🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Ana Carolina Neira

Ana Carolina Neira

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.

Flavia Alemi

Flavia Alemi

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pela FIA. Trabalhou na Agência Estado/Broadcast e na S&P Global Platts.

Capital social

Lemann ‘mais dono’ e fim do ‘sonho grande’ do e-commerce: o futuro da Americanas (AMER3) com o plano de recuperação

Capitalização de Lemann e seus sócios na empresa pode levar a uma mudança significativa da estrutura da companhia

Ana Carolina NeiraFlavia Alemi
27 de março de 2023
6:52 - atualizado às 18:49
Montagem com Jorge Paulo Lemann e o logo da Americanas (AMER3)
Montagem com Jorge Paulo Lemann e o logo da Americanas (AMER3) - Imagem: Montagem Seu Dinheiro

Foram semanas de muita especulação, mas enfim a Americanas (AMER3) apresentou na última segunda-feira um plano para tentar se reerguer. A proposta ainda está longe de ser um consenso, mas, se for adiante, levará a mudanças significativas na varejista — do capital à operação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isto porque o plano prevê algumas opções para renegociação da dívida que, se forem seguidas, deixarão a empresa quase inteira nas mãos de Jorge Paulo Lemann, de seus sócios Beto Sicupira e Marcel Telles, e dos bancos credores.

A proposta conta com um aumento de capital de R$ 10 bilhões dos atuais acionistas e dá a possibilidade de os credores fazerem o mesmo, recebendo ações em troca da dívida.

VEJA TAMBÉM - Se a Americanas que tem uma dívida de R$ 40 bi pode se safar dos credores com recuperação judicial, por que eu não posso?

Lemann, Telles e Sicupira já se comprometeram a entrar com todo o dinheiro novo na Americanas caso os demais acionistas não queiram participar da capitalização. Mas é improvável que eles façam isso se não houver a contrapartida dos credores.

O Seu Dinheiro fez então um exercício para calcular como ficaria o cenário após a execução do plano. Para isso, estipulamos as seguintes premissas:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Preço por ação: R$ 1,50 (estimativa conservadora, dado que a ação negocia na casa de R$ 1,00 atualmente);
  • Nenhum minoritário acompanha o aumento de capital (eles têm o direito de fazer isso, mas não devem exercer);
  • O trio de acionistas de referência coloca R$ 10 bilhões, enquanto os bancos e credores capitalizam a empresa com mais R$ 10 bilhões em créditos.

Dessa forma, haveria uma enxurrada de 13,3 milhões de novas ações AMER3 no capital. Os acionistas de referência ficariam com 48,74% da empresa, enquanto os bancos ficariam com 46,83%. Apenas 4,43% dos papéis estariam nas mãos de outros acionistas. Veja:

Leia Também

CAPITAL SOCIAL ANTES DA CAPITALIZAÇÃO

Quantidade de ações% do capital
Acionistas de Referência271.834.96030,12%
Outros630.694.54369,88%
Total902.529.503100,00%

CAPITALIZAÇÃO

Acionistas de ReferênciaCapitalização de R$ 10 bi a R$ 1,50/ação6.666.666.667 ações
Bancos e credoresCapitalização de R$ 10 bi a R$ 1,50/ação6.666.666.667 ações

CAPITAL SOCIAL DEPOIS DA CAPITALIZAÇÃO

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Quantidade de ações% do capital
Acionistas de Referência6.938.501.62748,74%
Bancos6.666.666.66746,83%
Outros630.694.5434,43%
Total14.235.862.836100,00%

Os valores finais tanto da capitalização como do preço por ação nessa operação ainda vão depender das negociações de Lemann e seus sócios com os credores. Ou seja, essa é apenas uma simulação com base nas premissas básicas do plano, que ainda deve passar por muitas mudanças. 

Aliás, as conversas após a apresentação da proposta já dão conta de que os bancos estão pressionando os sócios de referência a aumentar o valor a ser capitalizado.

O desenho final do plano pode considerar também uma conversão menor da dívida em capital, o que reduziria a diluição dos minoritários por um lado, mas aumentaria proporcionalmente a fatia de Lemann e seus sócios na Americanas.

Processo deve se arrastar

A queda de braço da Americanas com os bancos indica que o processo de recuperação judicial deve ser longo e sofrido, de acordo com especialistas e fontes que acompanham o caso que o Seu Dinheiro ouviu na última semana.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Desde que a varejista revelou as “inconsistências contábeis”, em janeiro deste ano, os bancos foram implacáveis ao antecipar o vencimento das dívidas da companhia e judicializar o caso. A Americanas então correu para pedir proteção legal e, na sequência, entrou em recuperação judicial, com dívidas de mais de R$ 40 bilhões.

De lá para cá, boatos e fatos marcaram o imbróglio. Dentre os mais recentes está a visão de que o plano de recuperação apresentado não atende às demandas dos credores..

“Esse plano representa pouco, é uma etapa formal do processo e não mostra o estado em que as negociações estão de fato”, afirmou Adriano Casarotto, gestor de crédito da Western Asset. Ele acredita que a Americanas apresentará um novo plano até o final de junho, que é o prazo que os credores têm para votar a aprovação (ou não) do plano atual.

