De camelô a banqueiro: como Silvio Santos tornou-se um dos homens mais ricos do Brasil
Depois de trabalhar como vendedor de rua na adolescência, Silvio Santos chegou a figurar na lista de bilionários da Forbes

Silvio Santos fez história na televisão, mas atravessou décadas ocupando o imaginário dos brasileiros como um exemplo de empresário de sucesso.
Em palestras, Silvio Santos, morto neste sábado aos 93 anos, falava com orgulho da trajetória que o levou "de camelô a banqueiro".
Também se orgulhava de dizer que a maior parte de sua fortuna foi construída por meio de trabalho duro.
Nascido Senor Abravanel, ele começou a trabalhar ainda na adolescência como vendedor de rua no Rio de Janeiro.
Chegou a ser detido pela polícia local por causa do trabalho. Teria sido na conversa com o delegado que ele conseguiu seus primeiros bicos como locutor.
Mas Silvio Santos ainda atendia por Senor Abravanel e ganhava mais como camelô do que como locutor.
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O que mudou essa situação foi um primeiro contrato com a Rádio Nacional.
Dali em diante, o carisma pessoal juntou-se ao tino para os negócios para fazer de Silvio Santos um dos homens mais ricos do Brasil.
O Baú da Felicidade
Ao longo das décadas, Silvio Santos construiu um império empresarial marcado pela diversificação de investimentos.
Fundado em 1965, o Grupo Silvio Santos atuou em uma série de segmentos da economia.
O impulso para sua fortuna veio dos carnês do Baú da Felicidade.
Fundado pelo empresário e apresentador Manuel da Nóbrega em 1958, o Baú da Felicidade estava à beira da falência quando Silvio Santos o recebeu praticamente de graça do amigo.
O motivo do perrengue financeiro do Baú da Felicidade foi um golpe aplicado por um sócio em Manuel da Nóbrega.
Poderia ter sido um "presente de grego", mas o empresário reergueu o Baú da Felicidade e o transformou no esteio de sua ascensão no mundo dos negócios.
Simultaneamente, Silvio Santos surfou a modernização tecnológica da época e trocou o rádio pela televisão.
A nova mídia deu novo impulso a sua fama como apresentador.
O empresário de mídia
Em 1976, Silvio Santos tornou-se empresário de comunicação e mídia depois de obter a concessão do canal 11 da televisão no Rio de Janeiro.
Fundou então a TVS, que serviu de embrião para o atual SBT, lançado em 1981.
Paralelamente, o empresário chegou a deter por intermédio de terceiro uma fatia da TV Record, mas vendeu a participação ao bispo Edir Macedo em 1989.
Tele-Sena e Jequiti
Outro negócio que rendeu muito dinheiro a Silvio Santos ao longo das décadas foi a Tele-Sena.
A loteria eletrônica foi bastante popular entre os anos 1990 e 2000.
Em 2006, o empresário ingressou no segmento de cosméticos.
Os produtos de beleza de sua Jequiti tornaram-se populares na venda porta-a-porta, desafiando marcas consolidadas como Avon e Natura.
Silvio Santos também entrou nos ramos da incorporação imobiliária e da hotelaria.
O principal exemplo neste caso é o hotel Jequitimar, erguido por sua própria construtora, a Sisan.
O banqueiro Silvio Santos
A ascensão social de Silvio Santos não transcorreu sem polêmicas.
A obtenção de concessões de canais de televisão entre o fim da década de 1970 e o início dos anos 1980 e o quadro chapa-branca "A Semana do Presidente" eram apontados como evidências de sua proximidade com a ditadura cívico-militar.
Em 1987, ele precisou se defender de acusações de uso de trabalho escravo em uma fazenda comprada por ele no Mato Grosso ainda nos anos 1970 com incentivos do regime militar.
A incursão de Silvio Santos como banqueiro também foi marcada por polêmicas.
Ele fundou o Banco PanAmericano em 1990.
Em 2009, a Caixa Econômica Federal tornou-se sócia do PanAmericano por meio da Caixa Participações.
No ano seguinte, o empresário precisou colocar seu patrimônio pessoal à disposição depois da descoberta de um rombo bilionário na instituição financeira.
As 44 empresas do Grupo Silvio Santos entraram como garantia de um empréstimo de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Em 2011, depois da descoberta de um rombo adicional de R$ 1,5 bilhão, Silvio repassou o PanAmericano ao banco BTG Pactual.
Uma década mais tarde, o BTG comprou a fatia da Caixa por R$ 2,7 bilhões e o PanAmericano atende atualmente pelo nome de Banco Pan.
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Silvio Santos na Forbes
Silvio Santos já foi o homem mais rico do Brasil.
Por muitos anos, quando a Receita Federal ainda divulgava os nomes dos maiores contribuintes do Brasil, o empresário liderou por anos a lista dos principais pagadores de impostos do país.
Ele chegou a integrar, em 2013, a lista de bilionários da Forbes.
A mais recente estimativa disponível, de 2022, situava a fortuna pessoal de Silvio Santos em cerca de R$ 1,6 bilhão.
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