Empresa de donos da Mitre (MTRE3) pede recuperação judicial; Fiagro da B3 com mais de sete mil cotistas pode ser afetado
A Elisa Agro soma R$ 680 milhões em dívidas, com cerca de R$ 300 milhões ligados a CRAs que estão na carteira do fiagro GCRA11
A venda de quase 10% das ações da Mitre (MTRE3) pelos fundadores não foi suficiente para sanar os problemas financeiros da Elisa Agro Sustentável. A empresa de agropecuária que pertence aos controladores da incorporadora entrou nesta terça-feira (6) com um pedido de recuperação judicial.
A informações foi divulgada pelo Fiagro Galapagos Recebíveis do Agronegócio (GCRA11) e confirmada pela companhia. O fundo investe pouco mais de 8% de seu patrimônio líquido em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) devidos pela companhia.
"A opção é a melhor alternativa no momento, uma vez que se trata de um instrumento jurídico fundamental para preservar os direitos da empresa, dos seus funcionários, fornecedores, prestadores de serviços e clientes", diz a Elisa Agro em nota enviada ao Seu Dinheiro — confira o conteúdo na íntegra ao final do texto.
Com a notícia, as cotas do fiagro recuavam 3,65% na B3 por volta das 13h15. No mesmo horário, as ações da Mitre operavam em alta de 3%.
De acordo com o CGRA11, a securitizadora dos títulos aparece como "não sujeito" na lista de credores — ou seja, não deve entrar na RJ. Ainda assim, o pedido de RJ deve levar ao vencimento antecipado automático dos CRAs.
A gestora do fiagro relembra que os títulos têm garantias reais como terras e equipamentos e conta com o aval do espólio de Jorge Mitre, médico e empresário que presidiu o conselho de administração da Mitre até seu falecimento, em junho de 2022.
Leia Também
Segundo a gestora, o espólio "detém patrimônio relevante livre de quaisquer ônus e que deverão responder pelas dívidas garantias pelo aval antes da efetiva distribuição aos herdeiros".
ONDE INVESTIR EM FEVEREIRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS, BDRS E CRIPTOMOEDAS - MELHORES INVESTIMENTOS
CEO da Mitre (MTRE3) é fiador de CRAs da Elisa Agro
Vale destacar ainda que Fabricio Mitre, atual CEO da incorporadora, e Maria Elisa Marcondes Mitre, viúva de Jorge, são fiadores dos CRAs.
O movimento foi necessário pois os controladores haviam dado ações da incorporadora em garantia de empréstimos para a empresa de agropecuária do grupo.
Após a negociação — que havia garantido 12 meses de carência e 48 meses de prazo para o pagamento do saldo remanescente das dívidas da Elisa —, os papéis da Mitre ficaram desvinculados da dívida da companhia. Além disso, Fabricio afirmou que os controladores não venderiam mais papéis da incorporadora.
Hoje, porém, a companhia agropecuária protocolou um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Segundo a empresa, a opção permitirá manter a operação em funcionamento enquanto a gestão "busca alternativas para honrar o pagamento dos credores e ganhar musculatura para continuar crescendo no mercado".
De acordo com a petição a qual o SD obteve acesso, as dívidas da empresa somam R$ 680 milhões. Desse total, cerca de R$ 327 milhões correspondem aos CRAs e R$ 49 milhões tem vencimento nos próximos 90 dias.
O documento explica ainda que, como condição à obtenção de linha de crédito, os bancos exigiram a previsão contratual de vencimento antecipado de dívidas em caso de pedido de recuperação judicial. Se as cláusulas forem acionadas, o valor exigido nos próximos três meses subirá para R$ 70 milhões.
"O Grupo Elisa Agro envidou todos os esforços para solucionar as dívidas contraídas, mas não conseguirá arcar com as parcelas já vencidas, bem como parcelas vincendas, seja do CRA, seja de suas outras
obrigações", argumentam os advogados no documento enviado à Justiça.
