Onde investir: Novo semestre começa com oportunidade sob medida para os ativos brasileiros
Dinâmica econômica interna gera otimismo e abre espaço para ganhos, especialmente para ativos brasileiros, mas há um importante risco a ser superado.

O primeiro semestre de 2023 certamente será lembrado com saudade. No entanto, considerando a direção na qual provavelmente estamos indo, acredito que teremos outras oportunidades tão boas quanto as que tivemos na primeira metade do ano.
Vamos fazer uma breve revisão. No Brasil, o Ibovespa registrou um aumento de 7,61% no semestre, com um impressionante crescimento de 9% apenas no mês de junho. Em relação à mínima do ano, o principal índice de ações do país teve um crescimento de mais de 20%, enquanto o CDI acumulou ganho de 6,23%.
No cenário internacional, impulsionados por ajustes após as quedas do ano anterior e pelo entusiasmo do mercado em relação às teses relacionadas à inteligência artificial (IA), os índices também apresentaram um desempenho sólido. O Nasdaq, por exemplo, avançou mais de 30%.
Em outras palavras, foi um período bastante favorável para os ativos de risco. Sim, ainda existem problemas e desafios significativos. No entanto, vejo espaço para novos ganhos nos próximos meses, especialmente para os ativos brasileiros.
Por que o próximo semestre pode ser bom para os ativos brasileiros
Internamente, estamos vivenciando uma dinâmica verdadeiramente positiva, com sucessivas revisões nas projeções para a economia nacional. Essa dinâmica tem alimentado um otimismo renovado no mercado local, algo que não se via há muito tempo.
O Boletim Focus, como podemos observar a seguir, fala por si só.
Leia Também
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
Existem três pontos relevantes nas perspectivas econômicas.
- O primeiro é a expectativa de que o IPCA encerre o ano abaixo de 5%, o que pode levar o Banco Central a reduzir as taxas de juros em sua próxima reunião.
- Em segundo lugar, há um leve aumento na projeção do PIB, marcando o oitavo período consecutivo de crescimento.
- Por fim, é a primeira vez que a previsão para a taxa Selic no final do ano é de 12%, indicando a possibilidade de um corte nos juros.
Esses fatores serão determinantes para o cenário econômico nos próximos meses.
Corte da Selic em agosto ganha força
Ao analisar os relatórios e decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN), que confirmou a meta de inflação de 3% para 2026 e anunciou o sistema de meta contínua a partir de 2025, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), percebe-se que a queda nas expectativas de inflação fortalece o otimismo em relação a um possível corte da taxa Selic em agosto.
Os meandros de Brasília
À medida que avançamos nas discussões em Brasília, o processo de devolução dos prêmios na curva de juros, que teve início com a apresentação do arcabouço fiscal no final de março, tende a se aprofundar.
Durante esta semana, evidencia-se um sólido compromisso do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em votar importantes projetos, como o do voto de qualidade do Carf, o arcabouço fiscal e a reforma tributária.
No Senado, também estão ocorrendo uma série de eventos relevantes, incluindo as sabatinas dos novos diretores do Banco Central e a análise do projeto do marco das garantias. Todos esses eventos possuem potencial para impactar o mercado.
Caso o arcabouço seja removido e a reforma tributária avance, isso se tornará o grande tema do segundo semestre para o governo.
Será necessário executar a nova regra fiscal, que está mais dependente de receitas.
Nesse cenário, existe a possibilidade real de uma queda mais acentuada na taxa Selic, iniciando possivelmente com um corte de 50 pontos-base já na próxima reunião do Copom. A deflação torna o cenário de corte de 25 pontos-base menos impactante.
VEJA A DINHEIRISTA - Taxada na Shein: “Meu reembolso está mais de um mês atrasado. E agora? Irmão golpista coloca pais no Serasa
E Bolsonaro inelegível?
A inelegibilidade de Bolsonaro desempenha um papel significativo na formação das expectativas, uma vez que a direita pode buscar uma nova liderança em figuras como Tarcísio de Freitas ou Romeu Zema.
Embora seja cedo para fazer previsões, a tendência é que, com base nas intenções de voto atuais, Lula perderia para qualquer um desses candidatos.
No entanto, é importante ressaltar que ainda estamos longe das eleições e muitos fatores podem influenciar o cenário político.
Leia também
- O fim da alta nos juros ou uma pausa estratégica? Veja como o Fed pode virar a página da política monetária nos Estados Unidos
- Corte de produção da Arábia Saudita não deve aumentar o preço do petróleo tanto quanto se temia, mas pode ser bom para a Petrobras
Perspectiva positiva pode durar mais do que se imagina
Isso é claramente significativo, pois há um consenso emergindo em relação a uma perspectiva positiva de curto prazo para os mercados brasileiros.
No entanto, esse ciclo conjuntural também tem o potencial de se transformar em um período estrutural mais longo, impulsionando a busca por maior racionalidade econômica, implementação de reformas fiscais e liberalizantes, e, o mais importante, uma agenda abrangente de medidas para impulsionar a produtividade no Brasil.
Além disso, com a redução de 5,3% no preço da gasolina, é esperado que haja uma diminuição de 13 pontos-base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho.
Essa queda proporciona uma oportunidade para que o índice anual se aproxime do limite máximo da meta estabelecida (4,75%) e fortalece a argumentação a favor de um corte na taxa Selic, com a possibilidade de que a taxa de juros básica chegue a cerca de 9% até o final do próximo ano.
Em outras palavras, espera-se que a inflação atinja a meta ainda este ano, ao mesmo tempo em que o Produto Interno Bruto (PIB) está mostrando um desempenho mais robusto do que o esperado.
Tudo isso é positivo para ativos de risco.
Mas nem tudo são flores
O desafio reside no contexto internacional, no qual sempre fomos altamente dependentes da atividade global e dos preços das commodities, em particular da soja, do petróleo e do minério de ferro.
Quanto ao petróleo, apesar dos esforços da Arábia Saudita e da Rússia para controlar a oferta (com os sauditas estendendo seu corte voluntário na produção de um milhão de barris por dia até agosto e os russos reduzindo suas exportações em 500 mil barris por dia), o mercado registrou quedas nos últimos pregões, influenciado pelos dados fracos da atividade econômica global.
A fim de exemplificar, durante o mês de junho, os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) revelaram uma contração na atividade industrial nos Estados Unidos, com o PMI medido pela S&P atingindo 46,3 pontos.
Essa desaceleração está em consonância com o panorama que estamos observando na China, com repetidas decepções nos dados de atividade econômica.
Se conseguirmos atravessar essa possível recessão global com impactos mínimos para o país, teremos grandes oportunidades de nos destacar novamente, principalmente porque o Brasil tornou-se um dos favoritos entre os mercados emergentes, juntamente com o México, devido à falta de alternativas viáveis.
Gradualmente, veremos os gestores aumentando a exposição ao risco em suas carteiras locais, seguidos pelas pessoas físicas.
Seja como for, esse fluxo ainda vai chegar e pode ajudar nossas ações.
- A bolsa brasileira começa o segundo semestre com clima de otimismo e este é o momento ideal de preparar o seu portfólio para grandes valorizações. Confira a carteira recomendada da Empiricus Investimentos com 10 ações para você comprar agora e que têm potencial de disparar em breve. [GRATUITO: ACESSE AQUI]
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas