Ninguém escapa da Selic a 12,25%: Ações do Carrefour (CRFB3) desabam 10% e lideram perdas do Ibovespa, que cai em bloco após aperto de juros pelo Copom
O desempenho negativo das ações brasileiras é ainda mais evidente entre as empresas cíclicas e companhias que operam mais alavancadas

Os mercados financeiros locais amanheceram azedos nesta quinta-feira (12). Após a decisão unânime do Banco Central em acelerar o ritmo de alta de juros, absolutamente nenhuma ação negociada no Ibovespa escapou do tombo no pregão de hoje.
A primeira reação à taxa Selic a 12,25% ao ano se mostra desastrosa na bolsa brasileira no início da sessão, com todos os papéis negociados no Ibovespa no vermelho — uns com quedas mais estrondosas e outros com declínios menos acentuados.
Quem liderou a ponta negativa foi o Carrefour Brasil (CRFB3), que desabou 10,22% no fim da manhã de hoje, negociado a R$ 6,06 na B3, e fechou em queda de 8,59%, R$ 6,17.
Pouco antes do meio-dia, o Ibovespa recuava 1,85%, aos 127.196 pontos, acompanhando também o tom mais negativo de Wall Street. Com o tombo desta sessão, o principal índice de ações da B3 acumula perdas da ordem de 5,30% desde o início do ano. No fechamento, Ibovespa caiu 2,74%, aos 126.042,21 pontos.
Além das ações do Carrefour (CRFB3), veja as principais quedas do Ibovespa pela manhã:
Ticker | Nome | ULT | Var. % |
---|---|---|---|
CRFB3 | Carrefour ON | R$ 6,06 | -10,22% |
ASAI3 | Assaí ON | R$ 5,94 | -8,19% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 8,69 | -7,06% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 8,59 | -6,73% |
BRAV3 | Brava Energia | R$ 20,30 | -5,54% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 1,20 | -5,51% |
PCAR3 | Pão de Açúcar ON | R$ 2,41 | -5,12% |
EZTC3 | Eztec ON | R$ 11,89 | -4,96% |
CVCB3 | CVC Brasil ON | R$ 2,09 | -5,00% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 5,09 | -4,68% |
O desempenho negativo no Ibovespa é ainda mais evidente entre as ações de empresas cíclicas — como é o caso das companhias de varejo como o Carrefour (CRFB3) e de negócios ligados ao consumo — e aquelas que, por natureza, costumam operar mais alavancadas, como os setores de locação de automóveis e de educação.
A maior aversão dos investidores é resultado de uma dura combinação de fatores macroeconômicos detratores da percepção de risco: o peso dos juros elevados no Brasil e a incerteza do lado do cenário fiscal.
Leia Também
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Relembrando, na noite passada, o “último ato” de Roberto Campos Neto à frente do BC foi de adotar uma postura mais agressiva quanto aos juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
O Copom também deixou contratados dois novos aumentos para a Selic. Segundo a autarquia, novos ajustes da mesma magnitude devem ocorrer nos próximos encontros, colocando os juros no patamar de 14,25% a.a em março.
O peso dos juros e do fiscal no Brasil
Além de uma Selic mais alta representar um cenário mais apertado para as empresas brasileiras como o Carrefour e outras varejistas, com menores ofertas de crédito e piores custos de dívidas, os juros elevados também preocupam no recorte macroeconômico, do lado das contas públicas.
O consenso entre economistas e gestores é que o pacote de corte de gastos anunciado nas últimas semanas deteriorou a perspectiva macroeconômica, uma vez que trouxe poucas medidas estruturais e uma proposta de reforma tributária com impacto fiscal relevante.
A piora fiscal se soma a perspectivas de desaceleração econômica do Brasil a partir de 2025. Segundo os grandes tubarões do mercado, com a retirada do impulso fiscal no crescimento da economia, os juros da dívida pública continuarão em trajetória de alta, já que boa parte é indexada à taxa básica de juros (Selic).
A avaliação do lendário fundo Verde, de Luis Stuhlberger, é que, com o fiscal incerto e a política econômica desancorada, somente a ação do Banco Central em tentar controlar a inflação “oferece algum conforto”. Em meio à visão pessimista para o Brasil, o fundo inclusive iniciou uma posição vendida em bolsa brasileira em novembro.
