Não deu tempo? Focus fica imune à reação do mercado ao pacote fiscal e mantêm projeções para dólar e juros
Enquanto as projeções para a inflação e o PIB subiram, as estimativas para o dólar e os juros permaneceram estáveis

A reação dos investidores ao pacote de corte de gastos apresentado na semana passada pelo governo fez a bolsa cair e o dólar disparar para além dos R$ 6 pela primeira vez na história. Também fez aumentar os juros projetados dos títulos públicos negociados no mercado secundário. Nos dias que se seguiram à divulgação dos detalhes do pacote, economistas de mercado passaram a indicar que revisariam suas principais projeções macroeconômicas. Apesar disso, a reação do mercado não se faz presente na nova edição do boletim Focus, divulgada pelo Banco Central (BC) na manhã desta segunda-feira (2).
É verdade que a projeção para a inflação acumulada ao longo de 2024 continua fora da meta. Na Focus de hoje, a expectativa do mercado em relação ao IPCA deste ano subiu de 4,63% para 4,71%. O teto da meta de inflação para 2024 é de 4,50%.
No entanto, a expectativa dos economistas de mercado em relação ao IPCA dos próximos anos também oscilou. A Focus desta semana projeta a inflação de 2025 em 4,40% (de 4,34% na semana passada) e a de 2026 em 3,81% (de 3,78%) há uma semana.
Em contrapartida, a estimativa para o PIB de 2024 voltou a aumentar, passando de 3,17% antes para 3,22% agora.
Mas as maiores surpresas da Focus ficaram reservadas ao dólar e à taxa de juros.
Apesar de a taxa de câmbio ter ultrapassado a barreira dos R$ 6 pela primeira vez na história, os economistas de mercado estimam o dólar a R$ 5,70 no fim do ano. É verdade que a mediana dos últimos cinco dias úteis ficou em R$ 5,77, mas consideravelmente abaixo dos R$ 6,06 da manhã de hoje.
Já a estimativa para a taxa Selic permaneceu pela nona semana seguida em 11,75% ao ano.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Significa que os economistas de mercado ainda esperam uma alta de meio ponto porcentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para a semana que vem.
O mais provável, porém, é que não tenha havido tempo hábil para que o pacote fiscal influenciasse as estimativas para a Selic contidas na Focus.
Isso porque uma parte considerável do mercado já considera a possibilidade de o Copom elevar a taxa básica de juros a 12,00% ano na semana que vem.
Além disso, as estimativas para a Selic em 2025 e 2026 subiram respectivamente de 12,25% para 12,63% e de 10,00% para 10,50%, permanecendo estáveis em 9,50% para 2027.
Um sinal claro de que os juros devem permanecer na casa dos dois dígitos por mais tempo do que se imaginava.
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025
Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius