Ethereum está em crise existencial no mercado de criptomoedas após atualizações recentes
A ascensão das Layer 2 foi inicialmente recebida com entusiasmo, mas isso se transformou em uma faca de dois gumes
O Ethereum (ETH), o ecossistema mais rico em aplicações e segundo maior protocolo do mercado de cripto, tem passado por um tipo de "crise existencial", seguindo um caminho diferente do esperado desde a atualização do The Merge, cujo um dos objetivos principais era tornar $ETH um ativo deflacionário, um "ultra sound money".
No entanto, alguns fatores como a criação desenfreada das soluções de segunda camada (Layer 2) e as consequências da atualização EIP- 4844, implementação dos blobs, estão fazendo com que a moeda volte a se tornar inflacionária.
- Veja projeção de rendimento de R$ 10 mil em um ano. Ferramenta te ajuda a simular a melhor estratégia de investimentos para sua carteira. Confira aqui
Proliferação de L2s e EIP- 4844
A ascensão das Layer 2 foi inicialmente recebida com entusiasmo, possibilitando maior escalabilidade e menores custos de transação. No entanto, recentemente, o entusiasmo se transformou em uma faca de dois gumes.
Com inúmeras L2s sendo lançadas além da fragmentação da liquidez, isso adicionou uma camada desnecessária de complexidade ao ecossistema.
Projetos que poderiam simplesmente existir como tokens dentro do Ethereum agora sentem a necessidade de lançar suas próprias L2s, aumentando a confusão e diluindo o valor do Ethereum.
Na imagem abaixo, da L2beat, podemos observar a existência de 72 redes de segunda camada, o questionamento que fica: todas elas são realmente necessárias?
Leia Também
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Uma opinião de que compartilho é que não, por não entregarem algo diferente e necessário. Logo, seguindo essa linha de pensamento, é possível que muitas deixem de existir num futuro não tão distante.
Apontando culpados na rede do Ethereum
Uma parcela da culpa é proveniente da atualização EIP- 4844, implementada em março de 2024. Ela introduziu o conceito de blobs, que reduzem os custos de transação nas L2s.
Embora tenha sido uma solução eficaz para escalar a rede, as transações nas L2s se tornaram tão baratas que a demanda por espaço nos blocos do L1 diminuiu drasticamente.
Com menos atividade na mainnet, as taxas de transação caem, resultando em uma queima insuficiente de ETH para contrabalançar a emissão de tokens via Proof of Stake (PoS).
O efeito final é um aumento na inflação do ETH, algo que vai contra o propósito original de criar uma moeda sólida e deflacionária.
Entretanto, um ponto a se destacar. O gráfico abaixo mostra uma comparação entre inflações do ETH antes do "The Merge" (em branco), bitcoin (BTC) (em laranja) e ETH pós "The Merge"(em azul).
Note que mesmo nessa situação, o ETH atual possui uma inflação bem menor que os outros.
Conclusão: o dilema da rede ethereum
Ethereum, agora enfrenta um dilema. A fragmentação causada pela proliferação das L2s e o impacto dos blobs estão prejudicando os fundamentos econômicos que sustentavam a visão do Ethereum como "ultra sound money".
No entanto, as L2s ainda dependem da segurança da mainnet, o que continua gerando demanda por ETH e incentivando o uso do staking e a queima de taxas.
O dilema, portanto, não é simplesmente fragmentação e coesão, mas sim sobre como essas novas dinâmicas podem ser gerenciadas para garantir que o Ethereum mantenha sua posição como um ativo escasso e valioso.
A chave parece estar em equilibrar a escalabilidade com a manutenção da demanda por ETH, tanto nas L2s quanto na mainnet. Se a comunidade Ethereum conseguir ajustar esses mecanismos de forma que a demanda por ETH continue alta, mesmo com a atividade econômica descentralizada nas L2s, o Ethereum poderá superar esse dilema e solidificar sua posição como um "ultra sound money".
Bitcoin e ethereum: Variações semanais (19/08/24 a 26/08/24)
? Bitcoin (BTC)
Preço: US$ 59.095 | Var. -5,95%
? Ethereum (ETH)
Preço: US$ 2.539 | Var. -5,44%
? Dominância Bitcoin: 57,59% (Var. -57.46%)
* dados referentes ao fechamento em 02/09/24
Tópicos da semana
- Catar introduz um regime para regular ativos digitais: Catar abre caminho para que empresas obtenham licenças como provedores de serviços de tokens e ajudem a desenvolver a economia financeira digital do país. O Centro Financeiro do Catar (Qatar Financial Centre - QFC), que fornece serviços legais para empresas locais e internacionais, implementou as Regulamentações de Ativos Digitais de 2024 para estabelecer a fundação legal e regulatória para ativos digitais, incluindo o processo de tokenização, reconhecimento legal de direitos de propriedade em tokens e seus ativos subjacentes, arranjos de custódia, transferência e troca.
- SEC adverte FTX: A SEC advertiu a FTX contra o pagamento de credores em stablecoins ou outras criptomoedas durante o processo de falência, destacando possíveis desafios legais. O plano atual da FTX é reembolsar os credores em dinheiro ou stablecoins, mas a SEC reservou o direito de contestar essas transações.
- O Novo Negócio Cripto de Trump: Candidato à presidência dos EUA, Donald Trump, vem com novo e misterioso negócio cripto, planejando oferecer acesso a oportunidades de "alto rendimento", de acordo com uma pista encontrada no site do projeto chamado World Liberty Financial.Metadados.
Gráfico da semana
Para o gráfico da semana, trouxe o "Bitcoin Hash Rate", que no dia 2 de setembro, alcançou um novo topo histórico.
Este se trata do poder computacional total empregado na rede para processar transações e assegurar a blockchain. É uma medida da quantidade de cálculos que os mineradores de Bitcoin estão realizando por segundo ao tentar resolver os problemas matemáticos necessários para adicionar novos blocos à blockchain.
Pode ser comparado ao "batimento cardíaco" da rede, dessa forma um hash rate elevado e estável significa que a rede Bitcoin está funcionando em sua melhor forma, de maneira eficiente e segura, processando transações com agilidade e protegendo o sistema contra ataques.
Abraços,
Luis Kuniyoshi
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos