Kamala ou Trump? Como o resultado das eleições nos EUA pode mexer com Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3)
A democrata e o republicano têm posições divergentes em relação aos setores de energia e defesa; saiba como os negócios das duas companhias brasileiras podem ser afetados
Duas empresas brasileiras sentem o efeito direto da eleição presidencial nos EUA, marcada para o dia 5 de novembro, devido à exposição dos negócios à maior economia do mundo: Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3). Sem um vencedor claro até o momento, o que pode acontecer com as ações dessas duas companhias?
A primeira coisa a se ter em mente é que a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump expressaram visões completamente diferentes com relação aos setores de defesa e energia.
No caso da Embraer, os gastos militares são um tópico crucial, juntamente com possíveis barreiras comerciais, como tarifas de importação sobre produtos manufaturados.
Para a Weg, a discussão principal gira em torno do Inflation Reduction Act (IRA) e do apoio do governo dos EUA à infraestrutura de energia renovável.
- Entendendo melhor: O Inflation Reduction Act ou lei de redução da inflação foi proposta pelo atual presidente Joe Biden em 2021 e assinada em agosto de 2023. A lei prevê uma série de investimentos verdes em várias atividades, com destaque para a produção de energia renovável. Mas aspectos protecionistas do programa são pontos de atenção.
“Apesar da retórica da campanha, acreditamos que o impacto comercial das eleições nas duas empresas será mínimo”, diz o BTG Pactual em relatório.
O que esperar para Weg com Trump ou com Kamala?
Antes de falar diretamente sobre a Weg, é importante saber o que cada um dos candidatos à presidência dos EUA pensa sobre o segmento em que a “fábrica de bilionários” atua.
Leia Também
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Do lado democrata, Kamala Harris está comprometida em implementar políticas climáticas e energéticas fortes, priorizando a proteção ambiental e práticas sustentáveis.
Como vice-presidente, ela desempenhou um papel crucial na aprovação do Inflation Reduction Act, que alocou financiamento significativo para energia renovável, créditos fiscais para veículos elétricos e programas de desconto.
Já Trump reverteu alguns acordos ambientais internacionais na primeira passagem pela Casa Branca, incluindo restrições às emissões de dióxido de carbono de usinas de energia e veículos.
Agora, o republicano já expressou a intenção de expandir a perfuração no Ártico e demonstrou ceticismo em relação aos carros elétricos. Além disso, Trump enfatiza a desregulamentação e apoia os setores tradicionais de energia, ao mesmo tempo em que visa aliviar o que vê como regulamentações ambientais onerosas.
Como a Weg pode ser afetada por tudo isso? A companhia já demonstrou forte crescimento no mercado dos EUA nos últimos anos, impulsionada principalmente por dois produtos principais: motores elétricos de baixa tensão (LV) e transformadores de potência.
Para o BTG, a demanda por esses dois tipos de equipamento não será afetada por fatores políticos.
“Para motores elétricos, há aplicações em energia renovável e tradicional, com o setor de óleo e gás sendo um consumidor significativo de tecnologia de bombeamento. O mesmo vale para transformadores de energia, cuja perspectiva otimista decorre da falta de capacidade de produção de equipamentos de energia em meio à crescente demanda no país”, dizem os analistas em relatório.
Na visão deles, independentemente do resultado das eleições nos EUA, é improvável que haja mudança no atual desequilíbrio entre oferta e demanda para os dois produtos da Weg.
Na bolsa brasileira, as ações da Weg acumulam alta de 53,4% no ano e de +2,6% em outubro. Cinco casas têm recomendação de compra para o papel e duas têm posição neutra, com preço-alvo médio de R$ 54,30, segundo a Broadcast.
Nesta quinta-feira (24), WEGE3 era negociada em baixa de 0,93% na B3, cotada a R$ 55,69 por volta de 13 horas.
Onde os juros nos EUA vão parar? Mercado quer uma coisa, mas Powell enxerga outra
E a Embraer, vai sentir o efeito da vitória de Trump ou de Kamala?
Assim como no setor de energia, Trump e Kamala também divergem quando o assunto é defesa.
De um lado, a democrata demonstra estar comprometida em apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário, quer garantir que os EUA saiam vitoriosos na competição com a China e defende uma solução pacífica de dois estados para israelenses e palestinos.
Do outro, Trump diz que poderia resolver rapidamente o conflito na Ucrânia por meio de negociações com a Rússia — uma posição que os democratas temem que possa fortalecer Putin. Embora expresse forte apoio a Israel, o republicano ainda não forneceu um plano detalhado para acabar com a guerra em Gaza.
- ‘Chuva de Cifrões’? Entenda por que o 2º semestre de 2024 pode ter os maiores dividendos da história da bolsa brasileira
Vale lembrar que, historicamente, as ameaças externas têm sido impulsionadores significativos dos gastos militares nos EUA e do desempenho das ações de defesa, independentemente de um democrata ou republicano estar na Casa Branca.
“Especificamente em relação à Embraer, o mercado parece estar monitorando de perto o impacto potencial das tarifas de importação sobre produtos estrangeiros como os jatos da companhia, particularmente se Donald Trump vencer a eleição”, dizem os analistas do BTG.
Segundo o banco, se tarifas de importação mais altas forem cobradas, os preços dos jatos podem aumentar, potencialmente interrompendo a cadeia de suprimentos da Embraer nos EUA e afetando os custos de aquisição de aeronaves para muitas companhias aéreas norte-americanas.
“Embora preços mais altos para os E2s possam desacelerar os esforços de marketing da empresa na região, acreditamos que o sucesso do E2 nos EUA depende mais dos regulamentos da cláusula de escopo do que dos preços relativos, especialmente considerando que os jatos da Airbus também são importados”, acrescentam os analistas.
Na bolsa brasileira, as ações da Embraer acumulam alta de 122,3% no ano e de +3,8% em outubro. Três casas têm recomendação de compra para o papel e duas têm posição neutra, com preço-alvo médio de R$ 48,550, segundo a Broadcast.
Nesta quinta-feira (24), EMBR3 era negociada em alta de 1,32% na B3, cotada a R$ 49,81 por volta de 13h
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa