Descontos de encher os olhos: por que Magalu (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e outras varejistas oferecem preços até 20% mais baixos para pagamento via PIX
Segundo o levantamento da consultoria Gmattos, os descontos variam de 2% a 15% na maioria dos produtos; pressão de caixa e efetividade do PIX explicam tendência
Os celulares, eletrodomésticos, móveis e eletrônicos estão entre os produtos mais vendidos nas plataformas de e-commerce da internet. Entre os smartphones, o iPhone da Apple, que acaba de chegar à 16ª geração, é o mais buscado pelos consumidores.
O lançamento da Apple ainda não chegou às lojas brasileiras, mas um iPhone 15 Pro Max de 6,7 polegadas, última geração da linha de smartphones a big tech à venda no Brasil, custa a partir de R$ 10.999. Mas para quem tem condições de pagar à vista, o modelo pode sair por por R$ 7.999 nas Casas Bahia (BHIA3) no pagamento via PIX — ou seja, um desconto de 10% sobre o valor à prazo.
A prática de oferecer preços mais baixos para pagamento à vista não é exclusividade da Casas Bahia nem é uma novidade. Mas chama atenção os descontos que as varejistas oferecem para quem opta pelo PIX.
Com a ascensão do pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC) em 2020, varejistas como Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) passaram a oferecer descontos que podem chegar a até 20% em produtos como eletrodomésticos, móveis e eletrônicos.
O preço mais baixo tem relação tanto com a maior efetividade do PIX para fechar as vendas, principalmente no canal online, como da necessidade das varejistas por reforçar o caixa em tempos de juros altos. Na reportagem a seguir você entende em detalhes o que está por trás da estratégia.
- Você está preparado para ajustar sua carteira em setembro? Apuramos as principais recomendações dos analistas da Empiricus no novo episódio do “Onde Investir”; confira aqui
Desconto no PIX virou prática no varejo
Um levantamento feito pela GMattos a pedido do Seu Dinheiro aponta que, em julho de 2024, cerca de 58% das varejistas brasileiras, incluindo varejistas digitais, ofereciam vantagens exclusivas para clientes que optam pagar com Pix.
Leia Também
Energisa (ENGI3) avança em reorganização societária com incorporações e aumento de capital na Rede Energia
Sinal verde no conselho: Ambipar (AMBP3) aprova plano de recuperação judicial
O desconto é a vantagem mais utilizada para incentivar essa forma de pagamento, segundo a consultoria. No mesmo período do ano passado, esse percentual correspondia a 44%.
A pesquisa mostra que, em muitos casos, o desconto era irrestrito, ou seja, em todos os produtos da loja, variando de 3% a 5%. Em grupos específicos de produtos, a redução no valor final atingia patamares mais altos, algo entre 10% a 15%. Em determinados produtos, o incentivo chega a 20%, segundo a GMattos.
Além do desconto, foram observados no estudo outras formas de motivação pelo Pix, como oferta de frete grátis, pontuação em dobro em programas de fidelidade e entrega expressa.
Fonte: GMattos
Mais vendas, menos custos
De acordo com o estudo da consultoria, o aumento na conversão de vendas — a proporção entre pessoas impactadas com o anúncio e pessoas que realizaram a ação de comprar — é o principal motivo por trás dos descontos oferecidos pelas varejistas.
O levantamento mostrou que a taxa de conversão em anúncios com desconto no Pix é de 90% — a maior entre os meios de pagamentos. No cartão de crédito, o índice cai para 70%, 50% no boleto bancário e chega 30% no cartão de débito.
Segundo Alex Tabor, ex-presidente da Peixe Urbano e CEO da Tuna Pagamentos, o custo de oferecer o Pix como meio de pagamento é menor, principalmente em relação a outros meios, como o cartão. Desse modo, o varejista consegue repassar parte dessa economia para o cliente
Para cada produto vendido e pago por Pix, por exemplo, a loja paga, em média, 0,33% do produto, segundo o mesmo levantamento. Já no cartão de crédito, a taxa paga pelo lojista costuma passar dos 2%, sem contar outras despesas relacionadas ao pagamento.
“A diferença é gigante, especialmente para as varejistas que precisam lutar para maximizar a margem de lucro, que já é pequena”, afirma o CEO da Tuna, fintech focada em ajudar empresas de e-commerce a reduzir gastos com pagamentos.
Desconto no PIX: oportunidade ou questão de sobrevivência?
Além de melhorar as vendas, as varejistas têm outro incentivo importante para oferecer descontos para pagamento via PIX: reforçar o caixa.
Com inflação, juros altos, alavancagem, queda no consumo, concorrência acirrada entre plataformas de e-commerce e inadimplência do consumidor, ter dinheiro disponível em caixa também se tornou uma questão de sobrevivência para as varejistas.
O momento difícil do setor não poupou nem as varejistas de maior porte, como mostra o desempenho das ações na bolsa. Desde o início do ciclo de alta da Selic, o Magazine Luiza, por exemplo, acumula uma perda de mais de 90% do valor de mercado na B3.
Para Ulysses Reys, especialista em varejo e professor da Strong Business School, conveniada à Fundação Getulio Vargas (FGV), os incentivos para o pagamento à vista têm papel fundamental para manter a geração de caixa.
A alta da Selic — que chegou a 2% ao ano em 2020 e atualmente está em 10,50% — afetou de maneira significativa as vendas a prazo. Ao mesmo tempo, o juro alto encarece as linhas de capital de giro. “Quando o consumidor paga no Pix, a varejista vai ter dinheiro em caixa para pagar suas despesas e negociar com fornecedores para repor o estoque”, afirma o professor.
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