VEJA TAMBÉM EM A DINHEIRISTA - Posso parar de pagar pensão alimentícia para filha que não vejo há quatro anos?
O que diz a Elisa Agro
Procurada e questionada se o posicionamento do controlador quanto a novas vendas de ações para socorrer a Elisa Agro mudou, a Mitre informou que não possui nenhum vínculo com a companhia e, por isso, não irá se posicionar sobre o assunto.
Já a Elisa Agro enviou uma nota cujo conteúdo está disponível na íntegra abaixo:
A Elisa Agro Sustentável, uma das maiores empresas de agricultura irrigada do Brasil, comunica ao mercado que protocolou pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, visando a reestruturação de suas dívidas com credores, entre eles bancos, fundos de investimentos e fornecedores. O valor da dívida totaliza R$ 680 milhões. Desse volume, cerca de R$ 327 milhões correspondem a credores detentores de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), que são títulos de renda fixa usados por empresas para captação de recursos no mercado de capitais.
Com o recurso da Recuperação Judicial, a Elisa Agro suspende o pagamento de obrigações financeiras e a antecipação de vencimentos de dívidas por seis meses. Nesse período, pela lei, a companhia garante o direito de negociar um plano de recuperação com os credores, prevendo novas condições e prazos de pagamento de suas dívidas, sem interromper as operações e, consequentemente, preservando empregos diretos e indiretos.
Com atuação no Vale do Araguaia, no nordeste de Goiás, a Elisa Agro foi pioneira na transformação da região na agricultura irrigada por sistema de pivôs, que permitem a integração entre lavoura e pecuária com maior produtividade e eficiência no uso de água para as plantações. Produtora de soja, algodão, milho e feijão, a Elisa Agro também investe em conversão de pastagens, em muitos casos degradadas, em áreas de plantio – com agricultura irrigada de alta produtividade, sem que isso implique na derrubada de florestas ou em prejuízos ambientais nas regiões onde atua.
Em 2022, a companhia concluiu a captação de R$ 293 milhões de CRAs para avançar na estratégia de expansão dos negócios. Os planos, entretanto, foram afetados pela crise provocada pela pandemia do Covid, que atrasaram a implementação do projeto e, consequentemente, os resultados da operação.
Entre as principais razões que impactaram a performance da companhia, destacam-se inúmeras dificuldades enfrentadas na última fase de expansão, que previa a implementação de 40 pivôs centrais, que transformariam o projeto da Elisa Agro na maior estrutura de agricultura irrigada a ser montada de uma só vez na história do Brasil.
O período de montagem da estrutura coincidiu com grandes desafios operacionais, como a falta de peças e de mão de obra para implementar os serviços e a demora da concessionária para fazer a ligação do sistema elétrico, que permitiria ao projeto entrar em operação. No mesmo período, situações adversas, como a guerra da Ucrânia, comprometeram o abastecimento de insumos para as lavouras e provocaram a escalada dos custos no mercado global e, portanto, em toda a cadeia produtiva do agronegócio, impedindo a realização de safras estimadas no calendário.
Além disso, uma combinação de fatores macroeconômicos agravou ainda mais o cenário mundial e, consequentemente, as operações da Elisa Agro. A queda significativa dos preços das principais commodities agrícolas, como soja, milho e feijão, reduziu a geração de receitas da companhia. Enquanto isso, a alta das taxas de juros contribuiu para o aumento do endividamento.
A opção pela Recuperação Judicial é a melhor alternativa no momento, uma vez que se trata de um instrumento jurídico fundamental para preservar os direitos da empresa, dos seus funcionários, fornecedores, prestadores de serviços e clientes, bem como garantir a oportunidade para manter a operação em funcionamento, à medida que busca alternativas para honrar o pagamento dos credores e ganhar musculatura para continuar crescendo no mercado.
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
