Corrida do ouro e do bitcoin levou a novos picos históricos, mas até onde vai o fôlego dessa tendência?
O Bitcoin e o ouro atingiram recentemente picos históricos, beneficiados pela redução dos rendimentos dos Treasuries e pela desvalorização do dólar.

O bitcoin alcançou recentemente o patamar de US$ 72 mil, um marco que ocorreu simultaneamente com o ouro atingindo novas máximas históricas.
O tradicional metal precioso chegou a ultrapassar sua máxima anterior, chegando a ser negociado recentemente acima de US$ 2.180 por onça-troy.
Esses avanços se manifestaram no contexto de uma correção nas ações de tecnologia, que impactou os mercados globais justamente antes da divulgação dos dados de inflação nos EUA, esperados para hoje.
Após um começo de ano turbulento, a redução nos rendimentos dos Treasuries e a desvalorização do dólar frente a algumas moedas fortes nas últimas semanas favoreceram o ouro.
Isso reflete a leitura do mercado sobre os recentes indicadores econômicos como sinais de uma potencial desaceleração econômica, depois do receio de uma aceleração exacerbada.
Bitcoin e ouro são beneficiados pela mesma dinâmica
Uma dinâmica similar tem sido observada no mercado de criptomoedas, influenciada também pela introdução de ETFs de bitcoin.
Leia Também
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Labubu x Vale (VALE3): quem sai de moda primeiro?
Neste cenário, onde a inflação parece diminuir e o dólar se mantém estável, ambos os ativos — ouro e bitcoin — deveriam se beneficiar.
Um índice de inflação hoje abaixo do antecipado poderia impulsionar ainda mais ambas as classes de ativos, já que reforçaria a expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, pressionando os rendimentos dos Treasuries.
- UPSIDE DE ATÉ 100x: Economista brasileiro encontra criptomoeda desconhecida ligada à Inteligência Artificial. Clique aqui pra saber mais sobre o ativo com potencial de até 100x.
Como fica o ouro?
Para o ouro sustentar uma valorização contínua, é essencial a percepção de que as taxas de juros estão em declínio, considerando que o ouro não gera rendimentos por si só.
Aumentos anteriores no preço do ouro frequentemente precederam reduções nas taxas de juros.
Embora os dados recentes ofereçam uma visão ambígua sobre a inflação, a expectativa majoritária é que o próximo movimento do Federal Reserve seja o corte nas taxas, aumentando a atratividade do ouro.
Espera-se que o Federal Reserve implemente três cortes de 25 pontos base nas taxas de juros, começando em junho, com outros dois possíveis em setembro e dezembro.
Um movimento em direção a uma política monetária mais frouxa favoreceria ativos de risco em geral, mas especialmente criptomoedas e ouro.
Na próxima semana, o Comitê Federal de Mercado Aberto, nos EUA, avaliará os dados econômicos acumulados desde janeiro, tornando essencial a continuidade de indicadores favoráveis.
Como investir em ouro
Eu sempre enfatizei a relevância de incorporar ouro como um elemento de proteção no portfólio de investimentos.
Recomendo uma alocação entre 1,25% e 2,5% do portfólio, variando de acordo com o perfil de risco do investidor, e enfatizo a necessidade de ajustes periódicos, dada a volatilidade característica do ouro.
Investidores têm a opção de alocar em fundos de investimento em ouro que ofereçam custos baixos e não apliquem hedge cambial, como é o caso do Empiricus Ouro ou BTG Pactual Reference Ouro.
Alternativamente, ETFs disponíveis no Brasil, como o GOLD11, ou internacionais, como o iShares Gold Trust (NYSE: IAU), também são viáveis.
A incerteza do futuro demanda uma preparação abrangente para diversos cenários, algo possível através de um gerenciamento cuidadoso das alocações e uma diversificação estratégica da carteira, incluindo as proteções necessárias.
E o bitcoin?
Em relação às criptomoedas, como mencionei antes, os ETFs representam um marco importante.
A facilitação do acesso dos investidores a esses ativos digitais por meio de fundos geridos por administradores renomados, como BlackRock, Fidelity e ARK, promete ser um divisor de águas no mercado.
Desde 11 de janeiro, os ETFs de bitcoin já registraram mais de US$ 7 bilhões em fluxos líquidos e mais de US$ 50 bilhões sob custódia, marcando o lançamento mais bem-sucedido na história dos ETFs.
A entrada dos investidores institucionais tem um impacto significativo no mercado de criptoativos, com os ETFs adquirindo uma média superior a meio bilhão de dólares de volume por dia, o que representa uma demanda sem precedentes.
Para contextualizar, enquanto a rede bitcoin gera cerca de 900 BTC por dia, os ETFs têm adquirido aproximadamente dez vezes essa quantidade. Após o próximo halving, essa proporção deverá dobrar, considerando as demais condições constantes.
O halving do bitcoin
O halving é um evento programado no protocolo do bitcoin que reduz pela metade a recompensa por bloco minerado a cada 210.000 blocos, ou aproximadamente a cada quatro anos, limitando assim a oferta de novos bitcoins.
Embora o impacto na oferta de BTC seja relativamente limitado, a perspectiva de escassez reforçada pelo halving continua a ser uma narrativa persuasiva no mercado.
Baseando-se nas valorizações anteriores, o bitcoin deveria estar cotado na faixa de US$ 35.448 durante o ciclo atual de halving, partindo do mínimo de mercado de US$ 15.900.
Essa projeção, fornecida pela Pantera Blockchain, está 60% abaixo do preço atual, uma discrepância que pode ser atribuída à novidade dos ETFs, uma variável que não estava presente em ciclos anteriores.
Leia também
- Campos Neto e Powell navegam em águas incertas: o que esperar dos próximos passos dos banqueiros centrais para os juros
- O dragão está adormecido, mas ainda é prematuro dizer que a China atingiu seu ápice
E isso por que os juros estão altos
O ponto alto será a potencial redução das taxas de juros pelo Federal Reserve, ecoando o que mencionei anteriormente sobre o ouro.
Em 2021, quando o bitcoin negociava perto da faixa dos US$ 60 mil, as taxas de juros americanas estavam quase a zero, elevando ao máximo o incentivo ao risco, enquanto a precificação e o valor das criptomoedas, particularmente as menores, pareciam estar em um patamar irreal.
Atualmente, o bitcoin atinge marcas recordes, mesmo com as taxas de juros americanas superiores a 5% e sem uma clareza do Fed sobre o calendário de cortes futuros.
Com uma futura redução das taxas de juros, antecipa-se que o bitcoin possa ultrapassar os US$ 100 mil. Seguindo a mesma lógica de valorização anterior, o ativo poderia alcançar os US$ 150 mil ou mais.
Mas com o devido cuidado!
Portanto, minha perspectiva quanto à integração de criptomoedas em carteiras de investimento continua positiva, especialmente depois de ver o bitcoin valorizar cerca de 226% nos últimos doze meses.
Neste ano, a criptomoeda já apresenta um avanço superior a 60%. Considerei que uma abordagem conservadora deveria incluir até 1% do portfólio em criptos, enquanto um plano mais audacioso poderia ir até 5%.
É fundamental, no entanto, ajustar essas porcentagens à medida que os ativos se valorizam.
Para a realização de lucros, sugere-se esperar que a alocação para perfis conservadores dobre para 2,5% ou que a destinada a investidores mais audaciosos chegue a 7,5%.
Perfis moderados podem ajustar suas alocações para até 5%, garantindo que as proporções se mantenham alinhadas às dinâmicas de mercado, respeitando o perfil de risco e assegurando uma diversificação protegida da carteira.
Além do bitcoin
Além do investimento direto em criptos como bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL), e ChainLink (LINK) através de exchanges internacionais, ETFs como CRPT11 e HASH11 facilitam a exposição a estes ativos principais, mantendo a diversificação.
Nossos fundos, Empiricus CriptoMoedas e Empiricus High Beta, oferecem alternativas complementares para configurar entre 1% a 5% do portfólio em criptoativos, conforme o perfil do investidor.
A alocação deve ser cuidadosamente dimensionada, considerando o perfil de risco e necessidade de diversificação da carteira.
- Equipe da Empiricus que indicou criptomoeda que disparou 39.900% em 10 meses confirma: uma nova cripto de 50 centavos está pronta para poder fazer R$ 1.000 virarem R$ 100 mil em até 20 meses. Clique aqui para conhecer essa criptomoeda.
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas
Rodolfo Amstalden: A parábola dos talentos financeiros é uma anomalia de volatilidade
As anomalias de volatilidade não são necessariamente comuns e nem eternas, pois o mercado é (quase) eficiente; mas existem em janelas temporais relevantes, e podem fazer você ganhar uma boa grana
Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul
No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master