Onde investir no Tesouro Direto em novembro: do perfil mais otimista ao mais cauteloso, veja o que comprar, segundo o Itaú BBA e o Santander
Bancos incluem títulos públicos pós-fixados, prefixados e indexados à inflação nas suas carteiras recomendadas para o Tesouro Direto, mas cada um tem suas preferências

A continuidade do avanço dos juros futuros no mês de outubro, com a alta dos retornos dos títulos do Tesouro americano (Treasurys) e a piora no cenário fiscal doméstico, ainda derrubou os preços de alguns títulos públicos prefixados e indexados à inflação negociados via Tesouro Direto.
Mas, de maneira geral, o desempenho desses papéis foi "menos pior" do que em setembro, quando amargaram fortes perdas em razão da disparada dos juros dos Treasurys, diante de uma perspectiva de taxas altas por mais tempo nos Estados Unidos.
A desvalorização dos títulos prefixados e indexados à inflação é concomitante a uma disparada nos seus retornos, fazendo com que aqueles investidores que compram os títulos num momento de baixa dos preços consigam contratar uma rentabilidade gorda até o vencimento.
Assim, a turbulência nos mercados nos últimos dois meses abriu oportunidades de compra em títulos pré e Tesouro IPCA+ no Tesouro Direto. E, agora, a volatilidade deu uma acalmada, o que não significa que as incertezas tenham se desfeito.
Afinal, uma nova guerra, capaz de pesar sobre os preços do petróleo, eclodiu no último mês; além disso, apesar da maior confiança do mercado de que o Federal Reserve, o banco central americano, não deve mais aumentar juros neste ano, a possibilidade de mais uma alta residual não foi descartada totalmente.
No cenário doméstico, os investidores se defrontam, ainda, com uma notícia boa e outra má: a boa é a continuidade da desaceleração da inflação; a má é a piora das expectativas em relação ao fiscal com a perspectiva de que o governo abandone a meta de déficit zero para o ano que vem e adote uma meta mais frouxa, o que eleva a percepção de insegurança em relação às "regras do jogo".
Leia Também
Neste cenário, que combina um otimismo em relação à inflação brasileira, uma maior calmaria nos preços e taxas dos títulos públicos, um otimismo cauteloso em relação aos juros americanos, cautela em relação à guerra entre Israel e o Hamas e um pessimismo quanto ao fiscal, as carteiras recomendadas de títulos públicos para novembro trazem opções "para todos os gostos".
Veja também: A DINHEIRISTA - PENSÃO ALIMENTÍCIA: ACORDO VERBAL NÃO VALE NADA?
Onde investir no Tesouro Direto em novembro
Neste mês, Santander e Itaú BBA publicaram relatórios com sugestões do que comprar no Tesouro Direto em novembro. Diante do cenário de incertezas à frente, há opções das mais cautelosas às mais otimistas. Vamos às recomendações:
Tesouro IPCA+ 2035
No lado mais cauteloso, o Santander mantém sua recomendação em Tesouro IPCA+ 2035, título público indexado à inflação que não paga juros semestrais, isto é, sua rentabilidade só é paga no vencimento.
Nesta segunda-feira (06), o papel está pagando 5,72% ao ano mais a variação da inflação medida pelo IPCA, para quem o levar até o fim do prazo.
O Santander justifica a escolha pelo cenário incerto, pois o papel tende a ser vantajoso tanto se houver melhora quanto se houver piora das condições de mercado.
Para o banco, "se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco (menores ruídos políticos, inflação convergindo à meta no médio prazo e promessas de responsabilidade fiscal em 2023-2024)", os retornos desses títulos tendem a recuar, com consequente valorização desses papéis.
Por outro lado, "caso a percepção de risco piore e o dólar volte a se valorizar, a proteção contra a inflação do título recomendado exercerá sua função", diz o relatório.
Tesouro Prefixado 2026 e 2029
Com uma percepção mais para o lado otimista, o Itaú BBA manteve sua recomendação de Tesouro Prefixado 2026 e acrescentou na carteira o Tesouro Prefixado 2029, com um peso de 20% na composição da carteira, reduzindo o peso do Tesouro Selic 2026 de 60% para 40% neste mês.
Nesta segunda, o Tesouro Prefixado 2026 promete uma rentabilidade de 10,66% ao ano até o vencimento, enquanto o 2029 está pagando 11,29% ao ano.
A avaliação do banco é de que, após a alta recente dos retornos dos títulos públicos brasileiros, na esteira da disparada dos juros dos Treasurys, a perspectiva agora é de uma reversão dessa tendência no mercado externo. E isso abre a possibilidade de se voltar a considerar títulos prefixados, de olho na melhora da inflação doméstica.
"Com os últimos dados de inflação mostrando arrefecimento em componentes resilientes, como a abertura de serviços, as expectativas de inflação têm cedido, e a inflação implícita para este ano já atinge
4,57%", diz o relatório.
- Renda fixa “imune” à queda dos juros? Esses títulos premium estão pagando IPCA + 10% e gerando mais de 2% ao mês; acesse
No entanto, destaca o Itaú BBA, o mercado ainda precifica uma inflação elevada para o longo prazo, em torno de 5,5%.
O banco acredita, porém, que a possibilidade de um enfraquecimento do dólar ante o real, da redução dos juros futuros mais longos nos EUA e da continuidade dos dados benignos de inflação no Brasil "podem levar os investidores a seguirem reduzindo a perspectiva de inflação à frente, impactando positivamente os preços dos títulos prefixados."
