Será que a crise bancária pode transformar-se em uma disputa pelo Credit Suisse? A resposta parece ser sim, pois, uma nova gigante das finanças deve entrar em breve na mesa de negociações pelo banco suíço.
Segundo informações do Financial Times, a norte-americana BlackRock — maior gestora de ativos financeiros do mundo — elaborou uma oferta que superaria o valor oferecido pelo principal concorrente na negociação, o UBS.
Se efetivada e aceita, a proposta arruinaria os planos do Banco Central da Suíça (SNB) e da Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro Suíço (FINMA) de unir as duas maiores financeiras do país e promover a maior combinação bancária da Europa desde a crise de 2008.
E BlackRock e UBS não são as únicos de olho no Credit Suisse. O J. Safra Sarasin, controlado pela família do grupo brasileiro, também poderia ficar com o banco, de acordo com os rumores de mercado.
As conversas, inclusive, teriam começado no fim do ano passado. Procurado pelo Seu Dinheiro, o Safra não comentou o assunto.
BlackRock, UBS, Credit Suisse e o BC da Suíça também optaram por não responder ao pedido de comentário do Financial Times. Mas, em comunicado oficial, a BlackRock negou a participação "em quaisquer planos para adquirir a totalidade ou parte do Credit Suisse".
Qual é a situação atual do Credit Suisse?
Vale relembrar que o Credit Suisse conseguiu um fôlego adicional com o anúncio de que o Banco Central do país forneceu uma linha de crédito de US$ 54 bilhões (R$ 285 bilhões).
Em comunicado conjunto, o BC e o órgão regulador do país afirmam que o Credit possui capital e liquidez para honrar o empréstimo.
O “PIX” emergencial veio depois que o principal acionista do Credit Suisse, o Saudi National Bank (SNB), se negou a ampliar a ajuda ao banco.
O grupo saudita alega que não pode aumentar a participação na instituição, que já beira o limite estabelecido pelo regulador de 10%.
A notícia fez as ações do banco suíço recuperarem parte das perdas registradas nos últimos dias.. Porém, a alegria do Credit Suisse pode não durar muito.
Isso porque o Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros em 0,50 ponto percentual na última quinta-feira (16), frustrando as expectativas de que BCs pelo mundo poderiam reduzir o ritmo do aperto monetário ganhou ainda mais força com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), no final de semana.
Além disso, há temores de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) também suba os juros em meio ponto percentual na reunião da semana que vem.