Nem assim a Vale (VALE3) agradou: mineradora revisa estimativas, mas novos números não dão fôlego às ações na bolsa
Companhia informou novos números sobre Salobo (Pará) e Sadbury (Canadá), entre outros ativos

A Vale (VALE3) está tendo um período difícil — em um ano, as ações da mineradora acumulam queda de 0,89% — e nem mesmo a atualização de algumas projeções ajudou a animar os investidores. Chegou a hora de vender os papéis da companhia?
Por volta de 16h45 (de Brasília), as ações VALE3 subiam 1,10% na B3, cotadas a R$ 61,52. Em Nova York, os ADRs avançavam 0,98%, a US$ 11,29.
Nesta quinta-feira (20) a Vale apresentou as novas estimativas para a divisão de Metais de Transição Energética. O guidance anterior havia sido informado ao mercado no final de 2023. Os desembolsos previstos pela companhia para período de 2024 a 2026 devem somar:
- US$ 650 milhões para capacidade run rate e confiabilidade;
- US$ 150 milhões para a operação canadense de Sudbury e para a exploração de Salobo;
- US$ 350 milhões para exploração e desenvolvimento de projetos.
A operação de Sadbury conta com cinco minas, uma usina, uma fundição, uma refinaria, empregando cerca de 4 mil funcionários.
Segundo informações da Vale, é um dos maiores complexos de mineração integrados do mundo.
Em Sadbury, a companhia explora níquel, cobre, cobalto, metais do grupo da platina, ouro e prata. Salobo é o maior projeto de exploração de cobre do país, localizado no Pará. Procurada, a assessoria de imprensa da Vale informou que não havia um porta-voz disponível para comentar a revisão nas previsões.
Leia Também
- Onde investir neste mês? Veja 10 ações em diferentes setores da economia para buscar lucros. Baixe o relatório gratuito aqui.
Chegou a hora de comprar ou vender Vale (VALE3)?
Em relatório, analistas do Citi afirmam terem ficado “impressionados” com a atualização dos números apresentados pela Vale. Mas dizem que “tudo é uma questão de entrega”. Eles recomendam compra para as ações da mineradora.
No fato relevante encaminhado hoje à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a mineradora estima produção entre 375 e 410 mil toneladas de cobre em 2026, com crescimento de 5% após a implementação das iniciativas de revisão de ativos, com investimentos totais de US$ 800 milhões (capacidade run rate e confiabilidade em Sudbury e Salobo) e 30% de aumento da produtividade em Sudbury.
Para níquel, a estimativa de produção é de 190 a 210 mil toneladas em 2026, com avanço de 10% após a implementação das iniciativas de revisão de ativos.
Segundo os analistas do Citi, a revisão do guidance feita pela Vale traz muitos dos conceitos de curto prazo vistos em apresentações anteriores: melhorar a estabilidade operacional em Salobo, garantir o fornecimento contínuo de minério para Sossego, aumentar os medidores de desenvolvimento em Sudbury para levar mais minério para a usina, entregando o projeto VBM (Vale Base Metals).
Tradução em desempenho
“A diferença será se estes conceitos puderem ser traduzidos com sucesso em desempenho operacional sustentável”, afirmam.
“Esperamos o melhor, mas o VBM é uma história do tipo ‘mostre-me’ para investidores em ações”, dizem em relatório.
“De forma mais ampla, esta talvez seja a última chance do VBM dentro da Vale. As lutas contínuas podem resultar numa mudança estratégica, por exemplo, uma cisão, venda ou joint venture”, escrevem os analistas do Citi.
A Vale também prevê custo entre US$ 3,5 mil e US$ 4 mil por tonelada em 2026 para o cobre, e entre US$ 11,5 mil e US$ 13,5 mil por tonelada em 2026 para o níquel. Após os ganhos iniciais da revisão de ativos, ambos os custos devem recuar 10%, projeta a companhia.
