Ação da Vamos (VAMO3) cai mais de 8% e lidera quedas do Ibovespa após lucro quase dobrar no 2T24. Por que o balanço desagradou os investidores?
O lucro líquido ajustado da empresa do grupo Simpar subiu 92,8% em relação ao período de abril a junho de 2023, para R$ 205,5 milhões
Dizem que agradar a gregos e troianos é uma missão praticamente impossível — e a Vamos (VAMO3) pode comprovar isso nesta terça-feira (6).
Mesmo depois de entregar um lucro quase dobrado no segundo trimestre de 2024, as ações estão sendo penalizadas pelos investidores na bolsa brasileira após um balanço trimestral considerado misto.
Por volta das 12h, os papéis caíam 8,36%, negociados a R$ 8,22, e lideravam a ponta negativa do Ibovespa pela manhã. No acumulado do ano, a empresa do grupo Simpar tem desvalorização da ordem de 17% desde janeiro.
- Os balanços do 2T24 já estão sendo publicados: receba em primeira mão a análise dos profissionais da Empiricus Research. É totalmente gratuito – basta clicar aqui.
Lucro da Vamos (VAMO3) dispara, mas…
A disparada no lucro da Vamos (VAMO3) no segundo trimestre não foi o suficiente para instigar o otimismo dos investidores quanto às ações.
O lucro líquido ajustado da empresa subiu 92,8% em relação ao período de abril a junho de 2023, para aproximadamente R$ 205,5 milhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado avançou 31,6% na mesma base, para R$ 875,7 milhões.
Leia Também
A receita líquida consolidada chegou a R$ 1,88 bilhão, equivalente a um aumento de 28,2% no comparativo anual.
Enquanto isso, a alavancagem, mensurada pela relação dívida líquida sobre Ebitda, caiu para 3,39 vezes.
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o capital investido (ROIC) dos últimos 12 meses diminuiu 3,9 pontos percentuais (p.p), para 14,7% no segundo trimestre de 2024.
Já o ROIC spread — diferença entre o retorno sobre o capital investido e o custo da dívida — ficou em 6,3 pontos percentuais, ajudado pelo segmento de locação.
- Receba em primeira mão as análises dos balanços do 2T24. Clique aqui e acesse relatórios de investimentos gratuitos, feitos pelos profissionais da Empiricus Research.
O que não agradou o mercado?
Entretanto, algumas linhas do balanço da Vamos (VAMO3) no 2T24 desagradaram o mercado.
Na avaliação da XP Investimentos, a empresa manteve resultados fortes no segmento de locação, mas registrou números sequencialmente mais fracos das concessionárias e um patamar elevado de retomada de ativos alugados — ou seja, maiores taxas de inadimplência esperadas.
Segundo os analistas, os altos níveis de distratos de ativos alugados, que subiram 67% na base trimestral — quando as expectativas eram de estabilidade — foram um ponto de atenção para os investidores.
A XP avalia que a empresa continua a adequar o portfólio de contratos após o recente aumento nas taxas de inadimplência ter evidenciado a necessidade de uma revisão da política de crédito.
Os analistas ainda projetam uma continuação da fraca venda de equipamentos agrícolas e das incertezas em relação à rentabilidade da safra.
Já para as concessionárias, a perspectiva é de uma recuperação gradual do faturamento e das margens a partir do segundo semestre deste ano.
Mas, apesar dos contratempos no 2T24, os analistas consideram o valuation da Vamos (VAMO3) atrativo, atualmente negociado a um múltiplo de 9,6 vezes a relação preço sobre lucro (P/L) para 2025, apesar do elevado crescimento e retornos.
A XP possui recomendação de compra para as ações VAMO3, com preço-alvo de R$ 15, implicando em uma valorização potencial de 67% em relação ao último fechamento.
Já na visão da Genial Investimentos, o resultado da Vamos no segundo trimestre foi negativo devido às surpresas relacionadas à inadimplência.
“A Vamos aproveitou o contexto das notícias ruins referentes aos desastres no Rio Grande do Sul para reconhecer provisões para devedores duvidosos (PDDs) nos contratos de locação, empacotando e entregando todas as notícias negativas de uma única vez”, afirmaram os analistas, em relatório.
Segundo a Genial, o aumento das PDDs e a da retomada de ativos por cancelamento de contrato podem gerar um consumo de caixa maior que o previsto em 2024.
Mas mesmo com o balanço aquém das expectativas, os analistas acreditam que a ação VAMO3 está sendo negociada “muito abaixo do que é considerado justo”, a um múltiplo de 11,1 vezes o P/L de 2024.
A corretora manteve recomendação de compra para os papéis da Vamos, com preço-alvo de R$ 12,40, equivalente a um potencial valorização de 38%.
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
