🔴 ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE – QUAIS AS RECOMENDAÇÕES PARA RENDA FIXA E DIVIDENDOS? ACOMPANHE OS PAINÉIS DO 2º DIA

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

SD Entrevista

Com Selic alta e quebra de empresas, Brasil pode ter crise bancária como a dos EUA? O diretor do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) responde

Para Daniel Lima, diretor-executivo da entidade, não há ameaça de risco sistêmico, pois empresas e bancos brasileiros já têm experiência em crises

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
24 de maio de 2023
6:05 - atualizado às 18:44
Daniel Lima, diretor-executivo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Imagem: Divulgação

Juro alto por tempo prolongado é algo que provoca frio na espinha de empresários, banqueiros e investidores: encarece o crédito, reduz o consumo e aumenta o custo de oportunidade (reduzindo os investimentos produtivos), o que aumenta a inadimplência e os saques de depósitos bancários, ao mesmo tempo que prejudica os resultados das empresas e derruba os preços dos ativos.

As taxas elevadas também acabam fazendo uma “seleção natural” dos negócios mais robustos e resilientes. Quando o dinheiro é farto e barato, dá para fazer muita barbeiragem sem maiores consequências, mas quando a maré vira é que vemos quem está nadando pelado, parafraseando Warren Buffett.

O início de 2023 foi marcado por uma série de eventos, no Brasil e no exterior, que apontavam para uma possível crise de crédito e até para uma crise bancária, dados os juros elevados na tentativa de conter uma inflação galopante.

Por aqui, vimos renegociações de dívidas e até mesmo a quebra de uma série de empresas relevantes, incluindo uma segunda recuperação judicial da Oi e a da mais nova vítima, a Light. Mesmo a crise das Americanas, cujo rombo bilionário teve indícios de fraude, talvez não tivesse sido postergada se a Selic não se encontrasse em 13,75% ao ano há tanto tempo.

Nos Estados Unidos, a alta dos juros tomou a forma de um princípio de crise bancária, que já levou à lona três bancos de médio porte: o Silicon Valley Bank (SVB), o Signature Bank e o First Republic Bank. Houve ainda, na Europa, o episódio do Credit Suisse, comprado às pressas pelo rival UBS.

  • Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]

Uma crise no setor financeiro com corrida bancária é um dos maiores temores em momentos como esse, pois mesmo pessoas físicas que não têm muito mais do que algumas economias num banco podem acabar sendo atingidas.

Leia Também

No Brasil, a quebradeira de empresas e os sinais negativos vindos dos EUA levantaram o questionamento sobre se aquilo que ocorreu com os bancos americanos poderia acabar acontecendo aqui também.

“Brasil e EUA enfrentam ciclos de mercado de crédito muito diferentes. Não vejo nenhum risco, nenhuma ameaça de risco sistêmico por aqui”, diz Daniel Lima, diretor-executivo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em entrevista ao Seu Dinheiro.

Para Lima, a concentração do mercado bancário em um punhado de grandes instituições financeiras protege, de certa forma, o sistema financeiro brasileiro. Além disso, as empresas e bancos locais têm, inegavelmente, “experiência” em enfrentar crises e um mercado muito volátil.

No caso do SVB, por exemplo, houve falha na gestão de riscos e um descasamento de prazos entre os ativos do banco – alocados em títulos de longo prazo – e a necessidade de recursos por parte dos clientes, cujos saques para honrar obrigações agora mais caras aumentaram muito num espaço de tempo curto.

“A gente tem um mercado muito concentrado, e empresas robustas, fortes, bem preparadas, que já atravessaram diversas intempéries. Não é a primeira vez que enfrentam condições de crédito duras. Acho que a gente vive num ambiente de juros mais voláteis que os EUA, e a gestão de ativos e passivos das instituições financeiras está acostumada a oscilações de taxas de juros. Acontecer algo parecido com o que aconteceu com o SVB, tipo comprar um título público longo sem ficar atento à duration, é bem difícil acontecer aqui”, diz o diretor-executivo do FGC.

Meme do Capitão América perguntando aos brasileiros sobre como enfrentar a crise
Este meme, que rola na internet há algum tempo, resume bem a situação descrita pelo diretor-executivo do FGC.

Quebra da BRK e da Portocred não era um ‘sinal’?

A ameaça de uma crise de crédito no Brasil ganhou contornos mais sombrios quando o Banco Central anunciou a liquidação de duas financeiras em fevereiro deste ano: a BRK e a Portocred.

Na época, o mercado ficou com uma pulga atrás da orelha: seria aquele um indício do começo de uma quebradeira de instituições financeiras no Brasil? Segundo Daniel Lima, não era o caso, pois os problemas dessas duas financeiras já eram conhecidos “há muito tempo” e tinham “relação baixa com os riscos do mercado atual”.

“Podemos ter eventos [de crédito] pontuais, isso faz parte do jogo. Temos 222 associados, então não é nada incomum que um deles acabe sofrendo com um plano de negócios mal sucedido. Mas não vejo isso acontecendo com uma porção deles. Então, não há risco, ao menos do tipo que seja possível antever”, completa.

