Natura (NTCO3) sai de lucro para prejuízo milionário e ações caem mais de 10% — entenda o que está acontecendo
O 4T22 da Natura (NTCO3) foi marcado pelos desafios da crise econômica, com queda na receita e baixo desempenho em todas as marcas
A desconfiança dos investidores com a Natura (NTCO3) é algo que sempre parece encontrar espaço para se aprofundar. E não é por acaso: na segunda-feira (13), a companhia informou um prejuízo de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre de 2022.
O resultado reverte um lucro de R$ 695,5 milhões visto no mesmo período do ano anterior. Para se ter dimensão do estrago, o consenso da Bloomberg apontava um lucro líquido de R$ 326 milhões.
No ano, o prejuízo da Natura foi de R$ 2,6 bilhões, também bastante acima das estimativas.
A reação dos investidores não poderia ser outra: desde o início do pregão de hoje, os papéis caem forte. Por volta das 13h48, NTCO3 recuava 16,75%, cotada a R$ 12,33.

"Acreditamos que as ações provavelmente reagirão negativamente aos resultados devido aos resultados operacionais piores do que o esperado na América Latina e atualizações limitadas sobre um movimento estratégico potencial envolvendo a Aesop, que acreditamos ser um gatilho transformacional se totalmente vendido", trouxe o relatório do JP Morgan.
Mas o que desagradou tanto os investidores no balanço na Natura (NTCO3)?
Além do óbvio, que é o prejuízo milionário, a Natura (NTCO3) foi fortemente castigada pela crise econômica, aponta o balanço. Diante da menor renda disponível, juros altos e endividamento das famílias, é natural que haja uma retração no consumo de itens de beleza. Assim, a receita caiu e as margens ficaram mais pressionadas.
Leia Também
Segundo a Natura, o fim do ano passado ainda foi marcado por despesas financeiras maiores, perdas nas operações descontinuadas e um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) menor, que totalizou R$ 1,1 bilhão — que elevou a alavancagem para 3,49 vezes, com uma dívida líquida de R$ 7,4 bilhões.
- Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.
Em relatório, o BTG Pactual aponta justamente o nível de alavancagem da companhia como um ponto de preocupação após um resultado "fraco". Os analistas afirmam, ainda, que Natura Brasil e Aesop tiveram resultados mais positivos, mas que foram ofuscados pelos demais problemas da companhia.
O BTG Pactual tem recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 18 — potencial de alta de 21,5% se considerado o fechamento anterior.
"A tese de turnaround difícil nos deixa mais conservadores […] vemos dois desafios principais: a alta alavancagem em meio a taxas de juros altas e problemas na reformulação das operações da Avon e The Body Shop", escreveram os analistas do banco, que também reconhecem o esforço da companhia no processo de reestruturação do negócio.
Com vendas em baixa, a receita líquida consolidada da Natura somou R$ 10,4 bilhões, uma queda de 10,8% na comparação com o quarto trimestre de 2021.
Já as vendas da Natura no Brasil foram relativamente bem (+18% a.a.), com destaque também para os lucros da The Body Shop e a boa rentabilidade da Aesop entre os poucos pontos positivos.
Por outro lado, as vendas da Natura na América Latina deixaram a desejar, aponta o Itaú BBA em relatório, elencando esse como o ponto baixo do balanço.
E por falar na Aesop
Mais uma vez, a Aesop, marca de luxo da companhia, trouxe mais incertezas do que esclarecimentos aos investidores. O mercado todo já sabe que a Natura executa uma tarefa difícil de arrumar a casa e tornar sua operação como um todo mais eficiente.
E um ponto tido como essencial nessa empreitada é a venda da Aesop. O grande problema é que, além do resultado fraco, aparentemente não houve avanço nas negociações. Mais uma vez, a Natura fica na eterna promessa de venda da divisão e melhor integração com sua outra marca, a Avon.
“Nenhum anúncio quanto à venda da Aesop foi realizado, com a companhia dizendo que continua a analisar alternativas estratégicas para o ativo, o que acreditamos que possa desapontar o mercado”, escreveram os analistas da XP Investimentos.
A leitura é de que a partir de agora, a Natura ficará ainda mais pressionada a vender pelo menos uma parte da Aesop, o que ajuda a entender a baixa das ações na bolsa.
Na avaliação dos analistas do Santander, a venda de 100% da marca de luxo pode ser uma solução para o problema de alavancagem da Natura.
