A Oi (OIBR3) ainda tem futuro? O que está por trás do pedido que pode levar a companhia a uma nova recuperação judicial
Medida solicitada pela Oi (OIBR3) prevê proteção contra credores sem que haja intervenção da Justiça
Nunca se falou tanto em recuperação judicial no ambiente de negócios brasileiro como agora. O ano já começou com o pedido impressionante feito pela Americanas (AMER3) e agora embala em outro caso que promete ser emblemático envolvendo a Oi (OIBR3).
Isso mesmo, você não leu errado — a mesma Oi (OIBR3) que encerrou seu processo há pouco mais de um mês pode estar no caminho de uma nova recuperação.
Para quem entende da situação da companhia, o caso não surpreende, já que o pedido anterior tinha como objetivo resolver os problemas financeiros da operadora até 2016, uma dívida de R$ 65 bilhões.
- Como investir em 2023? Com o início do novo governo Lula, a guerra entre Ucrânia e Rússia e o medo de uma recessão nas principais economias do mundo, é normal que o investidor não saiba muito o que fazer agora. Por isso, este material exclusivo do Seu Dinheiro revela as melhores oportunidades de investimento nas principais classes de ativos para quem não quer perder dinheiro em 2023. CONFIRA AQUI GRATUITAMENTE
A questão é que de lá para cá, mesmo que ela tenha feito boa parte da sua lição de casa, uma série de outras complicações surgiram.
Desta vez, a Oi pediu proteção contra seus credores diante de dívidas que somam R$ 29 bilhões, algumas delas com vencimento para a semana que vem. Isso não quer dizer que ela vai mesmo oficializar um novo pedido de recuperação judicial, mas o caminho está pavimentado.
Em dezembro passado, o Seu Dinheiro já havia trazido uma reportagem sobre os dramas da outrora gigante da telefonia mesmo após a vitória no primeiro processo de recuperação judicial.
Leia Também
De todo modo, a notícia caiu como uma bomba para quem tem ações da Oi (OIBR3). Por volta das 14h22 da quinta-feira (2), as ações operavam em forte queda de 26,27% na B3, cotadas a R$ 1,74.
Oi (OIBR3) pega carona com Americanas
Hoje o principal ativo da Oi é a participação minoritária na unidade de fibra óptica após a venda do controle para o BTG Pactual. O principal passo para o fim da recuperação judicial da empresa foi a venda da operação de telefonia móvel para as três antigas rivais — Claro, TIM e Vivo —, por R$ 16 bilhões.
Foi um longo processo aprovado apenas no ano passado pelo Cade, o órgão de defesa da concorrência. E quando o assunto parecia resolvido, as compradoras decidiram contestar o valor e agora querem pagar R$ 3,2 bilhões pelos ativos.
Na avaliação de Pedro Almeida, especialista em arbitragem do escritório GVM Advogados, o pedido da Oi (OIBR3) sequer foi feito por acaso, mas na carona do escândalo Americanas — as empresas compartilham os mesmos escritórios de advocacia. Uma vez que o precedente de proteção contra credores foi aberto pela varejista, a Oi pode se beneficiar da mesma maneira.
Agora, ele explica que uma opção pode ser uma recuperação extrajudicial, que é uma espécie de acordo entre a empresa e seus credores, mas combinada sem o aval da Justiça.
"Esse novo pedido da Oi pode funcionar como uma alavanca para obter vantagem na negociação dessas dívidas, é um estágio que permite mais poder de negociação entre as partes porque não envolve a Justiça", afirma o advogado.
Esse seria, inclusive, o caminho ideal para os dois lados. Os credores, obviamente, não desejam entrar numa fila de uma outra recuperação judicial.
A Oi, por sua vez, teve na saída desse processo uma oportunidade de atrair alguns investidores que eram impedidos de ter posição na empresa justamente por conta do processo judicial. Ainda que seja um efeito apontado como pontual e de curto prazo, ele demonstraria alguma confiança na empresa.
Ou seja, a Oi busca uma solução que é a antessala da recuperação judicial e que pode ser melhor para todos antes que um processo longo e burocrático comece outra vez.
Para alguns analistas, o futuro da Oi permanece tão incerto como antes: uma empresa que foi de gigante do setor de telecomunicações ao posto de penny stocks na bolsa brasileira, com pouca atratividade e gente disposta a investir nela.
Em relatório recente, o BTG Pactual já havia destacado que a companhia tinha uma série de outros problemas na justiça que poderiam afetar o fluxo de caixa da empresa, o que ajuda a justificar o pedido de socorro desta semana.
Nos cálculos da equipe do BTG, a companhia ainda deveria desembolsar pelo menos R$ 1,7 bilhão ao longo dos próximos três anos somente em depósitos judiciais.
Eles destacam também que a Oi encerrou sua recuperação judicial com uma dívida de R$ 22 bilhões, sendo R$ 18 bilhões líquidos. As maiores preocupações ficam por conta das altas despesas financeiras e o fluxo de caixa bastante pressionado, dois pontos que precisam de atenção para que a empresa possa caminhar bem daqui em diante.
"Hoje, uma nova recuperação judicial pode ser um caminho para viabilizar a empresa e ela vai empurrando isso. Quando olhamos o todo, é mais uma mancha na reputação que já estava manchada, numa empresa que já estava desacreditada. Não tem muito como piorar mais", diz um analista que prefere não ser identificado.
No mês passado foi a vez do Santander levantar dúvidas semelhantes ao constatar que a queima de caixa da Oi durante os nove primeiros meses do ano passado foi bem acima do esperado. Hoje, o banco espanhol não espera bons resultados para a companhia.
Uma das principais dúvidas dos gestores é, por exemplo, como a Oi seria capaz de gerar fluxo de caixa nos próximos anos, além de apresentar balanços mais saudáveis e conseguir, enfim, crescer.
Se essas já eram possibilidades remotas, agora elas parecem ainda mais distantes — o contexto pós-pandemia e os juros altos dificultam bastante.
Procurada, a Oi informa que o requerimento atual corre em segredo de justiça e envolve a “potencial renegociação de certas dívidas”.
Também diz que o objetivo da medida é dar continuidade às negociações com seus credores de forma “equilibrada e transparente”.
O balanço que preocupa
O balanço da Oi é evidentemente preocupante e também nos ajuda a compreender o futuro da empresa. No terceiro trimestre de 2022, ela reportou um prejuízo líquido de R$ 3,064 bilhões.
O número representa uma redução de 36,3% em relação ao resultado negativo de R$ 4,813 bilhões visto no mesmo período do ano anterior, mas aprofundou as perdas de R$ 321 milhões do trimestre imediatamente anterior.
Já a dívida líquida, métrica importante para entender como anda a saúde financeira da companhia, ficou em R$ 18,334 bilhões. Trata-se de uma redução de 38,7% em relação ao mesmo período de 2021.
A Oi programou a divulgação do balanço do último trimestre de 2022 para o dia 24 de março. Resta saber qual será a situação jurídica e financeira da empresa até lá.
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