De meados de março até 18 de maio, o FGC já havia pago R$ 1,97 bilhão a mais de 45 mil credores da BRK e da Portocred com depósitos elegíveis à garantia, como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras Financeiras (LFs) e Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGEs).

No total, as duas instituições financeiras têm cerca de 54 mil credores com direito a receber cerca de R$ 2,2 bilhões, mas, segundo o FGC, quase 20% deles sequer iniciaram o processo de solicitação do pagamento pelo aplicativo do fundo.

No caso da BRK, muitos credores eram pessoas físicas, que investiram nos CDBs da financeira que eram distribuídos em plataformas de investimento.

Embora BRK e Portocred tenham sofrido liquidação na mesma data, os pagamentos das garantias começaram com alguns dias de diferença. Lima explica que essa diferença pode acontecer porque a forma de organização dos bancos de dados das instituições financeiras varia de uma para a outra.

“O liquidante enfrenta o desafio operacional de montar uma lista de credores. Ele precisa cruzar os dados das corretoras com os da B3 e os da instituição que quebrou, ver se não há bloqueio no Sisbacen, se não houve transferência de custódia do título… Há muito trabalho envolvido”, diz.

Como funciona o FGC

O Fundo Garantidor de Créditos é uma instituição privada, sem fins lucrativos e mantida pelas próprias instituições financeiras associadas com o objetivo de manter a estabilidade do sistema financeiro brasileiro.

Sua função é garantir depósitos em contas-correntes, contas-poupança ou aplicações financeiras de renda fixa (como CDBs, LCIs, LCAs, LCs e LFs) emitidas por essas associadas em um limite de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição financeira, totalizando um limite global de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ em todas as instituições financeiras. Já no caso dos DPGEs, o limite de cobertura sobe para R$ 40 milhões.

Quando uma instituição financeira quebra, o que o FGC faz é assumir o lugar dos depositantes na fila de credores do banco ou financeira em questão. Em outras palavras, o fundo reembolsa quem tem depósitos elegíveis à garantia e depois passa a concorrer como credor da instituição financeira na tentativa de reaver ao menos parte dos valores pagos e recompor o saldo do fundo.

“O FGC não é um mecanismo a fundo perdido e nem é de interesse da sociedade que seja”, explica Lima. “Esta é uma das formas que o fundo tem de recompor suas reservas. Se não, seria muita destruição de valor.”

VEJA TAMBÉM — “A Bet365 travou meu dinheiro!”: este caso pode colocar o site de apostas na justiça; entenda o motivo

No ano passado, o patrimônio do FGC cresceu 15,65%, para R$ 107,9 bilhões, e sua liquidez passou de R$ 71,5 bilhões para R$ 86,9 bilhões, resultando num índice de 2,23%, mais próximo do patamar pré-pandemia. Em 2020, este índice de liquidez, que deve ser mantido entre 2,30% e 2,70%, chegou a cair para menos de 2,00%.

Lima explica que, durante a pandemia, não foi um aumento no pagamento de garantias – em razão, por exemplo, de uma quebradeira de bancos – que fez o indicador cair, mas sim uma forte alta nos depósitos com garantia do FGC, numa fuga dos investidores para aplicações financeiras mais seguras diante da crise.

Para o diretor-executivo do fundo, isso denota uma confiança das pessoas no sistema bancário, o que explicaria também a alta dos depósitos garantidos ao longo de 2022, para além da questão dos juros altos.

“Os demais produtos destinados às pessoas físicas estão passando por alta volatilidade, mas o produto bancário sofre menos com isso. A grande preocupação é se o banco vai te pagar depois. Mas como o sistema bancário é sólido, e as pessoas confiam nele, elas acabam recorrendo a ele. Contribui para essa percepção o fato de que o FGC está muito bem capitalizado”, diz.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DINHEIRO NO BOLSO

Dividendos bilionários vêm aí: BB Seguridade (BBSE3) e Tenda (TEND3) vão distribuir lucros aos acionistas; veja quanto e quando

1 de julho de 2025 - 11:59

Soma de dividendos das empresas chega a R$ 3,8 bilhões, e uma delas vai pagar ainda em julho

LOTERIAS

Lotofácil encerra junho com 2 novos milionários; Mega-Sena pode pagar mais de R$ 50 milhões hoje

1 de julho de 2025 - 5:59

Lotofácil não foi a única a distribuir prêmios na segunda-feira; Quina também teve um ganhador, mas ele não ficou milionário

DINHEIRO NO BOLSO

Receita Federal paga hoje o segundo maior lote de restituição do IR da história; veja quem vai embolsar a bolada

30 de junho de 2025 - 9:06

O lote também contempla restituições residuais de anos anteriores. Segundo o Fisco, todo o valor vai para quem tem prioridade no reembolso

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda Econômica: Fórum do BCE reúne líderes dos maiores BCs do mundo, enquanto payroll, IPC-Fipe e PIB britânico agitam a semana

