Onde investir em 2023: Após ano difícil para o bitcoin (BTC), analistas enxergam oportunidades em DeFis e outras criptomoedas ‘não convencionais’
O cardápio de opções aumenta um pouco mais para o ano que se inicia: com a disparada do bitcoin, outros tokens (criptomoedas) devem se beneficiar também
Mais um ano se passou, e os investidores recolhem os louros — ou cacos — dos seus investimentos. E, para quem estava posicionado em criptomoedas, o saldo pode não ter sido dos melhores: o mercado como um todo, afinal, sofreu praticamente por todos os últimos 12 meses.
As cotações da maior criptomoeda do mundo, o bitcoin (BTC), caíram 63% em 2022. Nas máximas do ano, a moeda digital atingiu os US$ 48.205; nas mínimas, tocou os US$ 15.521.
Mas, como dizem: ano novo, vida nova. Analistas do mercado estão com o sentimento de que “o pior já passou” no mercado cripto e aumentam as apostas para 2023.
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Quem acompanhou o último especial Onde Investir no 2º Semestre de 2022, pode ter saído um pouco decepcionado — as indicações de criptomoedas não saíram muito dos óbvios bitcoin e ethereum (ETH).
No entanto, para os próximos 365 dias, o cardápio de opções aumenta um pouco mais. Existe uma expectativa de disparada dos preços do bitcoin — o que, por consequência, também estimula a alta de outros tokens (criptomoedas).
Confira a seguir as indicações dos especialistas para 2023:
Nome (ticker) | Tipo | Cotação atual | Valor de mercado |
Bitcoin (BTC) | Moeda | US$ 16.751,07 | US$ 322,24 bilhões |
Ethereum (ETH) | Infraestrutura | US$ 1.184 | US$ 142,81 bilhões |
Polygon (MATIC) | Infraestrutura | US$ 0,758 | US$ 7,16 bilhões |
Solana (SOL) | Infraestrutura | US$ 12,32 | US$ 4,52 bilhões |
UniSwap (UNI) | DeFi | US$ 5,33 | US$ 4,02 bilhões |
Avalanche (AVAX) | Infraestrutura | US$ 12,00 | US$ 3,74 bilhões |
Chainlink (LINK) | Oráculo | US$ 6,01 | US$ 2,96 bilhões |
Cosmos (ATOM) | Infraestrutura | US$ 8,92 | US$ 2,61 bilhões |
GMX (GMX) | DeFi | US$ 45,46 | US$ 8,44 milhões |
Ainda existem outros setores que empolgam com cautela os analistas, como o de tokens não fungíveis (NFTs), Metaverso, Web 3.0 e sistemas de armazenamento do tipo IPFS (InterPlanetary File System, ou sistemas de armazenamento interplanetário, numa tradução livre).
Mas esses projetos não têm criptomoedas específicas no momento — e as razões para isto você confere a seguir.
Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no primeiro semestre de 2023. Eis a lista completa:
- Cenário macro
- Bolsa
- Bitcoin e criptomoedas (você está aqui)
- Renda fixa
- FII e imóveis
- Investimentos no exterior
- Dólar, ouro e proteções para a carteira
- Tendências de carreira em 2023
O inverno das criptomoedas
Antes de dizer o que esperar de 2023, é preciso colocar na mesa o que manteve bons projetos extremamente descontados ao longo de 2022. Ainda que alguns motivos permaneçam, a ausência de outros injeta otimismo no mercado.
O ano começou com a expectativa de aumento dos juros nos EUA. O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tinha a difícil missão de controlar a inflação galopante e manter o desemprego baixo.
Assim, as taxas saíram da faixa de 0% a 0,75% para 4,25% a 4,50% ao ano. Ao mesmo tempo, o cenário macroeconômico não ajudou os ativos de risco. A partir daí, o Longo Inverno Cripto apenas se alongou com os eventos que se sucederam. Relembre aqui alguns:
- Desaparecimento repentino do protocolo Terra (LUNA), que drenou bilhões do mercado;
- A crise de liquidez fez com que projetos como Celsius, Voyager e outras plataformas travassem os saques e depósitos dos clientes;
- Um dos principais fundos de grande exposição ao protocolo Terra (LUNA), o Three Arrows Capital (3AC), também teve que encerrar suas atividades;
- Por fim, o mercado viu a queda de mais um gigante com o colapso da FTX, já perto do fim do ano, que culminou com a prisão do ex-CEO, Sam Bankman-Fried, o SBF.
