A Selic cai em agosto? Ata do Copom indica que sim (com condições) e traz “cutucada” no governo às vésperas do CMN
Banco Central fala em “iniciar um processo parcimonioso de inflexão” da Selic já na próxima reunião, mas a visão não é consenso dentro do Copom; entenda a divergência

Depois de um balde de água fria na semana passada, o Banco Central reacendeu as esperanças daqueles que esperam pelo início do processo de corte da taxa básica de juros (Selic) a partir de agosto.
A ata da última reunião do Comitê Política Monetária (Copom) trouxe informações mais relevantes sobre o que esperar dos juros daqui para frente do que o duro comunicado que acompanhou a decisão do BC de manter a os juros em 13,75% ao ano.
Foi uma sinalização bem tênue, é verdade, e nem sequer há consenso entre os membros do Copom liderado por Roberto Campos Neto.
Mas a visão predominante é a de que a "continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião".
Em outras palavras, o BC praticamente sepultou as chances de um corte mais ousado na reunião de agosto. Mas deixou a porta bem aberta para o início do ciclo de queda da Selic, provavelmente com uma redução de 0,25 ponto percentual.
VEJA TAMBÉM: POR QUE O DÓLAR ESTÁ CAINDO TANTO? I SEU DINHEIRO EXPLICA
Ata do Copom: divergência sobre os próximos passos da Selic
Seja como for, ainda há divergências dentro do BC sobre os próximos passos. Para o grupo mais cauteloso, "é necessário uma maior reancoragem das expectativas longas de inflação" antes de se falar em corte de juros.
Leia Também
Como se sabe, o BC entende que as expectativas de inflação dentro da meta são fundamentais para manter o dragão sob controle. Apesar da melhora recente, o Copom entende que elas seguem acima do esperado, em particular nos prazos mais longos.
O grupo de membros do Copom contrário à uma indicação mais clara de queda da Selic entendem ainda que a queda recente nos índices de inflação reflete o recuo de componentes mais voláteis.
De todo modo, todos os diretores do BC concordam que uma eventual redução dos juros dependerá de uma série de fatores. Entre eles, a evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, das projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
- 5 ações gringas para comprar agora: conheça as melhores apostas nos mercados internacionais para buscar lucros nos próximos meses, segundo analistas da Empiricus Research. [ACESSE A LISTA GRATUITA AQUI]
Cutucada no governo
Os diretores do Banco Central aproveitaram a ata para dar uma espécie de cutucada no governo. Isso porque o documento atribui parte da desancoragem das expectativas de inflação longas "ao questionamento sobre uma possível alteração das metas de inflação futuras".
A afirmação já estava presente na ata da reunião passada do Copom. Mas agora ganha mais força porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne nesta quinta-feira, e um dos temas deve ser justamente a definição das metas de inflação.
O governo já defendeu um possível aumento nas metas de inflação para os próximos anos. Em abril, por exemplo, o presidente Lula afirmou que “se a meta de inflação está errada, muda-se a meta”. Já o Banco Central aceita discutir uma flexibilização do calendário para se alcançar a meta.
Como presidente do BC, Roberto Campos Neto tem direito a um voto nas decisões do CMN. Os outros dois vêm do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet.
"O Comitê avalia que decisões que reancorem as expectativas podem levar a uma desinflação mais célere", avisa o Copom, na ata.
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial