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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Ajuste pós-Copom

Outro patamar: com tesourada na Selic, remuneração de título prefixado cai a 1 dígito no Tesouro Direto

Depois de dois anos acima dos 10% ao ano, retorno do Tesouro Prefixado começa a ficar inferior a esse patamar psicológico

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
3 de agosto de 2023
12:39 - atualizado às 12:40
Gráfico desenhado por um homem mostra queda
Imagem: Shutterstock

O corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic pelo Banco Central ontem e a sinalização de pelo menos mais duas reduções de igual magnitude nas próximas reuniões de juros já começa a surtir efeito no Tesouro Direto.

Nesta quinta-feira (03), o título prefixado de prazo mais curto disponível para compra, o Tesouro Prefixado 2026, já aparece no site do programa oferecendo rentabilidade de apenas um dígito até o seu vencimento.

Quem adquirir esse papel hoje, receberá 9,95% ao ano caso o carregue até o vencimento. Os demais prefixados ainda estão pagando juros de dois dígitos a quem os comprar hoje.

TítuloRentabilidade
Tesouro Prefixado 20269,95% ao ano
Tesouro Prefixado 202910,51% ao ano
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 203310,65% ao ano
Fonte: Tesouro Direto

Os prefixados vinham oferecendo rentabilidades acima de 10% ao ano há cerca de dois anos, um reflexo do ciclo de aperto monetário que levou a Selic a 13,75%.

Mas agora, com a perspectiva de cortes à frente – e com um alívio maior que o esperado sinalizado pelo Banco Central –, a promessa de remuneração já começa a cair abaixo desse "patamar psicológico".

As rentabilidades menores também já começam a ser vistas nos títulos atrelados à inflação. Até ontem, todos os papéis Tesouro IPCA+ ainda estavam pagando mais de 5% ao ano mais IPCA para novos investimentos; hoje, o título mais curto, o Tesouro IPCA+ 2029, já está oferecendo um percentual inferior a esse patamar: 4,98% + IPCA.

Selic pode cair abaixo de 12,00% ainda neste ano

O corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic na noite de ontem, reduzindo-a para 13,25% ao ano, era a aposta mais otimista do mercado, pois parte dos investidores ainda achava que o BC ia cortar os juros em apenas 0,25 ponto percentual.

Não só o cenário de maior alívio se concretizou, como também o comunicado da autoridade monetária indicou que a Selic pode cair abaixo do que o mercado esperava até o fim do ano.

O comunicado do Comitê de Política Monetária do BC (Copom) sugeriu que pode haver mais de um corte de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, o que levaria a Selic a, pelo menos, 12,25%.

Mas como o colegiado tem ainda três encontros até dezembro, os economistas, que antes esperavam uma Selic de 12,00% no fim de 2023, já começaram a revisar suas projeções para 11,75%, prevendo cortes de 0,50 ponto em todas as três reuniões.

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Rentabilidade mais baixa nos prefixados vale apenas para os novos investimentos

Importante lembrar que o retorno mais baixo dos prefixados e títulos indexados à inflação vale apenas para os novos investimentos, isto é, para quem comprar esses papéis por agora.

Quem adquiriu títulos lá atrás, com remunerações elevadas, tem aquele retorno garantido até o vencimento, caso não se desfaça do título antecipadamente.

Vale frisar, porém, que as taxas pagas atualmente pelos títulos públicos ainda estão elevadas e têm a possibilidade de cair mais. Assim, mesmo quem adquirir esses papéis agora estará travando, até o vencimento, uma rentabilidade que ainda pode ser considerada historicamente alta.

Caso as taxas recuem mais, esses papéis ainda têm chance de valorização. Quem adquiriu títulos Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+ no fim do ciclo de aperto monetário, com taxas mais altas, vem assistindo a uma formidável valorização dos seus papéis, que chega, em alguns casos, a cerca de 20% no acumulado do ano.

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