Todos esses eventos fizeram o valor global das criptomoedas cair mais de 60% desde o início de 2022. O dreno total chegou a US$ 1,2 trilhão nos últimos 12 meses.
Preferências dos analistas
Vale ressaltar que criptomoedas alternativas ao bitcoin e ao ethereum — as chamadas altcoins — tendem a ter uma volatilidade maior. Portanto, é preciso ressaltar que o retorno é proporcional ao risco e que as perdas podem ser substanciais.
Dito isto, para os especialistas consultados pela reportagem, o inverno cripto “limpou” o mercado de projetos pouco promissores ou que tinham uma má gestão de recursos.
Assim, boa parte dos protocolos que sobreviveram estão relacionados à infraestrutura da tecnologia blockchain, os chamados layer 2 (L2, ou de segunda camada).
Esses são projetos criados para solucionar algum dos três problemas principais que existem em todas as blockchains: escalabilidade, segurança e descentralização.
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“Posições de L2 mais maduras também podem ser uma boa aposta, como Polygon (MATIC). Os outros projetos, como Arbitrum, Optimism (OP) e ZkSync e Starkware, podem acabar se beneficiando também, mas mais por especulação, já que seus tokenomics [“economia do token”, termo técnico para avaliar como aquele protocolo se sustenta financeiramente] ainda não são tão atrativos assim”, define Rafael Castaneda, analista de blockchain e criptomoedas da Mercurius Research.
As criptomoedas queridinhas dos analistas
O segmento de L2 ainda conta com projetos conhecidos, como o ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo. Em 2023, novas atualizações devem animar as cotações com a implementação do sharding da rede. Os detalhes você confere aqui.
Já as ethereum killers Solana (SOL) e Polkadot (DOT) também empolgam. Apesar de não serem mais consideradas as moedas com potencial para substituir o ETH, os protocolos cresceram em número de usuários e criação de projetos em suas blockchains. Com uma melhora geral do mercado, os tokens têm grande potencial.
Fechando a lista com uma cripto não tão conhecida, o protocolo Cosmos (ATOM) introduz o conceito de multichain. Em resumo, ela pretende ser a via que conecta várias blockchains e protocolos, de maneira mais rápida e segura do que as pontes (bridges).
DeFis: da queda ao topo (?)
Outro setor que também empolga é o de finanças descentralizadas (DeFi). Apesar da queda de mais de 90% no valor estocado em contratos do gênero (Total Value Locked, ou TVL), os que sobreviveram ao inverno saíram mais resilientes, e os analistas enxergam um acúmulo de recursos nesse segmento no médio prazo.
O destaque especial vai para o protocolo GMX (GMX), citado por praticamente todos os analistas. Grosso modo, o protocolo de exchange descentralizada (DEX, na sigla em inglês) serve para negociação de contratos de DeFi.
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Em um relatório publicado pela equipe de research de criptomoedas da Empiricus, Vinicius Bazan, chefe da divisão, e o analista Paulo Camargo destacam que a geração de receitas desse protocolo é extremamente consistente, dando margem para um crescimento sustentável e inclusão de novos mecanismos de fluxo de caixa, como o staking, por exemplo.
Como consequência, a valorização do token GMX também está na perspectiva dos analistas.
Por último, o protocolo Uniswap (UNI) — tido como um dos primeiros a implementar o sistema que criou as DEX e trocas (swaps) automáticas — também foi um dos que “sobreviveram”. Para o futuro, o protocolo deve estabelecer um sistema de fee switch, que pode fazer o protocolo gerar receita líquida para sustentar a DAO que organiza o projeto.
Gerenciamento e manuseio de dados
Esse é o mesmo motivo pelo qual sistemas de armazenamento de informação do tipo IPFS (InterPlanetary File System) também estão entre os destaques dos analistas.
