“Não somos só uma bolsa de renda variável”, diz Gilson Finkelsztain; CEO da B3 (B3SA3) diz o que vai ser da dona da bolsa em 2025 diante do nervosismo do mercado
CEO da B3 (B3SA3) diz não se preocupar, já que 80% do negócio está baseado em áreas que devem seguir crescendo
Não é só o investidor que segue o conselho de não colocar todos os ovos na mesma cesta. A B3 (B3SA3), bolsa de valores do Brasil, enfatizou nesta quarta-feira (18) o quanto a diversificação das áreas da companhia fará com que a alta dos juros e as incertezas macroeconômicas não atrapalhem o crescimento do negócio ao longo dos últimos anos.
Isso em um dia de nervosismo nos mercados, em que a bolsa fechou aos 120.771,88 pontos, uma perda de 3.926,16 pontos, enquanto o dólar chegou a R$ 6,27 por aqui e o Dow Jones terminou o dia com a pior sequência em 50 anos.
O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, falou com os jornalistas na tarde desta quarta durante o B3 Day, na sede da empresa, na capital paulista, sobre a importância de segmentos díspares terem levado a bolsa a saltar de uma receita de R$ 6,6 bilhões, em 2019, para os atuais R$ 10,4 bilhões (de outubro de 2023 a setembro deste ano), um incremento de 10% no período.
No mesmo intervalo, o Ebitda recorrente (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 9% para R$ 6,5 bilhões, e o lucro líquido recorrente ficou em R$ R$ 4,6 bilhões.
Com isso, enfatizou, a tendência de um juro ainda mais alto em 2025 não preocupa, já que 80% do negócio está mais baseado em áreas que crescem mesmo em cenários de alta volatilidade e que se beneficiam do cenário atual.
“Apesar de carregar bolsa no nome, temos uma série de negócios dos quais bolsa e mercado de renda variável correspondem a 20% da composição total. Apesar de importante, essa não é uma fatia essencial que nos atrapalhe a seguir e manter com o potencial de crescimento da companhia”, disse Finkelsztain.
Leia Também
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Crescimento em outras frentes
Dentro desta estratégia de diversificar, Finkelsztain lembrou da importância da oferta de novos produtos a partir dos dados que a empresa já possui, aliado às companhias adquiridas por ela nos últimos anos.
Segundo ele, foram mais de 450 projetos desenvolvidos ao longo dos dez anos e, não à toa, estas ofertas crescem em relevância na companhia — a área digital, de dados e tecnologia, teve crescimento de 4% no ano, para se ter uma ideia.
Novas iniciativas dentro da B3 geraram uma receita de R$ 2,1 bilhões nos primeiros nove meses de 2024, vindas de novas soluções e investimentos nesses últimos anos, que incluem a aquisição da PDTec e BLK (em 2019), Neoway (2021) e da Neurotech (2023).
“É fato que alguns destes produtos demoram a pegar tração, mas sabemos que precisamos ter a disciplina de ficar próximo do mercado, lançar produtos antes e errar se for preciso para antecipar as necessidades dos investidores, e nunca o contrário”, disse o CEO.
Na apresentação, Finkelsztain mostrou as linhas gerais de cada uma das áreas e, principalmente, apresentou o que a companhia chama de avenidas de crescimento — uma forma de, indiretamente, também deixar clara a estratégia para o ano de 2025, um ano em que a única certeza é a incerteza.
“Apesar do nervosismo e de uma certa melancolia do mercado, estamos confiantes que teremos um bom ano em 2025, já que temos proteção contra volatilidade dentro do nosso próprio negócio e plantamos sementes que vão nos dar frutos em 2025”, afirmou ele.
Mercado de derivativos e balcão na B3
Ainda na comparação de 2019 e 2024, Finkelsztain mostrou os números do crescimento de contratos no mercado de balcão, que saiu de pouco mais de 5,4 milhões de contratos para os atuais 10,7 milhões.
Dentro deste montante, aumentou a importância dos contratos baseados em juros em reais — se há cinco anos a fatia era de 52%, em 2024 tem essa porcentagem cresceu para 56%.
A segunda maior porcentagem dentro deste escopo é dos contratos negociados com futuros de Ibovespa — que deixaram de corresponder a 27%, em 2019, para representar 31% de todos os contratos negociados no mercado de derivativos em 2024.
“Há uma tendência de alongamento de prazos dos contratos de swap baseados em DI vinculados a uma curva de juros mais completa”, disse Gilson.
Já o mercado de balcão dobrou de tamanho neste período de cinco anos, com o salto do total de emissões de R$ 214 bilhões para R$ 553 bilhões. Grande parte dele também negociado em renda fixa, cenário que deve seguir em 2024, segundo as expectativas da empresa.
Para Finkelsztain, este é um segmento que oscila mais e cresce menos em momentos de grande evolução de mercado, mas que segue devagar e sempre em evolução de receita. “É um mercado que se beneficia de momentos de juros mais altos, e que serve como uma espécie de proteção ao nosso negócio”, afirmou.
A companhia, explica, se beneficia deste efeito de juros mais altos e também com o crescimento mais robusto das atividades do mercado de capitais, que “hoje é a principal fonte de financiamento para as empresas”, no lugar que antes era ocupado pelo BNDES e pelos próprios bancos.
Sobre debêntures, em ano de emissão recorde, de R$ 2,9 bilhões captados até agosto de 2024, a B3 vê que muitas empresas hoje captam no mercado local para pagar suas dívidas fora do Brasil, o que a bolsa acredita ser uma tendência em 2025.
- VEJA MAIS: 3 características que o investidor precisa ter para comprar bolsa brasileira agora, segundo analista
Concorrência e nova plataforma internacional
Dados e tecnologia são a base de todo investimento que a B3 pretende fazer no próximo ano, principalmente pensando no crescimento da base de pessoas físicas que já estão na bolsa ou que podem ser atraídas para ela nos próximos anos.
Neste sentido, o aumento de concorrência não assusta porque ele já é uma realidade há alguns anos, disseram os executivos da empresa na apresentação.
Ainda assim, o plano é não deixar de lado oportunidades de aquisição (mas não na magnitude das últimas aquisições feitas), além da oferta de produtos para os investidores que estão fora do Brasil, mas que querem investir no país por meio da bolsa brasileira.
“A previsão é que esta nova plataforma entre em operação ainda no primeiro semestre de 2025, com o potencial de alcançar 250 mil novos investidores dispostos a investir em vários tipos de produtos — especialmente derivativos”, André Milanez, diretor de RI e CFO da B3.
A iniciativa partiu de uma demanda de clientes da B3 que hoje estão fora do país e que fazem essas operações internacionais de dentro para fora por meio de outras plataformas, que serão plugadas no sistema da bolsa brasileira.
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação