Bolsonaro tem “choque de realidade” na volta ao Brasil, mas guarda um trunfo na manga na oposição contra Lula
Depois de passar 89 dias nos EUA, o ex-presidente está de volta e promete ser uma pedra no sapato do petista, mas antes terá que lidar com seus próprios obstáculos

A espera acabou. Jair Bolsonaro chegou nesta quinta-feira (30) ao Brasil, depois de passar 89 dias nos EUA, com a promessa de ser uma pedra no sapato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Só que antes de articular qualquer oposição política ao petista, Bolsonaro teve um choque de realidade: não havia carros blindados esperando por ele no aeroporto — e isso foi motivo da primeira reclamação por parte do ex-presidente.
“Até segunda-feira eu tinha direito a dois carros blindados”, afirmou Bolsonaro, relembrando que, durante sua campanha de 2018, “tinha 40 policiais federais comigo” — citando que corre risco de sofrer um possível atentado. “Eu não tenho peito de aço”, acrescentou.
Vale lembrar que é comum que candidatos recebam apoio da Polícia Federal (PF), mas como Bolsonaro não é candidato neste momento, não recebe o amparo da PF — a demanda é um privilégio que somente presidentes possuem.
A reclamação também contradiz o que aliados querem para Bolsonaro: uma recepção sem tanta pompa e calma para assentar as ideias e entender o cenário antes de qualquer atuação pública.
- Leia também: Lula ou Bolsonaro? Saiba qual dos dois têm mais pedidos de impeachment antes dos 100 dias de governo
O futuro de Bolsonaro
Quando Bolsonaro ainda estava nos EUA, repetidas vezes ele disse que voltaria ao Brasil para desempenhar um papel na política: ser oposição ao governo de Lula.
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E a expectativa é justamente essa. O Partido Liberal (PL) acredita que o ex-presidente pode ser o grande adversário do petista, um protagonista da direita e consiga enfrentar a esquerda nas eleições presidenciais de 2026.
Apesar de Michelle Bolsonaro ter aparecido para 2026, segundo aliados, ainda não há uma segunda opção e o ex-presidente é o único nome no momento previsto para a próxima corrida eleitoral.
A ideia agora é reorganizar a vida política de Bolsonaro, agendar viagens e garantir que ele esteja em contato com as autoridades de direita — entre eles governadores e prefeitos — e com membros alinhados a ele no Congresso.
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O que ele vai encarar
Embora esteja claro que Bolsonaro não pode ser preso neste momento, o ex-presidente deve enfrentar as suas próprias pedras do caminho.
Ele chegou ao Brasil em meio a uma polêmica envolvendo joias recebidas como presente do governo saudita e dos Emirados Árabes Unidos — e que parte delas já foram devolvidas por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Na decisão mais recente, o TCU determinou ontem que Bolsonaro devolva um kit que inclui um relógio da marca Rolex — que recebeu durante uma viagem ao Qatar, em 2019.
Na viagem de volta ao Brasil, Bolsonaro negou qualquer irregularidade no caso das joias e dise que continua usando o mesmo relógio de sempre.
"[Os árabes] são riquíssimos e tentam agradar as pessoas, mas eu continuo com meu reloginho, graças a Deus, e estou feliz com ele", disse ele à Jovem Pan.
O ex-presidente justificou os presentes com a amizade com o povo árabe e disse que todos eles foram devidamente registrados.
"Se estão achando que isso foi errado, fico até feliz porque não têm do que me acusar. Essas joias estão prontas para serem entregues", afirmou.
A viagem de Bolsonaro ao Brasil
Bolsonaro deixou a casa onde estava hospedado nos EUA por volta das 18h (horário local) de quarta-feira (29) e seguiu para o aeroporto de Orlando, onde aguardou o embarque em uma sala reservada.
O ex-presidente foi o último a embarcar na aeronave e recebeu aplausos da maioria dos passageiros, que chegaram a gritar “mito”. Uma mulher chegou a fazer o gesto do “L” durante o embarque, mas não houve discussões.
Durante a viagem, Bolsonaro praticamente não dormiu e foi a todo momento requisitado por passageiros, que queriam tirar fotos e conversar com o ex-presidente. Ele recebeu inclusive uma Bíblia de uma mulher como presente. A imprensa pode acompanhar a viagem.
*Com informações da CNN e do UOL
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