Operação de R$ 7,5 bilhões entre Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) foi aprovada pelo Cade, mas o órgão receitou alguns ‘remédios’
A negociação da Marfrig e da Minerva já estava no radar do Cade há um ano e envolve 16 ativos na América do Sul – veja como ficou o acordo
Uma operação bilionária no setor de alimentos finalmente está perto de sair do papel. Depois de um ano em debate, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, nesta quarta-feira (25), a venda de parte do negócio de carnes bovinas e ovinas da Marfrig (MRFG3) para a Minerva (BEEF).
O acordo foi fechado entre as duas companhias em agosto de 2023 e é estimado em R$ 7,5 bilhões. Ele envolve 16 ativos localizados principalmente no Brasil:
- 11 plantas de bovinos no Brasil;
- 1 unidade industrial na Argentina;
- 3 unidades industriais no Uruguai;
- 1 planta de cordeiros no Chile; e
- 1 Centro de Distribuição no Brasil.
No entanto, embora o Cade tenha aprovado a operação, o órgão impôs restrições ao negócio para mitigar riscos de afetar a concorrência. O receio era de que o acordo entre as duas companhias gerasse uma concentração excessiva.
- LEIA TAMBÉM: Dívidas são herdadas? Entenda o que diz a legislação brasileira e saiba como evitar dores de cabeça no futuro.
Os ‘remédios’ do Cade – veja o que muda
Uma das medidas impostas é a venda da planta produtiva de Pirenópolis (GO), usada para o abate de animais. Hoje, a planta é da Marfrig, mas durante o processo, a Minerva será a responsável por vender o ativo.
A unidade está inativa atualmente, mas os conselheiros do Cade defendem que uma possível reativação da produção no local seria danosa para a concorrência.
A Minerva deverá vender a planta em até seis meses após a conclusão oficial do acordo, mas esse prazo pode ser prorrogado por até mais um semestre. Após o período, se a venda não for concluída, a companhia deverá colocar a unidade em leilão.
Leia Também
Além disso, o Cade excluiu uma cláusula do contrato que impedia a Marfrig de expandir sua planta em Várzea Grande (MT), embora a empresa não possa iniciar novas plantas no estado por cinco anos.
As medidas foram tomadas pelo órgão após as duas empresas apresentarem resistências em entrar em um acordo sobre possíveis restrições do Cade ao longo deste último ano de discussões.
Porém, embora a aprovação no Cade seja uma sinalização positiva para a operação, a venda de ativos entre a Marfrig e a Minerva ainda precisa ser analisada pelos órgãos de concorrência da Argentina e do Uruguai.
Para assegurar o negócio, a Minerva já desembolsou um sinal de R$ 1,5 bilhão no anúncio da operação, em agosto de 2023.
As parcelas restantes do contrato de R$ 7,5 bilhões deverão ser pagas na data de fechamento e contam com o compromisso de financiamento firme por parte do JP Morgan.
Investidores da Marfrig comemoram na bolsa e Minerva vai na contramão
Após a aprovação do Cade, as ações das duas companhias reagiram na bolsa. Enquanto a Marfrig apresenta alta de 1,58% nesta quarta (25), os investidores de Minerva vão na contramão, e o papel BEEF3 tem queda de 1,2%.
Desde o início do ano, a Marfrig dispara 45%, e as ações MRFG3 têm recomendação de compra pelo Bank of America com preço-alvo de R$ 21,50 – potencial de alta de 53,5%. Enquanto isso, a Minerva desvaloriza 9,5% no acumulado de 2024.
Porém, mesmo com as quedas recentes do papel, os analistas do Goldman Sachs têm uma visão positiva para as ações da Minerva. Após a aprovação do Cade, o banco afirmou que acredita que a companhia pode se beneficiar de uma perspectiva mais atraente para o ciclo do gado no Brasil em 2025.
Além disso, os ativos que a Minerva está comprando da Marfrig estão gerando um EBITDA por ano de R$ 905 milhões, segundo estimativas dos analistas.