Em linhas gerais, a tecnologia IPFS é uma maneira eficiente e descentralizada de gerenciamento e armazenamento de dados online.
O modelo foi emprestado do universo da web 2.0, mas refinado com a entrada da blockchain no mundo digital, permitindo uma maior segurança e análises de informações com maior transparência, sem a necessidade de um ente centralizador e controlador desses dados.
NFTs, Metaverso e Web 3.0 na geladeira
Assim como protocolos relacionados a IPFS, projetos em NFT ou relacionados ao metaverso e à web 3.0 ainda são deixados “de lado” pelos analistas.
Isso porque ainda existe um número muito grande de projetos que surfaram a onda do bull market de 2021. Mas são protocolos que não desenvolveram uma tokenomics suficientemente clara ou razoável, na visão dos analistas.
Ou seja, ainda é preciso passar um “pente fino” no mercado para separar bons e maus protocolos e fazer as recomendações.
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À exceção do Metaverso e da Web 3.0, existem aqueles que defendem a tese de que os NFTs ainda têm chances de se provarem bons investimentos, como explica André Franco, chefe de research do Mercado Bitcoin (MB).
“Nós tivemos apenas o primeiro round dessa tese. Foi o mesmo que aconteceu com o boom dos ICOs [oferta inicial de tokens, o mesmo que IPO no universo das criptomoedas] em 2017 e depois muitos foram a zero. Depois de uma queda de 95% nos projetos, ainda existem aqueles 5% de NFTs que tem alguma utilidade”, diz.
Nem tudo foi tragédia
Para o CIO da gestora de ativos digitais QR Asset, Alexandre Ludolf, o período foi marcado por pressões nas cotações, mas a tecnologia em si não “falhou” durante o ano.
“O mercado conseguiu fazer o The Merge do ethereum e ainda foram criados novos projetos no último ano, então o blockchain se provou muito resiliente nesse período”, comenta.
Quem engrossa o coro a favor de um otimismo para 2023 é Vinícius Bazan, da Empiricus.
“Projetos como ethereum, polkadot e polygon foram povoados com novas tecnologias, como foi o caso dos zk rollups", diz, em referência à tecnologia que permite a escalabilidade (crescimento) com aumento de velocidade das transações em uma blockchain.
Leis de criptomoedas avançam em todo mundo
Ainda existem outros eventos que estimulam o otimismo no mercado de criptomoedas. O Brasil aprovou o primeiro marco legal dos ativos digitais no final de 2022, o que animou o setor como um todo.
Grandes grupos e países, como a União Europeia e os Estados Unidos, também avançam nos debates sobre o mercado de ativos digitais — especialmente após a falência da FTX, os legisladores se viram diante da necessidade de regular o setor.
A inclusão das criptomoedas no universo regulado dá margem para a entrada de investidores e usuários, o que tende a se refletir nas cotações à vista dos tokens.
Uma nova dinâmica das criptomoedas?
Por fim, o preço do bitcoin oscilava cada vez menos a cada nova crise. Dados on-chain da rede da maior criptomoeda do mundo mostram que a atividade da rede vem aumentando, ainda que isso não reflita ainda no preço à vista.
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Outras métricas, como criação de wallets e comportamento do usuário, também chamaram a atenção em 2022.
Em outras palavras, o BTC se recuperava ou mantinha uma estabilidade de preços com mais facilidade após cada baque do setor.
Isso sustenta a tese de que a maior criptomoeda do mundo pode ter formado um piso mais bem definido, o que permite estimativas de preço e reações mais precisas. A volatilidade dessa classe de ativos, porém, não deve sumir tão cedo — alguns analistas acreditam que o sobe e desce será permanente, já que é inerente à própria dinâmica das moedas digitais.
Como última dica para 2023, vale lembrar que o setor de criptomoedas é altamente arriscado e o investidor não deve se expor desnecessariamente aos perigos deste universo. Os especialistas recomendam alocar uma parcela de no máximo 5% do seu portfólio em ativos digitais.
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