Nvidia (NVDC34) não está tão cara, diz estrategista global do BTG; saiba quais setores da bolsa americana são os preferidos do banco
Mesmo com balanço arrasador, Nvidia levanta dúvidas sobre se não teria valorizado demais; para estrategistas do BTG, empresa se enquadra em “cena” que só a economia americana tem sido capaz de produzir
Uma das conversas de almoço que eu costumo ter com alguns dos meus colegas aqui no Seu Dinheiro é de como os Estados Unidos tem sido capazes, ao longo da história, de permitir a criação de "cenas" artísticas onde nascem alguns dos maiores nomes da música pop mundial.
Um exemplo que marcou muito a minha geração e aquela anterior à minha foi a cena Grunge de Seattle, onde nasceram bandas de rock que se destacaram nos anos 1990, como Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden.
Eu sempre brinco que isso é possível porque o mercado norte-americano é tão pujante e dinâmico, para qualquer setor da economia, que simplesmente tudo tem seu público, e mesmo uma cena que começa alternativa tem condições de alçar voos mais altos.
E esta brincadeira tem um fundo de verdade. Afinal, não é só na música que os Estados Unidos produzem cenas únicas e muitas vezes jamais replicadas em outros países, mesmo nos seus pares desenvolvidos. Em diversas indústrias, como a de tecnologia, e no mercado de ações e outros ativos, isso também acontece.
Este, aliás, foi o ponto central da argumentação dos estrategistas globais do BTG Pactual durante apresentação sobre investimentos internacionais na última edição do BTG Summit, evento que o banco promove para seus escritórios parceiros.
- LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
"Do ponto de vista estrutural, que é o que a gente tenta focar na nossa análise, investir nos Estados Unidos faz todo sentido, tanto do ponto de vista macroeconômico quanto das instituições fortes e de temáticas específicas, que não se encontram em outros lugares do mundo, nem mesmo nos países desenvolvidos", disse Vitor Melo, estrategista de ações global do BTG Pactual.
Leia Também
Ele exemplifica com o mercado de medicamentos antiobesidade, que embora seja encontrado também na Europa – com a dinamarquesa Novo Nordisk, dona da marca Ozempic –, é extremamente forte nos EUA, que tem "um mercado endereçável de US$ 100 bilhões, o que não existia dois anos atrás", diz Melo.
Do ponto de vista macroeconômico, os Estados Unidos também têm uma dominância forte, tanto sobre a economia mundial quanto os mercados globais.
Tem chamado a atenção dos investidores do mundo inteiro a resiliência do crescimento econômico do país, mesmo com os juros mais altos em 40 anos. E mesmo assim a outrora elevada inflação de 6,5% agora já se aproxima da meta de 2%. Uma combinação realmente única.
"A ideia de ter exposição à economia americana é muito importante, não só pelo crescimento muito resiliente, inclusive frente aos seus pares desenvolvidos, como pela geração de eficiência e tecnologia", disse Arthur Mota, estrategista macro global do BTG.
Ele lembra que a Europa tem dificuldade de entregar um crescimento econômico no nível dos EUA, e mesmo em comparação a países emergentes a expansão do PIB americano se destaca.
"O mercado americano é muito pujante, muito dinâmico, a economia cresceu 2,5% no ano passado. A título de comparação, o Brasil cresceu 2,9%. Em 2024, esperamos 2,4% para os EUA e 1,9% para o Brasil", acrescentou Mota.
As apostas preferidas do BTG na bolsa americana – e a visão sobre a Nvidia
Com isso em vista, o banco recomenda a alocação de uma parte da carteira em investimentos no mercado americano de forma estrutural – em outras palavras, sempre tem que ter alguma coisa investida na Terra do Tio Sam.
Já do ponto de vista tático, de momento de mercado, os estrategistas creem que o momento atual é auspicioso para montar posições nos EUA, uma vez que o Federal Reserve deve começar a cortar juros neste ano – e, sob este ponto de vista, não importa tanto se a queda começará em março, maio ou junho.
Para Arthur Mota, os níveis de preço nos ativos de renda fixa hoje estão muito atrativos, com os títulos do governo pagando acima de 4% ao ano e os papéis privados com grau de investimento (baixo risco) com taxas acima de 6%. Em dólar, vale frisar.
"São taxas que os profissionais de mercado que começaram a carreira depois da crise de 2008 ainda não tinham visto", diz o estrategista macro global do BTG.
E na bolsa?
Já entre as ações americanas, o BTG tem preferência sobretudo pelos setores de tecnologia da informação, de saúde e pelo setor financeiro. "Temos ficado mais otimistas principalmente em saúde e TI por conta de teses seculares", diz Vitor Melo.
Para exemplificar a pujança da "cena" de tecnologia no mercado americano, o estrategista de ações global citou a Nvidia, cuja divulgação de um balanço trimestral arrasador foi um dos grandes destaques do noticiário financeiro da última semana.
"A Nvidia teve resultados de fato muito fortes, entregou neste trimestre o que era esperado apenas para o próximo. Bastante gente já revisou suas estimativas. E essa tendência, na nossa visão, é a empresa ainda negociando a 30 vezes earnings [lucros]. Não é um múltiplo tão caro a ponto de você achar que o negócio não faz sentido", disse Melo.
Desde o fim de 2022, as ações da Nvidia (NVDA) já se valorizaram mais de 400% na bolsa americana Nasdaq, com entregas de resultados pela empresa paulatinamente acima das estimativas dos mercados.
Mesmo assim, o desempenho estelar levou muita gente a se questionar se o papel não subiu demais, ou se não poderia até mesmo ser uma bolha.
- A Nvidia tem BDRs negociadas na bolsa sob o código NVDC34. Clique aqui para descobrir outras ações americanas negociadas na bolsa brasileira que contam com a recomendação da Empiricus.
Para o estrategista do BTG, entretanto, o desempenho da Nvidia pode ser explicado pela sua performance operacional.
Em outras palavras, segundo Melo, não houve expansão de múltiplos, isto é, não houve, de alguma forma, uma expectativa tão grande do mercado em relação aos resultados da companhia que ela se tornasse uma daquelas teses de longuíssimo prazo, cujos resultados projetados só viriam num futuro mais distante.
"Encontrar papéis expostos a teses seculares de maneira estrutural e que têm grande peso nos índices de ações fora dos Estados Unidos é um desafio", completou Melo.
Até quando o assunto é investimento, encontrar as novas estrelas e hits é mais fácil na "cena" de Wall Street.
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