Dado o cenário esperado com essa operação, o Goldman Sachs recomenda investir nos papéis da Minerva com um preço-alvo de R$ 7,55 nos próximos 12 meses – o que significa uma possibilidade de alta de 14%.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%
O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta
O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25
A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás
Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25
Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas
Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques
O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço
Lucro da Moura Dubeux (MDNE3) salta 32,1% e vem acompanhado de dividendos; diretor diz que distribuição deve engordar
A construtora também está de olho no endividamento — encerrou o terceiro trimestre com o índice dívida líquida/patrimônio líquido em 13,6%, patamar “muito saudável” na visão do executivo Diogo Barral
Resultado fraco derruba a ação da Vamos (VAMO3) — mas para 4 analistas, ainda há motivos para comprar
Em reação ao desempenho, as ações chegaram a cair mais de 7% no início do dia, figurando entre as maiores perdas do Ibovespa
Oncoclínicas (ONCO3) atinge meta de R$ 1 bilhão para seguir em frente com aumento de capital. Isso é suficiente para reerguer as finanças?
Com a subscrição de R$ 1 bilhão alcançada no aumento de capital, a Oncoclínicas tenta reverter sua situação financeira; entenda o que vem pela frente
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço? Com previsão de lucro pressionado e ROE de um dígito, saiba se vale comprar as ações antes da virada
A conta do agro chegou — e continuará a pressionar: por que o Banco do Brasil deve ser o azarão da temporada de balanços outra vez?
CVM pressiona, credores cobram: Ambipar (AMBP3) adia balanço do 3T25 em meio ao enigma do caixa
Apenas alguns meses após reportar quase R$ 5 bilhões em caixa, a Ambipar pediu RJ; agora, o balanço do 3T25 vira peça-chave para entender o rombo
Braskem (BRKM5) tem prejuízo no 3T25, mas ação salta mais de 16%; entenda do que o mercado gostou
A companhia registrou prejuízo de R$ 26 milhões do terceiro trimestre depois de perdas de R$ 92 milhões no mesmo período de 2024, uma redação de 96%
Seca de dividendos da BB Seguridade (BBSE3)? Entenda o que levou o JP Morgan a rebaixar a ação para venda
Um dos pontos que entrou no radar dos analistas é a renovação do contrato de exclusividade com o Banco do Brasil, que vence em 2033, mas não é o único
11.11: o que prometem a Amazon e o KaBuM às vésperas da Black Friday
Varejistas apostam em cupons, lives e descontos relâmpago para capturar compras antes do pico da Black Friday
A engrenagem da máquina de lucros: Como o BTG Pactual (BPAC11) bate recordes sucessivos em qualquer cenário econômico
O banco de André Esteves renovou outra vez as máximas de receita e lucro no 3T25. Descubra os motores por trás do desempenho
Black Friday e 11.11 da Shopee: achadinhos de até R$ 35 que podem deixar sua casa mais prática
Entre utilidades reais e pequenos luxos da rotina, a Black Friday e o 11.11 revelam acessórios que tornam a casa mais funcional ou simplesmente mais divertida
A Isa Energia (ISAE4) vai passar a pagar mais dividendos? CEO e CFO esclarecem uma das principais dúvidas dos acionistas
Transmissora garante que não quer crescer apenas para substituir receita da RBSE, mas sim para criar rentabilidade
É recorde atrás de recorde: BTG Pactual (BPAC11) supera expectativa com rentabilidade de 28% e lucro de R$ 4,5 bilhões no 3T25
O balanço do BTG trouxe lucro em expansão e rentabilidade em alta; confira os principais números do trimestre
Valorização da Hypera (HYPE3) deve chegar a 20% nos próximos meses, diz Bradesco BBI; veja qual é o preço-alvo
Analistas veem bons fundamentos e gatilhos positivos para a empresa à frente
Desdobramentos da falência: B3 suspende negociações das ações Oi (OIBR3)
Segundo o último balanço da companhia, referente ao segundo trimestre, a empresa tinha 330 mil ações em circulação, entre ordinárias e preferenciais
MBRF (MBRF3): lucro recua 62% e chega a R$ 94 milhões no 3T25; confira os primeiros números após a fusão
Nas operações da América do Norte, os resultados foram impulsionados pela racionalização da produção e crescente demanda pela proteína bovina
Vale a pena investir na Minerva (BEEF3): Santander eleva preço-alvo e projeta alta de 25% com dividendos no radar
Analistas avaliam que queda de 14% após balanço foi um exagero, e não considera os fundamentos da empresa adequadamente
