Rodolfo Amstalden: O ranking de medalhas olímpicas é justo?
Existe um vasto campo de estudos para interesses correlatos entre esporte e economia – ainda largamente inexplorado

“Oh, esporte, tu és Justiça! A equidade perfeita, perseguida em vão pelos homens em suas instituições sociais, se estabelece ao teu redor".
- Pierre de Coubertin
Com o noticiário tomado por notícias olímpicas, ninguém quer saber muito de economia e finanças por enquanto.
Então o jeito foi pensar na interdisciplinaridade dos temas.
Felizmente, e sem forçar a barra, existe sim um vasto campo de estudos para interesses correlatos entre esporte e economia - ainda largamente inexplorado.
Só para citar um exemplo: pelas lentes do Design de Mecanismos, podemos adentrar um dos debates históricos mais acalorados dos Jogos Olímpicos.
Qual é a maneira mais "justa" de definir o ranking de medalhas?
Como padrão, a tabela das Olimpíadas é ordenada prioritariamente de acordo com o número de medalhas de ouro, de modo que as premiações de prata e bronze sirvam a critérios de desempate.
Leia Também
Corrida Inteligente: 10 gadgets que realmente fazem a diferença em 2025
Mas essa regra está longe de ser consensual, sobretudo por violar alguns princípios horizontais sugeridos pelo Barão de Coubertin na criação dos Jogos modernos.
As posições de Cuba são frequentemente usadas como provocação nesse sentido, já que o país geralmente consegue um grande número de medalhas de ouro sobre seu (relativamente) pequeno total de medalhas.
Em Tóquio, os cubanos levaram sete ouros (14ª posição no ranking geral), de um total de "apenas" 15 medalhas. Já os sul-coreanos levaram seis ouros (16ª geral) dentre 20 medalhas.
Outra opção seria a de simplesmente contabilizar o total de medalhas, sem fazer distinção dentro do pódio.
Os defensores desse método argumentam que ele carrega um maior viés de potencialidades no esporte, ao dar mais valor para construções probabilísticas do que para o resultado observado, muitas vezes definido por caprichos irrisórios ou injustos.
Por outro lado, a contabilidade uniforme pode roubar parte da ambição saudável em se buscar o lugar exclusivo de campeão entre campeões - um marcador vital da própria essência competitiva do mundo esportivo.
Onde investir neste mês? Veja GRATUITAMENTE as recomendações em ações, dividendos, fundos imobiliários e BDRs para agosto.
Taxas de câmbio entre ouro, prata e bronze?
Por fim, teríamos um meio termo entre esses dois extremos, por meio do qual seriam estabelecidas taxas de câmbio entre ouro, prata e bronze, traduzidas finalmente em um score de pontuação que ditaria o ranking geral.
Daria um pouco mais de trabalho, e suscitaria novas (infinitas) discussões sobre qual é a taxa de câmbio adequada para cada intermediação entre medalhas, mas poderia funcionar também.
De um jeito ou de outro, passando rápido o olho por Tóquio, Rio de Janeiro, Londres e Pequim, eu fiquei com a impressão de que não faria tanta diferença assim.
É claro que ocorrem melhoras ou pioras sensíveis para alguns países específicos, de acordo com o método escolhido, mas a hierarquia consolidada não me parece ficar substancialmente alterada.
Alguém com mais tempo disponível do que eu pode conferir se as regras interferem de maneira significativa na ordenação geral, mas minha impressão é a de que existe uma correlação forte entre ouros e total de medalhas.
Agora, outra questão, bem mais interessante, seria: uma mudança na regra de contabilização mudaria também a própria distribuição futura das medalhas? Países bitolados em criar fábricas de ouro tratariam o esporte e seus atletas de forma mais sadia?
Fica aí a sugestão de pauta para um próximo episódio do Sports MMakers.
LEIA TAMBÉM: Rodolfo Amstalden: Qual o real significado das séries invictas?
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete
Dior nos acuda? LVMH reporta queda nas vendas em quase todos os segmentos no primeiro trimestre de 2025
Conglomerado não escapou da crise global do mercado de luxo, mas mantém visão ‘vigilante e confiante’ para o ano
Felipe Miranda: A arte da negociação — ou da guerra?
Podemos decidir como as operações militares começam, mas nunca será possível antecipar como elas terminam. Vale para a questão militar estrito senso, mas também se aplica à guerra tarifária
Sobrou até para o TikTok e a Jaguar Land Rover: As reações dos países atingidos pelas tarifas de Trump neste fim de semana
Mais de 50 países entraram em contato com a Casa Branca para negociar, mas parceiros comerciais também anunciaram retaliações à medida de Trump
Ayrton Senna e Fórmula 1 inspiram novo relógio de R$ 1 milhão da TAG Heuer; veja fotos
Modelo e campanha foram revelados na Watches and Wonders, evento mais importante da relojoaria suíça
Hyrox no Brasil: conheça a competição que chamou a atenção dos boxes de CrossFit
Hyrox, a competição que mistura corrida e força, virou febre nos boxes de CrossFit do Brasil, e tem provas para o segundo semestre
Nike vai recuperar o pace? Marca perdeu espaço para Adidas e On, mas pode voltar aos pés dos consumidores
Após anos de marasmo, perdendo espaço para concorrentes, empresa americana tenta recuperar influência no mercado focando em um segmento que sempre liderou
As 10 celebridades bilionárias mais ricas de 2025, segundo a Forbes
Em 2025, publicação listou 18 famosos que concentram um total de US$ 39 bilhões; aqui, detalhamos os 10 mais ricos
Tony Volpon: Buy the dip
Já que o pessimismo virou o consenso, vou aqui argumentar por que de fato uma recessão é ainda improvável (com uma importante qualificação final)
Viagem a Paris: Haddad discutirá transição ecológica e reforma do G20 na França
Financiamento a florestas tropicais e mercado de carbono são destaques dentre as pautas da agenda de conversas do ministro em Paris.
Obrigado, ‘jeitinho brasileiro’: maior festival publicitário do mundo nomeia Brasil como o país criativo de 2025
Cannes Lions contará com showcases dedicados à publicidade brasileira, eventos comemorativos, painéis e diversas ativações
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Claude Monet: os 12 melhores museus para ver as obras do artista (um deles fica no Brasil)
Pintor francês, um dos expoentes do Impressionismo, tem obras por toda a Europa e até aqui no Brasil – mas Louvre não está na lista
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
O upgrade da Air France: primeira classe ganha pijamas Jacquemus, transfer Porsche e mais
Após investir 5 bilhões de euros, companhia francesa acirra a competição com British Airways e Lufthansa para conquistar o turista de luxo; voo ‘mais barato’ sai a partir de R$ 35 mil
Corre que dá tempo: um guia para as maratonas do segundo semestre — datas, inscrições, preços e mais
Diante do fenômeno de popularização da corrida, as provas de 42 km têm inscrições cada vez mais disputadas
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
Luxo na F1: Louis Vuitton assina case de troféu de Lando Norris no GP da Austrália
Casa francesa de luxo assinou baú Trophy Trunk Louis Vuitton, que carregou a taça conquistada pelo britânico na corrida de abertura da temporada 2025 da Fórmula 1
Tênis amador e Venus Williams como treinadora: Four Seasons promove torneio com Armani, veja como participar
Duplas serão treinadas por tenistas renomados em quatro propriedades da rede; etapas finais serão realizadas em clube privado ultra-exclusivo em Londres