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Larissa Vitória

Larissa Vitória

É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo portal SpaceMoney e pelo departamento de imprensa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

SD ENTREVISTA

Cury (CURY3) mantém ações em forte alta, quebra recorde de vendas no segundo trimestre e diretor diz o que esperar para o balanço da construtora

Ronaldo Cury, diretor de Relações com Investidores da companhia, atribui as marcas históricas a três fatores principais

Logotipo da construtora Cury (CURY3)
A Cury (CURY3) é uma construtora com mais de 60 anos de história e experiência no mercado - Imagem: Divulgação

Esta quinta-feira (10) é um dia repleto de notícias positivas para os acionistas da Cury (CURY3). A construtora e incorporadora deposita hoje os R$ 265 milhões em dividendos adicionais anunciados no início do mês e acaba de publicar também uma prévia operacional repleta de recordes.

Foram pouco mais de R$ 1,7 bilhão em vendas líquidas no segundo trimestre, alta de 46,5% ante o mesmo período do ano passado e o maior valor já registrado nos 61 anos de história da companhia.

A velocidade de vendas (VSO) líquida — indicador importante para o setor, pois mostra o ritmo de absorção dos empreendimentos — também bateu recorde e avançou 50,5%.

Ronaldo Cury, diretor de Relações com Investidores da construtora, atribui as marcas históricas a três fatores: as condições melhoradas do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), a localização dos terrenos e a força de vendas diferenciada da companhia

O executivo conversou com Seu Dinheiro sobre o desempenho operacional da construtora, a performance das ações e o que esperar da Cury daqui para a frente. Confira abaixo os principais pontos da entrevista.

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As ações das construtoras na B3 começaram o ano em forte alta, mas os ganhos foram freados pelas mudanças no cenário macroeconômico. Como você avalia essa virada de cenário? E por que você acredita que a Cury foi uma das menos prejudicadas pela aversão ao risco e um dos únicos papéis do setor a manter uma forte alta, de 24%, em 2024?

O nosso papel bateu recorde na semana passada e vem se mantendo em um preço muito bom. Sabemos que o setor não está performando bem, mas a baixa renda performa melhor, o que tem uma correlação com a taxa de juros. A nossa operação depende um pouco menos da Selic do que a média e alta renda.

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Eu também atribuo o sucesso do nosso resultado à entrega: entregamos mais do que prometemos e posso falar com muito orgulho que isso é um reconhecimento do mercado. Se olharmos para 2020, todas as projeções do nosso prospecto de IPO eram mais conservadoras do que aquilo que foi de fato realizado pela companhia e isso contribuiu para o crescimento do papel.

Hoje, a Cury está como líder do segmento, é a maior empresa da baixa renda e a segunda maior, em termos de market cap, do setor.

Essa virada de cenário macroeconômico, com o fim do ciclo de corte dos juros e aumento dos ruídos fiscais, muda as perspectivas para a construção civil ou elas seguem favoráveis como estavam no início do ano?

O impacto é um pouco mais relevante para a média e alta renda porque o funding deles vêm da poupança. O racional é o seguinte: com uma taxa de juros menor, a poupança tem uma captação maior; com mais dinheiro na poupança, o custo do recurso para o cliente que vai buscar um financiamento imobiliário é mais barato.

Claro que um ambiente de juros menor é favorável para a economia como um todo e isso melhora as coisas para nós também. Só que, na baixa renda, o funding que financia a maior parte dos nossos clientes vem do FGTS, que tem pouca influência da taxa de juros do país. 

Para nós, é muito mais importante, por exemplo, o cliente estar empregado — e o nível de emprego do país está muito bom e a inflação controlada — e ter condições de crédito. E isso foi dado, o programa habitacional que foi criado lá atrás sofreu alguns ajustes nos últimos anos que o deixaram mais atrativo, ou “affordable”, como diria o americano, com condições que cabem no bolso do cliente.

Entrando no desempenho operacional da companhia, o preço médio das unidades caiu um pouco tanto na base trimestral (-1,8%) quanto na anual (-3,5%) e, segundo a prévia, isso se deve ao mix de produtos lançados no trimestre. Como o mix afeta o indicador?

Temos produtos que estão nas faixas mais altas do Minha Casa Minha Vida e temos produtos um degrau fora do programa habitacional. No primeiro trimestre, por questões de aprovações de prefeitura, calhou de termos mais empreendimentos nesse pedacinho fora do MCMV.

Já no segundo trimestre foi o contrário, tivemos mais empreendimentos dentro do programa habitacional do que fora. Quando a gente fala de mix é isso, o que traz o ticket médio de lançamento um pouco mais para baixo.

Por falar em preço médio, ele indica que a companhia tem permanecido focada na faixa 3 do Minha Casa Minha Vida. Há planos para expandir os lançamentos nas faixas mais baixas do programa?

Teremos um empreendimento para a faixa mais baixa no terceiro trimestre no Rio de Janeiro, mas a maioria dos lançamentos deve seguir nas faixas mais altas ou até um degrauzinho fora.

Essa decisão tem muito a ver com as mudanças nos planos diretores e as praças onde atuamos, nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Aqui é mais difícil encontrar oportunidades viáveis para fazer empreendimentos para as faixas mais baixas, o terreno é mais caro, além da topografia e mais uma série de determinantes que fazem com que optemos por trabalhar nas faixas mais altas.

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Tanto as vendas líquidas quanto a VSO foram recordes neste trimestre. A que você atribui o sucesso?

A localização dos terrenos e os produtos são determinantes também, mas atribuo, principalmente, a nossa força de vendas.

Há muitos anos tomamos a decisão de focar esforços e concentrar nossos produtos apenas nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Como temos lançamentos acontecendo todos os meses, há uma previsibilidade para os corretores, essa força de vendas não se dissipa e fica cada vez maior.

Todo mundo da baixa renda vendeu muito bem, mas nós, uma empresa de 61 anos, tivemos recorde graças a essa estrutura.

Todo começo de mês, por exemplo, fazemos um evento no qual mostramos os lançamentos do período. Na semana passada, fechamos o Memorial da América Latina para mais de 1,6 mil corretores no evento de São Paulo. No Rio, enchemos o IMPA Tech com mil corretores. Então estamos falando de uma força com mais de 2,6 mil corretores.

Para se ter uma ideia, uma empresa não tão bem estruturada que vai fazer um lançamento imobiliário atrai, no máximo, 30 corretores para o stand de vendas.

O banco de terrenos da Cury também registrou um recorde histórico mais uma vez e encerrou o segundo trimestre com R$ 17,5 bilhões em VGV potencial (alta de 72,7% ante o 2T23). O landbank deve continuar crescendo nesse ritmo forte nos próximos trimestres?

O racional por trás disso é que estamos sempre atrás de boas oportunidades. O nosso compromisso com os  investidores é sempre comprar bons terrenos. Desde o ano passado, dobramos o nosso time de prospecção de novos negócios em São Paulo e aumentamos a equipe do Rio.

Mas o fator determinante que fez com que conseguíssemos comprar bons ativos foram as alterações nos planos diretores e leis de zoneamento em SP e no RJ no final do ano passado, que ampliaram muito as regiões onde podemos trabalhar e produzir habitação econômica.

O que podemos esperar para o balanço da Cury?

A gente vem preservando as margens e é um excelente trimestre. Além disso, na semana passada, apresentamos para o time de vendas os lançamentos do mês de julho. A temperatura desses dois produtos está muito alta, os nossos corretores estão super animados. Então o terceiro trimestre tem tudo para ser tão bom, ou até melhor do que o primeiro e o segundo.

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