E, se a recuperação judicial da Americanas correr de forma semelhante à de outra empresa conhecida do noticiário de recuperação, a Oi (OIBR3), o mercado deve se preparar para alguns anos de briga.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo Renato Leopoldo e Silva, responsável pela área de Contencioso Empresarial Cível, Recuperação de Empresas e Arbitragem do escritório DSA Advogados, o principal desafio de um processo como esse é que a empresa seja capaz de equilibrar o andamento da recuperação em si enquanto mantém suas atividades normalmente.

E foi justamente aí que a Oi escorregou: enquanto buscava uma solução para resolver seus problemas financeiros que envolviam uma dívida de R$ 65 bilhões, a operadora acabou fazendo novas dívidas para continuar funcionando.

"Não são só os créditos dentro do plano que a Americanas precisa resolver, a grande questão é ter fôlego para tudo o que ainda surge depois da recuperação judicial porque a empresa precisa continuar funcionando, fechando novos contratos e isso passa por fazer novas dívidas", explica o advogado.

Outra semelhança entre Oi e Americanas é a queda de braço constante com os credores, o que aumenta as incertezas do mercado e dificulta todo o processo de recuperação, que poderia ter sido mais rápido se houvesse mais alinhamento entre os dois lados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Eles [os bancos] são os principais credores, então eles têm mais voz ativa nessa negociação. Por isso acredito que a proposta apresentada nesta semana deve sofrer alterações, caso contrário ela pode nem ser aprovada", diz Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research.

E como pode ser o futuro da Americanas (AMER3)?

A aprovação do plano de recuperação judicial não significa vida nova e sem entraves para nenhuma empresa, já que a conta é mesmo bem difícil de fechar. Mas, segundo analistas, caso a Americanas (AMER3) saia viva desse processo, ela definitivamente não será como antes.

A expectativa é que daqui a alguns anos ela seja uma loja muito menor, voltada para a venda de artigos de baixo valor. Ou seja, o “sonho grande” de brigar com os grandes players do setor, como Amazon, Mercado Livre e Magazine Luiza, deve virar apenas uma paisagem no retrovisor da história da Americanas.

Além do próprio processo de recuperação em si, o contexto macroeconômico de juros altos e inflação não colabora com a varejista, que depende muito de crédito para se financiar e também para que seus consumidores tenham condições de fazer compras de maior valor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diferente da Oi, a Americanas está inserida em um mercado muito mais pulverizado e dependente de condições econômicas melhores. Além disso, analistas apontam que a relação dela com fornecedores e consumidores também ficou muito afetada, o que pode afastá-los da empresa e criar uma dificuldade maior para manter estoques e disponibilidade de produtos.

Ou seja: daqui a alguns anos, pode ser que você passe por uma Americanas e já não veja ofertas de televisores de 55 polegadas ou do modelo mais recente do Playstation, somente itens para a casa e promoções de biscoitos — exemplos do sonho grande de Jorge Paulo Lemann e seus sócios que vai virando pó.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MARGEM EQUATORIAL

‘R$ 4 milhões por dia’: Conheça a sonda com que a Petrobras vai perfurar a Margem Equatorial

21 de outubro de 2025 - 18:11

Uma aposta de longo prazo. R$ 3 bilhões em jogo, 15 novos poços e custos diários milionários. A Petrobras (PETR4) obteve uma licença histórica para perfurar na Margem Equatorial, em águas profundas do Amapá. Sustentando essa investida está a sonda de perfuração NS-42, cujo custo diário chega a R$ 4 milhões, segundo a FUP (Federação […]

UMA MINA DE OURO

Com ouro em disparada, BTG vê mineradora Aura (AURA33) em “momento imparável”

21 de outubro de 2025 - 14:40

As ações da Aura Minerals (AURA33) já subiram 50% no ano, e o BTG diz que espera que a produção continue crescendo

FOCO NA INADIMPLÊNCIA

Com o agro em crise, Banco do Brasil (BBAS3) dá início à renegociação de dívidas rurais

21 de outubro de 2025 - 14:19

Nova linha BB Regulariza Agro permite renegociar dívidas de produtores afetados por perdas de safra em meio a pressão da inadimplência no agro sobre o balanço do banco estatal

A JATO

O céu é o limite: Embraer (EMBR3) quebra recorde e fecha terceiro trimestre com US$ 31,3 bilhões em pedidos

21 de outubro de 2025 - 9:50

Com contratos firmes com Latam e Avelo, o backlog da empresa atinge o maior patamar da história — e a Embraer projeta nova aceleração a partir de 2026

O INEVITÁVEL

Ambipar (AMBP3) finalmente pede recuperação judicial. Entenda a história do colapso da empresa

21 de outubro de 2025 - 6:52

A companhia afirma que suas operações seguem normalmente. No entanto, o valor total da dívida da empresa não foi revelado

CORRIDA PELOS ENDINHEIRADOS

Bancões na corrida do ouro: as estratégias do Banco do Brasil, Bradesco e Santander para conquistar a alta renda

