Petrobras (PETR4) diz o que falta para pagar bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas. O que fazer com as ações da estatal até lá?
A petroleira apresentou lucro maior do que o esperado pelo mercado, em uma reversão do prejuízo no trimestre anterior; ações sobem na B3 na contramão da queda do petróleo no exterior

Esplendoroso. Foi assim que a presidente da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, descreveu o desempenho financeiro da estatal no terceiro trimestre de 2024. De fato, a petroleira reverteu o prejuízo dos três meses anteriores em um lucro que superou as estimativas — mas os investidores queriam saber sobre o pagamento dos dividendos.
Os ordinários, que as empresas são obrigadas a entregar, vieram: R$ 17,12 bilhões serão pagos em dezembro. Acontece que a Petrobras tem represado cerca de R$ 22 bilhões em dividendos extraordinários — que não foram distribuídos junto com o balanço de julho a setembro. Por isso, a dúvida continua: quando a estatal finalmente vai fazer esse pagamento?
Fernando Melgarejo, diretor financeiro da Petrobras, respondeu a essa pergunta nesta sexta-feira (8) ao comentar junto com Chambriard o resultado trimestral da companhia e deu uma pista: a liberação dos R$ 22 bilhões extras aos acionistas depende do plano estratégico 2025-2029.
“Entendemos que, pelas melhores práticas, essa liberação deve ser avaliada diante da construção do planejamento estratégico, que deve ser aprovado até 21 de novembro”, disse Melgarejo.
“Nesse processo, avaliamos o caixa, o nível de endividamento e outras métricas para, se tivermos um nível de confiança adequado, propor para a companhia [o pagamento dos dividendos extraordinários] e é a companhia que toma a melhor decisão nesse sentido”, acrescentou.
Questionado sobre o uso da reserva de remuneração de capital para o pagamento dos dividendos extraordinários, Melgarejo explicou que o mecanismo não é a garantia de distribuição aos acionistas.
Leia Também
No segundo trimestre, a Petrobras teve um prejuízo bilionário e mesmo assim anunciou o pagamento de R$ 13,6 bilhões em proventos. Desse valor, R$ 6,4 bilhões vieram da reserva de remuneração de capital de R$ 21,9 bilhões que a companhia criou com parte do lucro de 2023 que decidiu não distribuir aos acionistas.
A partir desse uso das reservas, o mercado começou a se questionar se a Petrobras poderia recorrer a elas para distribuir os dividendos extraordinários represados.
“A existência da reserva de remuneração de capital não significa que temos caixa. Essa reserva funciona como uma espécie de provisão contábil. Quando decidimos pelo pagamento de dividendos, a gente olha para o fluxo de caixa. A reserva é um instrumento nesse processo”, afirmou Melgarejo na coletiva de hoje.
Se os dividendos podem vir depois do plano estratégico, quando a Petrobras divulga?
Embora os executivos da Petrobras não tenham apresentado uma data para distribuir os dividendos extraordinários, eles condicionaram essa liberação ao plano estratégico 2025-2029 — esse sim com data para ser anunciado.
A própria estatal já havia sinalizado que deve divulgar publicamente seu próximo planejamento quinquenal no dia 22 de novembro.
O plano estratégico atual da Petrobras prevê investimentos de R$ 102 bilhões entre 2024 e 2028 — o que representou um aumento de 31% em relação ao anterior.
Fontes ouvidas pela Reuters indicam que o novo plano de aportes deve girar em torno de R$ 110 bilhões, um aumento de 8% sobre o atual.
Questionada sobre o assunto na coletiva de hoje, a presidente da Petrobras pediu paciência.
“Peço um pouco mais de paciência. [O plano 2025-2029] está batendo na trave, já já apresentamos. O que posso antecipar é que E&P [exploração e produção] continua sendo nosso foco e as refinarias demandarão cuidado. Teremos um plano voltado cada vez mais para a transição energética”, afirmou Chambriard.
E o diretor financeiro completou: “A lógica que buscamos para o plano estratégico é a lógica do capital otimizados, que crie valor para o acionista e suporte investimentos em longo prazo”.
SELIC nas alturas: Como montar uma CARTEIRA de AÇÕES RESILIENTE?
Comprar ou vender Petrobras agora?
