A Messem Investimentos e a Faros Private, dois dos maiores escritórios de agentes autônomos de investimento da XP anunciaram uma fusão com o objetivo de formar uma corretora independente.
Somadas, as duas casas possuem R$ 65 bilhões sob custódia e mais de 50 mil clientes. O objetivo é chegar aos R$ 100 bilhões até o fim de 2024.
Ambas continuarão a usar a plataforma da XP, que seguirá como sócia da nova companhia. As duas casas terão, somadas, 58% de participação acionária na nova corretora, enquanto a XP ficará com uma fatia de 42%.
As marcas da Messem e da Faros inicialmente continuarão separadas, mas passarão a atuar de maneira conjunta quando a empresa operar como uma corretora única, mas permanecerão com suas atividades de agentes autônomos.
O processo de constituição da corretora está em análise pelo Banco Central. A previsão é de que no segundo semestre deste ano a corretora seja autorizada pela autoridade monetária a operar no mercado.
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XP e agentes autônomos
A rede de escritórios de agentes autônomos está por trás do forte crescimento da XP nos últimos anos. Também chamados de assessores de investimento, eles têm uma função parecida com a dos gerentes de banco.
Ambos atendem diretamente os clientes e oferecem produtos e serviços nas prateleiras das plataformas, mas os agentes autônomos são donos do próprio negócio.
Ou seja, a única remuneração dos agentes autônomos vem de uma comissão dos produtos nos quais os clientes investem — ao contrário dos gerentes, que são funcionários dos bancos.
Com o tempo, vários desses escritórios cresceram a ponto de terem planos criar as próprias corretoras. Então para não perder mercado, a XP passou a oferecer sociedade com uma participação minoritária no negócio.
Essa prática, aliás, teve início com o BTG Pactual, principal concorrente da XP entre as novas instituições que entraram no negócio de plataformas de investimento para o investidor pessoa física.
Por fim, vale lembrar que a regulação da atividade de agentes autônomos passou por mudanças recentes. Entre outros pontos, a nova norma pôs um fim à exigência de exclusividade desses profissionais com apenas uma instituição financeira.