21 de outubro de 2025 - 6:11

Em período de inadimplência crescente, bancos aceleram planos para cativar clientes endinheirados, com cartão de crédito, concierges, Fórmula 1 e mais

PRÉ-SAL

Petrobras (PETR4) assina acordo de equalização de Jubarte; valor devido à União é de R$ 1,54 bilhão

20 de outubro de 2025 - 19:33

A estatal informou que as negociações com os parceiros do campo de Argonauta — Shell Brasil, Enauta (Brava) e ONGC Campos — ainda estão em andamento

EXCLUSIVO SD

Exclusivo: segunda instância deve confirmar decisão inédita que colocou a Oi (OIBR3) de cara com a falência

20 de outubro de 2025 - 18:54

Decisão inédita que afastou toda a diretoria da Oi (OIBR3) deve ser mantida no Tribunal de Justiça do Rio; empresa tenta reverter medida que destituiu o conselho

DESCENDO PARA O PLAY

O gigante acordou: a nova ‘arma secreta’ da Amazon na batalha do e-commerce brasileiro

20 de outubro de 2025 - 16:50

Batendo de frente com Mercado Livre, uma nova funcionalidade da norte-americana tem potencial de fidelizar o cliente — apesar das margens baixas

NEGÓCIO INTERGALÁTICO

Quer morar em uma base da Nasa? Governo dos EUA coloca imóvel com planetário e 25 telescópios à venda, mas o preço não é uma pechincha

20 de outubro de 2025 - 14:44

Construída em 1963, a antiga base da Nasa na Carolina do Norte teve papel importante na Guerra Fria e agora está à venda por US$ 30 milhões (R$ 162 milhões)

ENTENDA A SAGA

Depois de anos de embate, Petrobras (PETR4) obtém licença histórica para perfurar Margem Equatorial

20 de outubro de 2025 - 14:14

Após anos de disputa com órgãos ambientais e pressões políticas, estatal inicia perfuração em águas profundas do Amapá, em uma das regiões mais promissoras — e controversas — do país

A JOIA DA COROA

Cogna (COGN3) é destaque no Ibovespa com alta de mais de 6% — e analistas ainda veem espaço para mais

20 de outubro de 2025 - 13:53

Com alta de 210% desde janeiro, as ações da empresa conquistaram o posto de melhor desempenho na carteira do Ibovespa em 2025

NEGOCIAÇÕES SEM DIAGNÓSTICO

Fleury (FLRY3) diz que negociações com Rede D’Or (RDOR3) continuam, mas ações caem na bolsa; qual a chance de um acordo?

20 de outubro de 2025 - 13:07

Para o BTG, comunicação do Fleury reforça que conversas ainda estão de pé e que acordo é ainda mais provável

REEMBOLSO DE DESPESAS

Isa Energia (ISAE4) confirma captação de R$ 2 bilhões em debêntures — mercado segue de olho na dívida da companhia

20 de outubro de 2025 - 10:41

Recursos serão usados no reembolso de despesas de um projeto de transmissão elétrica; captação ocorre em meio ao avanço da alavancagem da companhia

FÔLEGO

Em crise, Invepar entrega controle da Linha Amarela no RJ ao fundo Mubadala para quitar dívidas e estende trégua com credores

20 de outubro de 2025 - 9:10

Negócio marca mais um capítulo da reestruturação da Invepar, que busca aliviar dívidas bilionárias e manter acordos com credores enquanto o Mubadala assume o controle da Linha Amarela, no Rio de Janeiro

ANOTE NA AGENDA

Temporada de balanços 3T25: confira as datas das divulgações dos resultados e das teleconferências

20 de outubro de 2025 - 6:26

A apresentação oficial dos resultados das principais empresas listadas na B3 começa na quarta-feira (22), com a publicação do balanço da WEG

PRAZO ESTÁ TERMINANDO

Ambipar (AMBP3) deve entrar com pedido de recuperação judicial na próxima segunda-feira (20), diz jornal

18 de outubro de 2025 - 16:39

Proteção contra credores expira no fim da próxima semana. Pedido deve correr na Justiça do Rio de Janeiro

CONCORRÊNCIA ACIRRADA

Petz (PETZ3) e Cobasi defendem fusão perante o Cade e alegam perda de espaço para marketplaces

18 de outubro de 2025 - 9:32

CEOs das duas empresas participaram de audiência pública e defenderam que fusão representam apenas cerca de 10% de participação de mercado

AFUNDANDO NA B3

Ambipar (AMBP3) chega a cair 17% e tem nova mínima histórica; companhia contratou consultoria financeira para avaliar o caixa

17 de outubro de 2025 - 19:53

Preço das ações da empresa enfrentam trajetória de queda desde setembro, quando pediu proteção judicial contra credores

DEMISSÕES

Nestlé: O que está por trás de demissão em massa de 16 mil funcionários

17 de outubro de 2025 - 18:26

Entenda as razões por trás do plano de demissão anunciado nesta quinta-feira (16) e os impactos estimados para os investidores.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar