Dia das Crianças: Quanto você precisa investir para pagar a faculdade do seu filho com o Tesouro Educa+? Fizemos as simulações
Título público lançado recentemente pelo Tesouro Direto cairia como uma luva como presente de Dia das Crianças, pensando no futuro dos filhos
As datas comemorativas são boas ocasiões para presentear as crianças com bonecas, videogames e bicicletas, mas também com uma grana para engordar o cofrinho. De uns tempos para cá tornou-se comum a ideia de que os pais podem presentear seus filhos com investimentos no Dia das Crianças. E, em agosto, os brasileiros ganharam uma nova opção de ativo que parece feita sob medida para desempenhar este papel: o Tesouro Educa+.
O novo título público voltado para a poupança para a educação superior – basicamente faculdade, curso técnico ou pós-graduação – pode servir como um ótimo presente neste 12 de outubro, uma vez que crianças e adolescentes têm o tempo a seu favor, o que potencializa os ganhos dos investimentos de longo prazo.
Assim como outros títulos públicos, como o Tesouro Selic, o Tesouro IPCA+ e o Tesouro RendA+, o Tesouro Educa+ é negociado via Tesouro Direto, a plataforma do Tesouro Nacional para as pessoas físicas venderem e comprarem esse tipo de investimento.
O Tesouro Educa+ permite ao investidor guardar dinheiro aos poucos, ao longo de vários anos, de forma a garantir, a partir de uma data futura pré-definida, uma mesada ao longo de cinco anos.
A ideia é que pais e responsáveis usem o título para investir em nome de seus filhos, netos ou sobrinhos, por exemplo, e que essa renda mensal futura seja usada para custear as mensalidades de um curso profissionalizante ou superior para esses jovens quando eles terminarem o Ensino Médio.
Mesmo no caso daqueles que conseguirem ingressar em uma instituição de ensino pública e gratuita, essa mesada pode servir de ajuda de custo durante os anos em que o jovem tiver que estudar e não puder trabalhar.
Leia Também
O foco do Tesouro Nacional com essa iniciativa é a população de renda mais baixa, que tem menos acesso às universidades públicas e, com isso, acaba recorrendo ao ensino particular.
Além disso, são pessoas que muitas vezes deixariam de fazer um curso superior ou técnico por necessidade de começar a trabalhar cedo, mas que são as mais favorecidas quando conseguem continuar os estudos, com possibilidade real de ascensão social.
Mas nada impede que brasileiros de renda mais alta também se beneficiem do Tesouro Educa+, inclusive aqueles que quiserem mandar seus filhos para universidades privadas de ponta ou cursos mais caros, como Medicina. Tudo depende de quanto a família consegue poupar por mês e se já dispõe de um valor de reserva inicial para este objetivo.
Fato é que o Tesouro Educa+ é muito acessível, pois o valor de investimento inicial é de apenas R$ 30. Nas suas comunicações, o Tesouro Nacional inclusive destaca que uma família que começasse a poupar cerca de R$ 80 por mês neste título a partir do nascimento do filho conseguiria já pagar a mensalidade de uma faculdade à distância para ele no futuro, cujos valores partem de cerca de R$ 500 hoje.
Mas qual o tamanho do esforço de poupança para de fato conseguir pagar faculdades presenciais e mais caras? Realmente é possível? Vamos fazer algumas simulações.
- Renda fixa “imune” à queda dos juros? Esses títulos premium estão pagando IPCA + 10% e gerando mais de 2% ao mês; acesse
Como funciona o Tesouro Educa+
Antes de mais nada, convém entender como o Tesouro Educa+ funciona. O título conta com um prazo de acumulação e uma data de conversão, a partir da qual começam a ser pagos os rendimentos mensais, durante cinco anos.
Hoje, há títulos com 16 datas de conversão disponíveis, com prazos de acumulação que variam de três a 18 anos, contemplando desde o jovem que está ingressando no Ensino Médio hoje até o bebê que acabou de nascer.
Cada título conta com uma rentabilidade constituída de uma taxa prefixada (conhecida no ato do investimento) mais a variação da inflação medida pelo IPCA. Esse retorno destina-se a capitalizar o valor investido no título ao longo do tempo. Após a data de conversão, os rendimentos pagos continuam sendo corrigidos pela inflação.
Hoje, os diferentes vencimentos de Tesouro Educa+ estão pagando acima de 5% ao ano mais IPCA, uma rentabilidade alta, mas a tendência é que esse retorno caia com o tempo, com a perspectiva de cortes nas taxas de juros. Então, quem começar a investir agora, consegue garantir uma rentabilidade mais gorda, pelo menos neste início da poupança.
Quanto maior a taxa de juros, menos o investidor precisa poupar para o mesmo objetivo, pois mais títulos ele consegue comprar. Quando os juros caem, os títulos ficam mais caros, então é preciso poupar mais para comprar a mesma quantidade de títulos.
Não é obrigatório investir mensalmente, mas essa constância diminui o esforço de poupança com o tempo. Além disso, quanto antes você começar a poupar – quanto maior o prazo de acumulação –, mais fácil é conseguir poupar o valor necessário.
Você pode ainda fazer aportes extraordinários quando entrar um dinheiro a mais, por exemplo. Em breve, o Tesouro Nacional também deve lançar a possibilidade de várias pessoas conseguirem, com facilidade, fazer investimentos em nome de um mesmo jovem, o que reduzirá ainda mais o esforço de poupança, pois vários membros de uma mesma família e até mesmo amigos poderão contribuir para um mesmo objetivo.
Leia também
- Se eu fosse brasileiro, estaria comprando Tesouro RendA+ ao máximo, diz idealizador do novo título público em parceria com Nobel de Economia
- Renda de R$ 5 mil por 20 anos com um investimento de R$ 175 por mês? Como usar o Tesouro Renda+ para planejar sua aposentadoria
Simulando as mensalidades da faculdade do seu filho
O processo de investimento no Tesouro Educa+ começa com a simulação no site do Tesouro Direto. Basta informar a idade do jovem hoje, a idade em que ele deve começar a faculdade, a renda mensal pretendida (o valor da mensalidade mais eventuais custos com alimentação, transporte etc.) e o valor do investimento inicial, se houver.
Caso você esteja partindo do zero, deixe o valor do investimento inicial zerado. Mas se você já tiver uma poupança para destinar a esse objetivo, ela pode ser uma boa mão na roda para ajudar a atingir o objetivo mais rápido.
Informados esses dados, o simulador mostra a data de conversão que você deve escolher, quantos títulos Tesouro Educa+ com aquela data de conversão você precisa comprar ao longo do tempo e quanto precisa investir mensalmente com o patamar de rentabilidade atual para atingir o objetivo.
Já mostramos que, com o patamar de juros atual, é possível conseguir uma renda mensal equivalente a R$ 500 durante cinco anos poupando-se cerca de R$ 80 por mês por 18 anos, isto é, desde o nascimento do seu filho até a idade de ele entrar na faculdade.
Para um jovem que está ingressando no Ensino Médio, porém, esse investimento mensal sobe para pouco mais de R$ 600 por três anos, com o patamar de rentabilidade de hoje, para se obter a mesma renda. Um indicativo da diferença brutal que o prazo faz.
Mas e para faculdades mais caras, como os cursos presenciais? Vamos a algumas simulações, feitas no site do Tesouro Direto para jovens de diferentes idades e que devem começar o curso aos 18 anos. Lembre-se de estas são apenas simulações, com base em projeções de mercado.
Recém-nascido
- Prazo de poupança: cerca de 17 anos e meio
- Título para comprar: Tesouro Educa+ 2041
Sem investimento inicial | Com investimento inicial de R$ 20 mil | |||
Valor da mensalidade do curso | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal |
R$ 1.000 | 14,47 | R$ 152,12 | O investimento inicial já é suficiente para atingir a renda desejada | R$ 0 |
R$ 1.500 | 21,7 | R$ 228,13 | 7,05 | R$ 74,11 |
R$ 2 mil | 28,93 | R$ 304,14 | 14,28 | R$ 150,12 |
R$ 2.500 | 36,16 | R$ 380,15 | 21,51 | R$ 226,13 |
Criança de 10 anos de idade
- Prazo de poupança: cerca de 8 anos e meio
- Título para comprar: Tesouro Educa+ 2032
Sem investimento inicial | Com investimento inicial de R$ 20 mil | |||
Valor da mensalidade do curso | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal |
R$ 1.000 | 14,47 | R$ 423,32 | 5,81 | R$ 169,97 |
R$ 1.500 | 21,7 | R$ 634,84 | 13,04 | R$ 381,48 |
R$ 2 mil | 28,93 | R$ 846,35 | 20,27 | R$ 593,00 |
R$ 2.500 | 36,16 | R$ 1.057,87 | 27,5 | R$ 804,52 |
Adolescente de 15 anos de idade
- Prazo de poupança: 3 anos e meio
- Título para comprar: Tesouro Educa+ 2027
Sem investimento inicial | Com investimento inicial de R$ 20 mil | |||
Valor da mensalidade do curso | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal |
R$ 1.000 | 14,47 | R$ 1.240,03 | 7,94 | R$ 680,43 |
R$ 1.500 | 21,7 | R$ 1.859,62 | 15,17 | R$ 1.300,02 |
R$ 2 mil | 28,93 | R$ 2.479,21 | 22,4 | R$ 1.919,61 |
R$ 2.500 | 36,16 | R$ 3.098,80 | 29,63 | R$ 2.539,20 |
Repare que, para quem começa a poupar ainda na primeira infância do filho, as metas são bem factíveis. Mas se a poupança começa com o jovem já no Ensino Médio, a coisa pode se tornar inviável. Note também como ter um valor de investimento inicial faz diferença no processo de acumulação, no patamar de juro atual.
Como há correção pela inflação, na hora de simular você pode considerar os valores das mensalidades de hoje. O ideal é considerar alguma gordura, simulando uma meta de renda superior ao valor desejado, uma vez que o aumento de preços das instituições de ensino pode superar o IPCA no longo prazo.
Além disso, a simulação do Tesouro não leva em conta a eventual taxa de custódia, nem o imposto de renda.
No caso do Tesouro Educa+, o investidor que ficar com o título até o vencimento e receber uma renda de até quatro salários mínimos (R$ 5.280 em valores de hoje) fica isento da taxa de custódia cobrada pela B3 pela guarda dos títulos. Ou seja, nos casos simulados, não haveria essa cobrança.
Para quem receber acima de quatro salários mínimos, há cobrança de uma taxa de custódia de 0,10% proporcional ao que exceder esse teto.
Já o imposto de renda é obrigatório e cobrado apenas sobre a rentabilidade, não sobre o principal. Para investimentos de longo prazo, de mais de dois anos, o que seria o caso nessas simulações, a alíquota é de 15%.
A DINHEIRISTA - 123 milhas no buraco: vendi todas as minhas milhas para eles. E agora?
Dá para pagar um curso de Medicina?
Como você pode ver, o Tesouro Educa+ é uma tremenda mão na roda, mas para cursos de graduação mais caros, como o de Medicina, o esforço de poupança seria tão grande que ficaria restrito a pessoas que, possivelmente, teriam renda suficiente para pagá-los sem necessitar de uma poupança específica de longo prazo.
Ainda assim, nada impede que a família poupe mirando uma renda mais baixa, ao menos para ter uma ajuda de custo durante os anos de faculdade dos jovens.
Mesmo assim, vamos fazer esse exercício, para uma poupança com prazo de 18 anos – até porque, quando o investimento coletivo em um mesmo jovem ficar disponível, esses objetivos ficarão mais acessíveis.
No caso de Medicina, entre os melhores cursos privados do país, as mensalidades costumam ficar entre R$ 8 mil e R$ 10 mil.
Já se estivermos falando de outros cursos em instituições renomadas, os valores são um pouco mais baixos. Pensando em instituições que divulgam em seu site os valores das mensalidades, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, costuma cobrar entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, e a PUC-Rio, entre R$ 4 mil e R$ 6 mil.
Vamos fazer duas simulações então, mirando rendas de R$ 6 mil e R$ 10 mil por mês:
Sem investimento inicial | Com investimento inicial de R$ 20 mil | |||
Valor da mensalidade do curso | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal | Quantos títulos devem ser adquiridos? | Aporte mensal |
R$ 6 mil | 86,77 | R$ 912,22 | 72,12 | R$ 758,20 |
R$ 10 mil | 144,61 | R$ 1.520,29 | 129,96 | R$ 1.366,28 |
Tem estudante trocando os livros pelo Jogo do Tigrinho e pelas bets — e esta é a nova ameaça às empresas de educação na B3
Banco BTG Pactual vê crescimento das bets como uma potencial ameaça às empresas de educação, mas tem uma ação preferida no setor
Yduqs (YDUQ3) lança programa de recompra de ações de até R$ 300 milhões após perder metade do valor na B3 em um ano; papéis disparam após anúncio
Com prazo de 18 meses, recompra como objetivo “promover geração de valor para os acionistas”, segundo a Yduqs (YDUQ3)
Adeus, EAD? É hora de apostar no ensino híbrido e comprar ações da Vitru Brasil (VTRU3), afirma BofA
Depois de fazer sua estreia na bolsa brasileira, a Vitru Brasil pode disparar 65% até o fim do ano que vem em meio a mais restrições ao ensino a distância, segundo analistas
Ficou barato? Cogna (COGN3) lança programa de recompra após ações perderem metade do valor na B3
De olho na maximização do retorno dos acionistas, a companhia de educação decidiu tirar 44,2 milhões de papéis de circulação do mercado
Prazo extra: Inscrições para o Enem são adiadas e estudantes têm até hoje às 23h59 para participar; confira o calendário
Ministério da Educação prorrogou o prazo de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio até hoje (14)
Cruzeiro do Sul (CSED3) vai às compras pela primeira vez desde o IPO, em negócio de R$ 171 milhões. Foi uma boa pedida?