Por outro lado, diz o relatório, as taxas dos títulos indexados à inflação têm menor espaço de recuo (e, consequentemente, de valorização dos papéis), dados os questionamentos fiscais levantados nas últimas semanas.
Tesouro Selic 2026
Como dito anteriormente, o Itaú BBA reduziu o peso de Tesouro Selic na sua carteira recomendada do Tesouro Direto, mas manteve a recomendação.
Com a Selic ainda em dois dígitos, mesmo após o último corte de 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano, o papel continua com um bom retorno, além de servir como porto seguro para a reserva de emergência do investidor.
Assim, a sugestão de alocação do Itaú BBA para novembro no Tesouro Direto ficou assim:
Título | Peso na carteira |
Tesouro Selic 2026 | 40% |
Tesouro Prefixado 2026 | 40% |
Tesouro Prefixado 2029 | 20% |
Acabou a isenção: como as mudanças propostas no imposto de renda dos investimentos podem mexer com os mercados
Investidores podem esperar mudanças nas taxas, nos prazos e nos retornos se propostas da MP 1.303/25, que estabelece imposto de 5% para isentos e alíquota única de 17,5% para demais investimentos, forem aprovadas
LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas devem perder isenção de IR e passar a ser tributadas; veja regras completas
Governo publicou texto da Medida Provisória com novas regras de tributação para investimentos que inclui tributação de 5% para títulos de renda fixa antes isentos
Estratégia dos gestores: títulos AAA e agro ficam em segundo plano; pitada de risco é bem-vinda para melhorar retornos
Enquanto investidores colocam cada vez mais fichas no crédito privado, gestores enfrentam cenário mais difícil para retornos acima da curva
O que esperar da renda fixa com o fim das altas na Selic e a possível tributação de isentos, como LCI e LCA?
No Touros e Ursos desta semana, Ulisses Nehmi, CEO da gestora de renda fixa Sparta, fala sobre estratégias e riscos diante de um juro tão alto e ameaças de tributação
Renda fixa em junho: Tesouro IPCA+ e debênture da Sabesp são destaques; indicações incluem títulos isentos como CRIs, LCAs e a nova LCD
Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam comprar na renda fixa em junho
Não são só as LCIs e LCAs! CRI, CRA e debêntures incentivadas também devem perder isenção; demais investimentos terão alíquota única
Pacote de medidas para substituir o aumento do IOF propõe tributação de 5% em todos os títulos de renda fixa hoje isentos, além de alíquota única de 17,5% nas demais aplicações
Ainda vale a pena investir em LCI e LCA com o imposto de 5% proposto por Haddad? Fizemos as contas
Taxação mexe com um dos investimentos preferidos do investidor pessoa física; LCI e LCA hoje são isentas de imposto de renda
Neon lança CDB que rende até 150% do CDI, de olho em novos clientes; veja como investir
Os Certificados de Depósito Bancário tem aporte mínimo de R$ 100; promoção será válida por dois meses
Petrobras (PETR4) está considerando emitir R$ 3 bilhões em debêntures incentivadas, isentas de imposto de renda
Oferta da estatal seguiria outra oferta bilionária de dívida anunciada na semana passada, a da Vale
Vale (VALE3) anuncia emissão de R$ 6 bilhões em debêntures isentas de imposto de renda com retorno inferior ao dos títulos públicos
Com isenção, porém, papel deve se manter atrativo em relação aos títulos Tesouro IPCA+; oferta será restrita a investidores profissionais
CMN reduz prazo de carência de LCIs e LCAs de nove para seis meses, mas fecha um pouco mais o cerco a CRIs, CRAs e CDCAs
Órgão afrouxa restrição imposta em fevereiro de 2024 a LCIs e LCAs, mas aperta um pouco mais as regras para outros títulos isentos de imposto de renda
Vencimento de Tesouro IPCA+ paga R$ 153 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
O Seu Dinheiro simulou o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro IPCA+ e em outros papéis de renda fixa; confira
Retorno recorde nos títulos IPCA+ de um lado, spreads baixos e RJs do outro: o que é de fato risco e oportunidade na renda fixa privada hoje?
Em carta a investidores, gestora de renda fixa Sparta elenca os pontos positivos e negativos do mercado de crédito privado hoje
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Onde investir na renda fixa em maio: Tesouro IPCA+ e CRA da BRF são destaques; indicações incluem LCA e debêntures incentivadas
Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos recomendam comprar na renda fixa em maio, especialmente entre os ativos isentos de IR
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Criptoativos de renda fixa: tokens de crédito privado oferecem retorno de até CDI+4% ao ano; é seguro investir?
Empresas aproveitam o apetite do investidor por renda fixa e aumentam a oferta de criptoativos de dívida, registrados na blockchain; entenda os benefícios e os riscos desses novos investimentos
Tesouro Direto pagará R$ 153 bilhões aos investidores em maio; veja data de pagamento e qual título dá direito aos ganhos
O valor corresponde ao vencimento de 33,5 milhões de NTN-Bs, que remuneram com uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação
CDBs do Banco Master que pagam até 140% do CDI valem o investimento no curto prazo? Títulos seguem “baratos” no mercado secundário
Investidores seguem tentando desovar seus papéis nas plataformas de corretoras como XP e BTG, mas analistas não veem com bons olhos o risco que os títulos representam
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem