada o investidor que aprovar o casamento
Operação ainda deverá passar pelo crivo dos investidores dos dois frigoríficos em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) convocadas para junho
O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig
Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes
Warren Buffett não quer mais o Nubank: Berkshire Hathaway perde o apetite e zera aposta no banco digital
Esta não é a primeira vez que o bilionário se desfaz do roxinho: desde novembro do ano passado, o megainvestidor vem diminuindo a posição no Nubank
Você está buscando no lugar errado: como encontrar as próximas ‘pepitas de ouro’ da bolsa
É justamente quando a competição não existe que conseguimos encontrar ações com grande potencial de valorização
BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se unem para criar MBRF. E agora, como ficam os investidores com a fusão?
Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim resultará no nascimento de uma nova companhia
Méliuz (CASH3) consegue mudar estatuto e pode adotar bitcoin (BTC) como principal ativo estratégico da tesouraria
Os planos da plataforma para investir em criptomoedas começaram no dia 6 de março, quando anunciou que havia usado 10% de seu caixa para comprar bitcoin
Ibovespa melhor do que o S&P 500? Por que os gestores seguem vendidos em bolsa americana, segundo pesquisa da Empiricus
O levantamento mostrou que, pelo segundo mês consecutivo, a bolsa brasileira superou a bolsa americana em sentimento positivo dos gestores; descubra as razões
Agronegócio não dá trégua: Banco do Brasil (BBAS3) frustra expectativas com lucro 20% menor e ROE de 16,7% no 1T25
Um “fantasma” já conhecido do mercado continuou a fazer peso nas finanças do BB no primeiro trimestre: os calotes no setor de agronegócio. Veja os destaques do balanço
Americanas (AMER3): prejuízo de R$ 496 milhões azeda humor e ação cai mais de 8%; CEO pede ‘voto de confiança’
A varejista, que enfrenta uma recuperação judicial na esteira do rombo bilionário, acabou revertendo um lucro de R$ 453 milhões obtido no primeiro trimestre de 2024
Ação da Oi chega a subir mais de 20% e surge entre as maiores altas da bolsa. O que o mercado gostou tanto no balanço do 1T25?
A operadora de telefonia ainda está em recuperação judicial, mas recebeu uma ajudinha para reverter as perdas em um lucro bilionário nos primeiros três meses do ano
Banco Pine (PINE4) supera rentabilidade (ROE) do Itaú e entrega lucro recorde no 1T25, mas provisões quadruplicam no trimestre
O banco anunciou um lucro líquido recorde de R$ 73,5 milhões no primeiro trimestre; confira os destaques do resultado
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Queda de 90% desde o IPO: o que levou ao fracasso das novatas do e-commerce na B3 — e o que esperar das ações
Ações de varejistas online que abriram capital após brilharem na pandemia, como Westwing, Mobly, Enjoei, Sequoia e Infracommerce, viraram pó desde o IPO; há salvação para elas?
Em reestruturação para tentar sair do buraco, prejuízo da Casas Bahia (BHIA3) cresce 56,3% no 1T25 e chega a R$ 408 milhões
Ainda assim, as perdas da varejista entre janeiro e março deste ano são menores do que as registradas do último trimestre do ano passado e também viera baixo do que o mercado esperava; confira os números
Serena (SRNA3) de saída da B3: Actis e GIC anunciam oferta para fechar o capital da empresa de energia renovável; ações sobem forte
A oferta pública de aquisição vem em meio ao processo de redução de dívidas da empresa, que atingiu um pico na alavancagem de 6,8 vezes a dívida líquida/Ebitda
Ação da Casas Bahia (BHIA3) sobe forte antes de balanço, ajudada por vitória judicial que poderá render mais R$ 600 milhões de volta aos cofres
Vitória judicial ajuda a impulsionar os papéis BHIA3, mas olhos continuam voltados para o balanço do 1T25, que será divulgado hoje, após o fechamento dos mercados
Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25
O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Depois de negociar ações de pequenas e médias empresas brasileiras, BEE4 quer estrear na renda fixa no segundo semestre
Conhecida como ‘bolsa das PMEs’, startup busca investidores para levantar capital para empresas que faturam até R$ 500 milhões ao ano
Nubank (ROXO34) atinge lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, enquanto rentabilidade (ROE) vai a 27%; ações caem após resultados
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco digital do cartão roxo atingiu a marca de 27%; veja os destaques do balanço