Com a revisão de ativos de metais de transição energética, o Ebitda incremental estimado pela companhia deve ser de aproximadamente US$ 400 milhões até 2026, e de US$ 1,3 bilhão com a potencial entrega de ativos a partir de 2028.
Estimativas de criação de valor
O gasto total com a revisão deve somar US$ 800 milhões até 2026, e US$ 3,3 bilhões a partir de 2028. Já a criação de valor deve ser de US$ 2 bilhões até 2026, indo para US$ 6 bilhões a partir de 2028.
Considerando as iniciativas de revisão de ativos, as operações de cobre podem atingir capacidade de produção de 400 mil toneladas por ano (ktpa) em 2026, considerando Salobo (cerca de 220 ktpa), Sossego (cerca de 80 ktpa) e operações do Canadá (cerca de 100 ktpa).
A empresa estima alcançar 500 ktpa em 2028, considerando uma adição de cerca de 100 ktpa em relação a 2026, vindo de Salobo (+60 ktpa), Sossego (+15 kpta) e operações do Canadá (+25 kpta).
Depois de 2030, a previsão é alcançar 900 ktpa, considerando o potencial do ativo em 2028 e as adições de Huu (300-350 ktpa), Alemão (60 ktpa) e North Hub (70-100 ktpa).
Já as operações de níquel podem atingir capacidade de produção de 210 ktpa em 2026, considerando Sudbury (60 ktpa), Thompson (10 ktpa), Voiseys Bay (45 ktpa), Onça Puma (40 ktpa), e PTVI (55 ktpa).
A capacidade deve subir para cerca de 250 ktpa em 2028, considerando uma adição de 40 ktpa em relação a 2026, vindo de Sudbury (+25 ktpa) e Voiseys Bay (+15 ktpa). Após 2030, considerando o potencial do ativo em 2028 e as adições das joint ventures da Indonésia (20 ktpa) e Ultramáficos em Thompson (40 ktpa).
A mineradora informa no texto que todas as outras estimativas feitas anteriormente permanecem inalteradas.
Estimativas para o preço dos ADRs da Vale
Os analistas do Citi estimam o preço-alvo para os ADRs da Vale (VALE) na Nyse de “US$ 16,50 com base em 5,0 x EBITDA nas premissas estimadas para 2025”. E complementam: assunção de dívida líquida inclui Refis, Samarco e Brumadinho. “Esse múltiplo está aproximadamente 15% abaixo dos pares globais, uma vez que esperamos que a Vale negocie com desconto.”
Ainda de acordo com os analistas do Citi, os principais riscos (positivos e negativos) para sua projeção de preço-alvo para ADRs da Vale incluem: mudanças nas políticas tributárias e regulatórias; volatilidade dos preços dos metais; e volatilidade cambial.
“Se o impacto dos riscos acima mencionados for superior/inferior ao estimado, as ações poderão não atingir o nosso preço-alvo ou poderão excedê-lo”, afirmam.
Também em relatório, analistas do Itaú BBA classificam os ADRs da Vale como “outperform” ou acima da média de mercado, com preço-alvo de US$ 14,00.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação
Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações
Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita
Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão
Em meio ao ânimo com o Minha Casa Minha Vida, CEO da Direcional (DIRR3) fala o que falta para apostar mais pesado na Faixa 4
O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo sobre a Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, expectativas para a empresa, a Riva, os principais desafios para a companhia e o cenário macro
Petrobras (PETR4) respira: ações resistem à queda do petróleo e seguem entre as maiores altas do Ibovespa hoje
No dia anterior, a estatal foi rebaixada por grandes bancos, que estão de olho das perspectivas para os preços das commodity
AgroGalaxy (AGXY3) reduz prejuízo no 1T25, mas receita despenca 80% em meio à recuperação judicial
Tombo no faturamento decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safrinha de milho, tradicionalmente o principal negócio do período para distribuidoras de insumos agrícolas