Sobre o panorama doméstico se sobrepõe ainda o temor de uma dominância fiscal no país. Basicamente, esse conceito diz que, em situações de altos déficits e aumento da dívida pública, as tentativas do BC de controlar a inflação podem até mesmo atrapalhar a tentativa de disciplinar as contas do governo.
Isso geralmente acontece quando o governo enfrenta dificuldades para financiar seus déficits sem elevar os juros, levando à impressão de mais dinheiro e, consequentemente, aumentando a inflação.
Essa perda de confiança na capacidade do governo de gerir suas finanças de maneira sustentável tende a resultar em um ciclo vicioso de alta inflação e descontrole fiscal, piorando a percepção de risco do país.
Disputa judicial entre Rede D’Or e FIIs do BTG Pactual caminha para desfecho após mais de uma década
Além da renegociação das dívidas da empresa do setor de saúde, os acordos ainda propõem renovações de contratos — mas há algumas condições
Comprado em bolsa brasileira e vendido em dólar: a estratégia do fundo Verde também tem criptomoedas e ouro
Na carta de agosto, o fundo criado por Luis Stuhlberger chama atenção para o ciclo eleitoral no Brasil e para o corte de juros nos EUA — e conta como se posicionou diante desse cenário
Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai
O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar
Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação
O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR
Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa
Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154
É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025
O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano
Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas
Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados
Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior
Ouro bate recorde pelo segundo dia seguido e supera US$ 3.600. Hype ou porto seguro?
A prata segue a mesma trajetória de ganhos e renova o maior nível em 14 anos a US$ 42,29 a onça-troy; saiba se vale a pena entrar nessa ou ficar de fora
BARI11 se despede dos cotistas ao anunciar alienação de todos os ativos — mas não é o único FII em vias de ser liquidado
O processo de liquidação do BARI11 faz parte da estratégia da gestora Patria Investimentos, que busca consolidar os FIIs presentes na carteira
GGRC11 quer voltar a encher o carrinho: FII negocia aquisição de ativos do Bluemacaw Logística, e cotas reagem
A operação está avaliada em R$ 125 milhões, e o pagamento será quitado por meio de compensação de créditos
Onde investir em setembro: Cosan (CSAN3), Petrobras (PETR4) e mais opções em ações, dividendos, FIIs e criptomoedas
Em novo episódio da série, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho nos mercados interno e externo na esteira das máximas do mês passado
Abre-te, sésamo! Mercado deve ver retorno de IPOs nos EUA com tarifas de Trump colocadas para escanteio
Esse movimento acontece quando o mercado de ações norte-americano oscila perto de máximas históricas, apoiando novas emissões e desafiando os ventos políticos e econômicos contrários
Quando nem o Oráculo acerta: Warren Buffett admite frustração com a separação da Kraft Heinz e ações desabam 6% em Nova York
A divisão da Kraft Heinz marca o fim de uma fusão bilionária que não deu certo — e até Warren Buffett admite que o negócio ficou indigesto para os acionistas
Ibovespa cai com julgamento de Bolsonaro e PIB; Banco do Brasil (BBAS3) sofre e dólar avança
O Ibovespa encerrou o pregão com queda de 0,67%, aos 140.335,16 pontos. Já o dólar à vista (USBRL) terminou as negociações a R$ 5,4748, com alta de 0,64%
Petrobras (PETR4), Bradesco (BBDC4) e mais: 8 empresas pagam dividendos e JCP em setembro; confira
Oito companhias listadas no Ibovespa (IBOV) distribuem dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas em setembro
Agora seria um bom momento para a Rede D’Or (RDOR3) comprar o Fleury (FLRY3), avalia BTG; banco vê chance mais alta de negócio sair
Analistas consideram que diferença entre os valuations das duas empresas tornou o negócio ainda mais atrativo; Fleury estaria agora em bom momento de entrada para a Rede D’Or efetuar a aquisição
As três ações do setor de combustíveis que podem se beneficiar da Operação Carbono Oculto, segundo o BTG
Para os analistas, esse trio de ações na bolsa brasileira pode se beneficiar dos desdobramentos da operação da Polícia Federal contra o PCC; entenda a tese
XP Malls (XPML11) vende participação em nove shoppings por R$ 1,6 bilhão, e quem sai ganhando é o investidor; cotas sobem forte
A operação permite que o FII siga honrando com as contas à pagar, já que, em dezembro deste ano, terá que quitar R$ 780 milhões em obrigações