As ações da Petrobras são umas das poucas entre as empresas ligadas às commodities que sobem na bolsa brasileira hoje — isso porque a decepção do mercado com os estímulos chineses derruba os papéis de companhias ligadas às matérias-primas.
Por volta de 15h, PETR4 avançava 0,65%, a R$ 35,74, enquanto PETR3 tinha alta de 0,63%, a R$ 38,62. No mesmo horário, os futuros do petróleo recuavam pelo menos 2% no exterior.
Mas, depois de resultados melhores do que o esperado no terceiro trimestre e da luz brilhando no fim do túnel dos dividendos extraordinários, o que fazer com as ações da Petrobras agora?
O Goldman Sachs manteve a recomendação de compra para os papéis da estatal, com foco no potencial da empresa.
O banco diz que os investimentos realizados no período deram um salto de 30% contra o segundo trimestre, devido a atividades de manutenção e à chegada de novos equipamentos, mas que espera uma redução no quarto trimestre do ano.
"A empresa manteve o guidance de capex para 2024 em US$ 13,5 bilhões-US$ 14,5 bilhões, o que, por sua vez, implica em US$ 2,6 bilhões-US$ 3,6 bilhões em capex esperado para o quarto trimestre, portanto, menor comparado aos investimentos do terceiro trimestre", informou.
O Goldman disse ainda que a queda da margem de refino da estatal, especialmente no diesel, fez com que o Ebitda ajustado (em reais) do segmento diminuísse 42% em relação há um ano, com margens de refino também parcialmente compensadas por um real mais fraco.
Já o Citi tem recomendação neutra para as ações da Petrobras. O banco classificou os resultados financeiros do terceiro trimestre como fracos devido aos preços e à produção de petróleo menores.
Apesar do anúncio de dividendos ordinários, os analistas do Citi veem o aumento do capex como um sinal de alerta para a tese de dividendos da estatal.
"Muitos investidores acreditam que a empresa não conseguirá aumentar seus investimentos nesse ritmo, o que, combinado com uma tendência de queda nos preços do petróleo, pode representar riscos de queda nos pagamentos futuros de dividendos ordinários", disseram.
Segundo os analistas, a tese de dividendos para 2025 ficará mais clara após a divulgação do novo plano estratégico. O banco estima um potencial de aproximadamente US$ 4 bilhões em dividendos extraordinários.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 48,00, o que representa um potencial de alta de 35,5%.
Segundo o banco, a Petrobras mostrou um balanço com bons números no terceiro trimestre, o que ajudou a companhia a anunciar a distribuição de dividendos acima do esperado pelo mercado.
Entre os pontos positivos, o banco destacou um sólido fluxo de caixa operacional de US$ 11,3 bilhões — acima da estimativa de US$ 9 bilhões do BBA, beneficiado por uma redução no pagamento de imposto de renda e contribuição social, que compensou uma maior concentração de investimentos de US$ 4,5 bilhões neste trimestre.
“Isso apoiou a empresa no anúncio de dividendos ordinários de US$ 3,1 bilhões, yield [rendimento] de 3,9%, acima da nossa estimativa e do consenso”, disseram os analistas em relatório.
Casas Bahia (BHIA3) anuncia dois novos nomes para o conselho; veja o que muda no alto escalão da companhia
No início de agosto, a Mapa Capital passou a deter participação aproximada de 85,5% do capital social da Casas Bahia, se tornando a maior acionista da varejista
Oi (OIBR3) tem prejuízo líquido de R$ 835 milhões no 2T25; confira os resultados completos
A companhia teve uma reversão do lucro de R$ 15 bilhões em comparação ao ano anterior, quando houve ganho de natureza contábil
A emissão de US$ 2 bilhões em títulos globais da Petrobras (PETR4) é um risco para o investidor?
Os bonds com vencimento em 10 de setembro de 2030 terão taxa de retorno ao investidor é de 5,350% ao ano. Já para os bonds com vencimento em 10 de janeiro de 2036, a remuneração é de 6,550% ao ano.