De olho nos vestibulares de medicina, a companhia fechou a compra de 100% do Centro de Ensino de Pinhais — e BTG Pactual vê negócio com bons olhos; confira
Ser Educacional (SEER3) quer aumentar retorno ao acionista e anuncia recompra de ações — após desvalorização de quase 40% na B3 em 2024
O objetivo da operação é usar os recursos disponíveis em caixa, de aproximadamente R$ 208 milhões, para a compra dos papéis na bolsa
Cogna (COGN3) nota 10? Banco estrangeiro passa a recomendar compra das ações, que lideram altas da B3
O banco também avalia um preço justo para as ações entre R$ 2,80 e R$ 4,40, o que representa um potencial valorização de até 120%
Cogna (COGN3) lidera a ponta negativa do Ibovespa. O investidor deve colocar a ação em recuperação?
Três bancões têm recomendações divergentes sobre a empresa de educação dona da Somos, Saber e Kroton; confira os argumentos de cada um para a venda, a compra e a manutenção do papel em carteira
Cogna (COGN3) faz a lição de casa e é destaque no setor de educação com recomendação de compra; ações sobem 7% na B3
As ações da companhia lideram os ganhos do Ibovespa, em dia de instabilidade na bolsa brasileira; os pares também operam em tom positivo
Educação: Veja o que fez a Cogna (COGN3) ficar de recuperação e cair 10% na bolsa; Yduqs (YDUQ3) e Anima (ANIM3) passam de ano aos olhos do “professor” BTG Pactual em relatório
Seja qual for a empresa, a sala de aula — digo, o cenário — é o mesmo pela frente, e pode ser bastante desafiador
A ação que mais subiu no setor de educação pode mais em 2024? Itaú BBA diz que potencial de valorização é de 94%
O banco de investimentos também tem outro papel preferido no setor, com potencial de alta de 44,2%; descubra quais são essas empresas
A ação preferida do Santander no setor de educação para garantir um 2024 nota dez — e um papel que está de castigo
O banco elegeu duas ações promissoras do segmento para o próximo ano, mas só uma é, de verdade, a preferida
Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+: os 5 segredos para tirar o máximo proveito dos novos títulos do Tesouro Direto
Esses truques vão tornar mais eficiente a sua experiência de investir nos títulos voltados para a aposentadoria e a educação dos seus filhos
Ânima (ANIM3) confirma interesse na venda da Universidade São Judas, com poucos detalhes
Hoje, as ações da companhia registram alta quase 4% e operam entre as maiores altas da B3
Nelogica anuncia parceria com Scalper e vai apoiar crescimento da escola de traders; confira detalhes do acordo
O acordo prevê a injeção de recursos para a expansão educacional da Scalper e a oferta de plataformas de trading da companhia
Quem foi bem e quem foi mal nos resultados do 3T23? Lucro das empresas na B3 cai, mas metade delas supera as previsões
Empresas de alimentos e varejo foram as que mais superaram as projeções. Mas elas não foram as vencedoras da “corrida dos balanços”, segundo o Santander
Tesouro Educa+: é melhor comprar em nome do meu filho? O que acontece com o título se eu morrer?
Saiba se o título público voltado para a educação ainda garante a faculdade do seu filho mesmo se você vier a falecer
De olho no Enem do futuro: quanto investir hoje para pagar a faculdade do seu filho daqui a alguns anos
O Tesouro Direto dispõe de um investimento de baixo risco para os pais pouparem para a educação dos filhos: o Tesouro Educa+. Veja como funciona
Tesouro Educa+ passa a ter opção de ‘vaquinha’, para toda a família investir para pagar a faculdade do seu filho
Tesouro Direto lança também a possibilidade de abertura rápida de conta em nome do jovem dentro do programa