Depois que a Americanas (AMER3) revelou a descoberta de um rombo contábil sem precedentes de R$ 20 bilhões, as principais concorrentes da varejista também entraram na berlinda. O temor do mercado é o de que Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) também apresentem problemas semelhantes.
Esse receio derrubou as ações da Via, que fecharam em queda de 5,39% no pregão de ontem da B3.
Por isso a dona das Casas Bahia e Ponto Frio encaminhou um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no qual traz detalhes sobre a forma como contabiliza as operações do chamado "risco sacado".
De acordo com a companhia, todas essas operações estão registradas no balanço em conformidade com as normas internacionais de contabilidade.
A Via informa que as operações de risco sacado aparecem em uma linha específica no Balanço Patrimonial denominada "Fornecedores Convênio". A companhia descreve os detalhes na nota explicativa 14a do resultado do terceiro trimestre, incluindo a taxa de juros média incidente.
“Por fim, esclarecemos que as despesas de juros são registradas no resultado da Companhia como despesa financeira”, acrescenta a Via. Leia a íntegra do comunicado.
O que é o risco sacado
Restrito ao mercado corporativo e de crédito, o termo "risco sacado" entrou no vocabulário da maior parte dos investidores após a divulgação do rombo contábil nas Americanas.
Nessa operação, os bancos antecipam o valor que o fornecedor tem a receber de uma grande empresa, aplicando uma taxa de desconto.
Assim, essa grande empresa passa a dever ao banco que antecipou o recurso ao fornecedor.
No caso das Americanas, o problema é que durante anos ela não contabilizou os custos financeiros associados a esses empréstimos.
Isso significa que o lucro e as margens eram bem menores do que as demonstrações mostravam, enquanto a dívida era na verdade muito maior do que parecia.