Ambev (ABEV3) é pressionada por preço maior e produção menor; saiba o que fazer com a ação agora
Economia em desaceleração e aumento da competição estão entre os fatores que acendem o alerta para os próximos trimestres
Mounjaro: concorrente do Ozempic está em falta, mas algumas redes de farmácia estão mais bem posicionadas, segundo a XP
Corretora também monitorou a concorrência entre o varejo físico e online para produtos com e sem receita médica, incluindo cosméticos
Cade pede mais estudos sobre fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi; o que isso significa para o negócio?
Entre as informações adicionais para realizar a análise da fusão estão questões que envolvem o mercado de varejo pet físico e online
BRF-Marfrig: Cade marca sessão extraordinária para julgar fusão de gigantes nesta sexta-feira (5)
O conselheiro Carlos Jacques, que havia pedido vistas do processo em 20 de agosto, liberou nesta quarta (3) seu voto pela aprovação integral da fusão
O pior já passou para o Banco do Brasil (BBAS3) ou ainda vem turbulência pela frente? Veja o que diz o Itaú BBA
Os analistas destacam que os problemas do agronegócio, que já haviam surpreendido negativamente neste ano, continuam longe de serem resolvidos
Cade dá puxão de orelha na Azul (AZUL4) e na Gol (GOLL54) por acordo de rotas compartilhadas e determina prazo de 30 dias para as aéreas notificarem o negócio
Segundo o relator do caso, os contratos de codeshare não têm isenção automática da análise concorrencial do órgão antitruste
“Estamos falando de uma transformação profunda”, diz o CEO da Vale (VALE3) sobre investimento de R$ 67 bilhões. A mineradora vai mudar?
Os recursos bilionários serão destinados à retomada da operação de Capanema, em Ouro Preto, que estava paralisada há 22 anos, e estão inseridos em um projeto bem maior da companhia
Raízen deixa Oxxo com fim da parceria com a Femsa, mas mantém lojas de conveniência Shell; ações RAIZ4 disparam na bolsa
As companhias anunciaram o fim da joint venture Grupo Nós, criada em 2019, que controlava o Oxxo, além da Shell Select e Shell Café
BTG Pactual (BPAC11) agora mira o RH das empresas para crescer no digital: “Os CEOs e CFOs já nos conhecem”
Tradicional em investimentos, BTG aposta em previdência, folha de pagamento e soluções para atrair empresas — e novas contas digitais
Banco Central reprova compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB)
Acordo havia sido anunciado em março, e decisão do BC era último passo para concretização do negócio
Méliuz (CASH3) compra US$ 1 milhão em bitcoin (BTC) — com uma diferença dessa vez
A compra da criptomoeda mais valiosa do mundo se tornou parte fundamental dos negócios da plataforma de cashback
Ações da Cosan (CSAN3) saltam 8% e emendam sexto dia de alta; afinal, o que está animando tanto o mercado?
Segundo relatório da Empiricus, três notícias recentes foram positivas para a companhia ou seu setor de atuação
Conheça a Anthropic, dona de chatbot rival do ChatGPT, que foi avaliada em quase R$ 1 trilhão
A empresa planeja reforçar a capacidade de atender à demanda empresarial e impulsionar a expansão internacional após nova rodada de investimentos
Não é hora de dar tchau: Justiça dos EUA determina que Google não precisa abrir mão do Chrome, e ações disparam nesta quarta (3)
O navegador estava no cerne do processo por violar a lei antitruste norte-americana no segmento de buscas e publicidade nos resultados de pesquisa
Mais um ataque hacker: fintech Monbank sofre desvio de R$ 4,9 milhões em segunda tentativa de assalto ao sistema financeiro nesta semana
A instituição afirmou que a maior parte do valor já foi recuperado e nenhuma conta de clientes foi afetada
Cosan (CSAN3) é história única de reestruturação na América Latina, e era de ‘valor zero’ da Raízen (RAIZ4) deve acabar, segundo BofA
O Bank of America reafirma a recomendação de compra para a Cosan (CSAN3), destacando seu processo único de reestruturação e desalavancagem na América Latina, mas reduz o preço-alvo para R$ 11
Itaú Unibanco (ITUB4) revela alavancas por trás de plano ambicioso de dobrar a carteira do negócio de varejo até 2030
As metas ambiciosas para o banco de varejo integram o cerne de dois planos estratégicos do Itaú: o iVarejo 2030+ e o Programa PJ 2030. Entenda os detalhes