Uma noite sobre trilhos: como é a viagem no novo trem noturno da Vale?
Do coração de Minas ao litoral do Espírito Santo, o Trem de Férias da Vale vai transformar rota centenária em uma jornada noturna inédita
Com prejuízo bilionário, Correios aprovam reestruturação que envolve demissões voluntárias e mais. Objetivo é lucro em 2027
Plano prevê crédito de R$ 20 bilhões, venda de ativos e cortes operacionais para tentar reequilibrar as finanças da estatal
Supremo Tribunal Federal já tem data para julgar acordo entre Axia (AXIA3) e a União sobre o poder de voto na ex-Eletrobras; veja
O julgamento acontece após o acordo entre Axia e União sobre poder de voto limitado a 10%
Deixe o Banco do Brasil (BBAS3) de lado: para o Itaú BBA, é hora de olhar para outros dois bancões — e um deles virou o “melhor da bolsa”
Depois da temporada de balanços do terceiro trimestre, o Itaú BBA, que reiterou sua preferência por Nubank (ROXO33) e Bradesco (BBDC4), enquanto rebaixou a indicação do Santander (SANB11) de compra para neutralidade. Já o Banco do Brasil (BBAS3) continua com recomendação neutra
O novo trunfo do Magazine Luiza (MGLU3): por que o BTG Pactual vê alavanca de vendas nesta nova ferramenta da empresa?
O WhatsApp da Lu, lançado no início do mês, pode se tornar uma alavanca de vendas para a varejista, uma vez que já tem mostrado resultados promissores
5 coisas que o novo Gemini faz e você talvez não sabia
Atualização do Gemini melhora desempenho e interpretação de diferentes formatos; veja recursos que podem mudar sua rotina
Vibra (VBBR3) anuncia R$ 850 milhões em JCP; Energisa (ENGI11) e Lavvi (LAVV3) anunciam mais R$ 500 milhões em dividendos
Vibra e Energisa anunciaram ainda aumentos de capital com bonificação em ações; veja os detalhes das distribuições de dividendos e ações
Nvidia (NVDC34) tem resultados acima do esperado no 3T25 e surpreende em guidance; ações sobem no after market
Ações sobem quase 4% no after market; bons resultados vêm em meio a uma onda de temor com uma possível sobrevalorização ou até bolha das ações ligadas à IA
Hora de vender MOTV3? Motiva fecha venda de 20 aeroportos por R$ 11,5 bilhões, mas ação não decola
O valor da operação representa quase um terço dos R$ 32 bilhões de valor de mercado da empresa na bolsa. Analistas do BTG e Safra avaliam a transação
Nem o drible de Vini Jr ajudaria: WePink de Virginia fecha acordo de R$ 5 milhões após denúncias e fica proibida de vender sem estoque
Marca da influenciadora terá que mudar modelo de vendas, reforçar atendimento e adotar controles rígidos após TAC com o MP-GO
Patria dá mais um passo em direção à porta: gestora vende novo bloco de ações da Smart Fit (SMFT3), que entram em leilão na B3
Conforme adiantado pelo Seu Dinheiro em reportagem exclusiva, o Patria está se preparando para zerar sua posição na rede de academias
BRB contratará auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance da PF, que investiga o Banco Master
Em comunicado, o banco reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado
O futuro da Petrobras (PETR4): Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário
Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e um dos maiores especialistas em energia do país, foi o convidado desta semana do Touros e Ursos para falar de Petrobras
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A atualização recoloca o Google na disputa com o ChatGPT e o Llama, da Meta; veja o que muda e qual é a melhor IA para cada tipo de tarefa
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) fecham parceria para o e-commerce; veja
Aliança cria uma nova frente no e-commerce e intensifica a competição com Mercado Livre e Casas Bahia
Governador do DF indica Celso Eloi para comandar o BRB; escolha ainda depende da Câmara Legislativa
A nomeação acontece após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, em meio à operação da PF que mira irregularidades envolvendo o Banco Master
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Do auge ao colapso: o caso Bamerindus marcou o FGC por décadas como um dos maiores resgates do FGC da história — até o Banco Master
Cedae informa suspensão do pagamento do resgate de CDBs do Banco Master presentes na sua carteira de aplicações
Companhia de saneamento do Rio de Janeiro não informou montante aplicado nos papéis, mas tinha R$ 248 milhões em CDBs do Master ao final do primeiro semestre
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