30 de junho de 2025 - 7:03

Produção industrial brasileira, confiança dos negócios no Japão e indicadores da China completam a agenda dos próximos dias e movimentam os mercados antes do feriado nos EUA

ALERTA DO BANCO

Brasil é destaque na América Latina para o BIS, mas banco vê pedras no caminho da economia global — e Trump é uma delas

29 de junho de 2025 - 11:21

O relatório anual do BIS mostrou que o cenário internacional também vem pesando na conta das economias ao redor do mundo

LOTERIAS

Quina de São João é a única loteria a ter novos milionários, enquanto Mega-Sena acumula em R$ 52 milhões

29 de junho de 2025 - 9:08

A Quina de São João não foi a única a ter vencedores na categoria principal, mas nenhuma outra loteria fez um novo milionário

RATEIO

Treze apostas dividem prêmio da Quina de São João de 2025; veja quanto cada uma vai embolsar

28 de junho de 2025 - 21:03

Além do prêmio principal, a Quina de São João também contou com vencedores nas demais categorias

UM NOVO MILIONÁRIO?

Sorteados os números da Quina de São João; veja se você é um dos ganhadores

28 de junho de 2025 - 20:03

Resultado do rateio da Quina de São João será conhecido dentro de alguns minutos; acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro

TÁ CHEGANDO A HORA!

Já vai começar! Acompanhe ao vivo o sorteio da Quina de São João de 2025

28 de junho de 2025 - 18:57

O prêmio está acumulado em R$ 250 milhões e é o maior valor sorteado na história dessa loteria

CUMPRINDO A PROMESSA

Warren Buffett faz a maior doação em ações da Berkshire Hathaway; veja como fica a fortuna do “Óraculo de Omaha”

28 de junho de 2025 - 16:55

Apesar da doação de peso, o “Óraculo de Omaha” ainda possui 13,8% das ações da Berkshire

É INCONSTITUCIONAL?

Debate sobre aumento do IOF vai parar na mesa do STF: base do governo pede suspensão da derrubada do decreto

28 de junho de 2025 - 13:28

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que recorrer ao STF era uma alternativa para o governo Lula

PREPARE O BOLSO

Conta de luz vai continuar pesando no bolso: Aneel mantém bandeira vermelha em julho

28 de junho de 2025 - 11:58

Apesar da chuva ao longo de junho ter melhorado a situação de armazenamento nas hidrelétricas, julho deve registrar chuvas abaixo da média na maior parte do país

HÁ DEZ ANOS

Samarco ganha licença para ampliar exploração de minério em região atingida por desastre ambiental

28 de junho de 2025 - 11:14

O governo mineiro aprovou por unanimidade o Projeto Longo Prazo, que permite a continuidade da retomada operacional da empresa

LOTERIAS

É hoje! Quina de São João sorteia R$ 250 milhões neste sábado; confira os números mais sorteados

28 de junho de 2025 - 9:14

A Quina de São João ocorre desde 2011 e a chance de acertar as cinco dezenas com uma aposta simples é de uma em mais de 24 milhões

DINHEIRO NO BOLSO

Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4), Bradesco (BBDC4) e outras 11 empresas pagam proventos em julho; saiba quando o dinheiro cai na conta

28 de junho de 2025 - 8:43

O Bradesco (BBDC4) dá o pontapé na temporada de pagamentos, mas não para por aí: outras empresas também distribuem proventos em julho

EM XEQUE

Mudança da meta fiscal de 2026 é quase certa com queda do decreto do IOF, diz Felipe Salto

27 de junho de 2025 - 9:31

Salto destaca que já considerava a possibilidade de alteração da meta elevada antes mesmo da derrubada do IOF

LOTERIAS

Lotofácil faz 2 quase-milionários; prêmio da Quina de São João aumenta e chega a R$ 250 milhões

27 de junho de 2025 - 6:06

Às vésperas da Quina de São João, Mega-Sena acumula e Lotofácil continua justificando a fama de loteria ‘menos difícil’ da Caixa

LULA VAI ASSINAR?

Senado aprova aumento do número de deputados federais; medida adiciona (ainda mais) pressão ao orçamento

26 de junho de 2025 - 16:27

O projeto também abre margem para criação de 30 vagas de deputados estaduais devido a um efeito cascata

EM BUSCA DE SOLUÇÕES

A escolha de Haddad: as três alternativas do governo para compensar a derrubada do IOF no Congresso

26 de junho de 2025 - 13:51

O ministro da Fazenda ressalta que a decisão será tomada pelo presidente Lula, mas sinalizou inconstitucionalidade na derrubada do decreto

GLOBAL MANAGERS CONFERENCE

O problema fiscal do Brasil não é falta de arrecadação: carga tributária é alta, mas a gente gasta muito, diz Mansueto Almeida

26 de junho de 2025 - 12:29

Para economista-chefe do BTG Pactual, o grande obstáculo fiscal continua a ser a ascensão dos gastos públicos — mas há uma medida com potencial para impactar imediatamente a desaceleração das despesas do governo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar