Ação da Ambipar (AMBP3) salta quase 30% na B3 e fecha pregão no maior patamar da história. Existe fundamento por trás de tanto otimismo?
Em meio a mais um dia de valorização para os papéis na bolsa, os investidores seguem em busca de motivos que expliquem o impulso da empresa
O espírito das Olimpíadas contagiou a ação da Ambipar (AMBP3), que acabou de tomar impulso para um novo salto na bolsa brasileira nesta sexta-feira (2).
Depois de liderarem os ganhos fora do Ibovespa nesta semana, os papéis continuaram a atrair as atenções e voltaram a puxar a ponta positiva da B3 hoje.
Ao fim do pregão, a valorização chegou a 28,90%, com AMBP3 cotada a R$ 66,90, no maior patamar de preços da história do papel.*
Com o desempenho robusto, a empresa de gestão de resíduos acumula alta da ordem de 300% em um mês, isto é, quadruplicou de valor na bolsa.

Em meio à disparada na B3, a Ambipar viu o valor de mercado cruzar a marca de R$ 10 bilhões na bolsa.
Há motivo por trás da disparada da Ambipar (AMBP3) na B3?
A corrida da Ambipar (AMBP3) na B3 passou a levantar dúvidas entre os gestores sobre o que estaria por trás do impulso das ações — já que, em termos de fundamento, nada mudou radicalmente de um mês para cá.
Leia Também
Uma das principais preocupações do mercado com as finanças da Ambipar era o patamar de endividamento da companhia depois da forte rodada de aquisições realizadas ao longo dos últimos anos.
A empresa já iniciou um processo de desalavancagem, mas até o trimestre passado, o nível ainda era considerado elevado — e ainda não há indícios de que essa situação tenha mudado.
O mercado só deverá ter uma confirmação nas próximas semanas, quando o balanço do segundo trimestre for publicado, em 15 de agosto.
Em meados de julho, a própria CVM questionou a companhia se haveria algo por trás da valorização “atípica” das ações.
Na ocasião, a empresa afirmou que não tinha conhecimento de operações que poderiam resultar neste movimento e destacou que possuía um intenso programa de recompra de ações em curso.
Entretanto, desde então, a xerife do mercado de capitais brasileiro não enviou novos questionamentos à companhia sobre os potenciais motivos por trás das oscilações das ações AMBP3.
Procurada pelo Seu Dinheiro, a CVM informou que não comenta casos específicos, mas que "acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário".
Em uma consulta processual no site da autarquia, é possível encontrar uma ação administrativa contra a Ambipar aberta no fim de junho de 2024 — período este que coincide com o início do movimento de alta das ações AMBP3 na bolsa.
- Quer saber qual é a carteira ideal para você? Ferramenta simula carteira de acordo com seu perfil, objetivo e valor inicial. Confira aqui
O salto das ações AMBP3 na bolsa brasileira
Apesar da falta de respostas concretas, alguns fatores podem explicar parte do movimento da Ambipar (AMBP3).
A alta se intensificou há cerca de um mês, quando os investidores começaram a especular sobre os planos do sócio fundador e CEO da companhia, Tércio Borlenghi Junior, para a companhia.
Afinal, após garantir uma fatia relevante da empresa na oferta de ações (follow-on) realizada no ano passado, Borlenghi Junior continuou a construir posição na Ambipar, elevando sua fatia para 73,135% do capital social.
Essa situação inclusive levantou especulações no mercado sobre a necessidade de o CEO ser obrigado a fechar o capital da empresa por meio de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA).
No entendimento de alguns investidores, o executivo supostamente teria ultrapassado o limite de um terço das ações da empresa em circulação (free float) na bolsa. Veja a reportagem completa aqui.
Segundo Guilherme Lavega, analista da Arkad, há a possibilidade de que a Ambipar (AMBP3) ainda esteja vivenciando um movimento de short squeeze na B3 — que acontece quando investidores com posições vendidas (short) desfazem suas apostas na queda do papel e recompram a ação para cobrir a posição, consequentemente elevando ainda mais os preços.
Esse movimento foi amplificado pelas compras realizadas nas últimas semanas pelo controlador e pela Trustee, que reduziu a quantidade de papéis da Ambipar em circulação no mercado. Com isso, os investidores vendidos têm de pagar cada vez mais caro para zerar as posições.
Ao mesmo tempo, a quantidade de ações disponíveis para aluguel -- necessário para manter a posição vendida -- diminuiu, o que provocou uma explosão das taxas. Assim, um investidor que queira tomar ações da Ambipar alugadas hoje paga taxas de quase 250%.
“Nada mudou nesta história. O que está acontecendo é que o dono da empresa está comprando ações e os shorts estão tentando zerar as posições. Essa é a guerra que está rolando”, afirmou Bruce Barbosa, sócio-fundador e analista de ações da Nord Research.
Qual a relação entre a escalada da Ambipar (AMBP3) na B3 e Nelson Tanure?
Não bastasse a expectativa em relação ao CEO, os investidores ainda digerem os rumores de que o empresário Nelson Tanure estaria aumentando a participação na companhia para começar a exercer influência por lá.
Conhecido por sua gestão ativa nas companhias nas quais é acionista, Tanure possui em seu histórico casos como o turnaround na Prio (PRIO3) e a disputa societária na Gafisa (GFSA3).
No dia 25 de julho, a Ambipar anunciou que os fundos da Trustee DTVM — que supostamente têm o empresário como cotista — abocanhou mais ações AMBP3.
Com a compra, a Trustee aumentou a participação para 11,03% do capital social da empresa, correspondente a cerca de 18,4 milhões de papéis ordinários — isto é, que conferem direito de voto em assembleias.
Segundo carta enviada pela gestora de fundos, o objetivo agora é indicar “um ou mais membros” para compor o conselho de administração da Ambipar.
“Não celebramos contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela companhia”, afirmou, em nota.
*Matéria atualizada para incluir as cotações de fechamento e outras informações
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
