Na bolsa, estar certo na hora errada é o mesmo que estar errado. Mas o momento pode ter chegado para estas duas ações
Se o setor ou a bolsa entrarem em um ciclo desfavorável, o timing errado certamente vai te prejudicar, mesmo que a empresa seja fantástica
Uma vez por ano, ocorre aquilo que é considerado a maior migração de animais do planeta, quando quase 2 milhões de gnus saem das planícies afetadas pelo clima seco no Serengeti – Tanzânia, em busca de pastos verdes e água fresca a 2 mil quilômetros de distância dali, no Quênia.
Eu confesso que fico encantado com o sexto sentido desses animais. Acho que não conseguiria nem chegar na casa do meu irmão sem a ajuda de um GPS.
Como esses gnus sabem para onde estão indo? Quem garante que eles vão encontrar água e comida quando chegarem lá? Mas o fato é que eles chegam, encontram tudo o que precisam, sobrevivem e garantem a perpetuação da espécie.
Mas há um detalhe crucial aqui. Não se trata apenas de chegar no lugar certo – o que já não seria uma tarefa simples.
É preciso chegar na hora certa também. Se eles chegassem algumas semanas atrasados ou adiantados, seria o suficiente para que milhões de gnus não tivessem comida e nem água suficiente para sobreviver.
Em termos práticos, tanto faz o bicho acertar o local. Se o timing estiver errado, ele morrerá.
Leia Também
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
PETROBRAS (PETR4): DIVIDENDOS 'GORDOS' COMPENSAM O RISCO POLÍTICO DA PETROLEIRA? ANALISTA RESPONDE
Estar certo na hora errada
Eu lembrei da migração dos gnus depois de ler uma reportagem na Bloomberg nesta semana sobre os pessimistas de Wall Street, que estavam tomando um enorme sufoco com a valorização do S&P 500 e da Nasdaq no ano, mas que finalmente começaram a se animar com a queda da bolsa nos últimos dias.
Em um dos trechos que buscava defender os analistas, um gestor disse: “eles não estavam necessariamente errados, só estavam adiantados demais”.
Esse erro de timing pode parecer apenas um detalhe, mas não é!
Em meados de julho de 2023, quando as bolsas atingiram máximas, o S&P 500 já se valorizava 20%, enquanto a Nasdaq subia quase 40% no ano!
Quem seguiu o pessimismo daqueles analistas passou um sufoco danado. Alguns provavelmente tiveram suas posições liquidadas por suas corretoras no meio do caminho. Outros, simplesmente não aguentaram as perdas e capitularam.
Pode até ser que a bolsa entre em um mergulho daqui para frente, e caminhe para encerrar 2023 com desvalorização, dando razão àqueles que estavam pessimistas no início do ano.
Mas a coisa não é assim tão simples quanto dizer que "eles só estavam adiantados demais". Para muita gente que seguiu esses analistas, o prejuízo já aconteceu, e mesmo tendo escolhido o lado certo, eles erraram o timing e perderam muito dinheiro.
Ou seja, em termos práticos, estar certo na hora errada é o mesmo que estar errado.
Duas boas ações que podem estar no momento correto
É por isso que investir não se trata apenas de escolher onde colocar o seu dinheiro. Existem dezenas de empresas fantásticas e com futuros promissores negociando na bolsa.
Mas se o setor ou a bolsa de maneira geral estiverem prestes a entrar em um ciclo desfavorável, o timing errado certamente vai te prejudicar, mesmo que a empresa seja fantástica.
Nem precisamos ir tão longe para entender essa dinâmica. Os últimos trimestres foram extremamente duros para o mercado de capitais brasileiro, com inflação bem acima da meta, Selic elevadíssima, desaceleração da atividade e receios fiscais, etc. Com esse pano de fundo, ações de ótimas empresas sofreram.
A Arezzo (ARZZ3), talvez a melhor companhia brasileira do varejo de moda, cai cerca de 40% desde novembro de 2022. O fantástico Itaú (ITUB4) atualmente negocia abaixo das máximas de janeiro de 2020.
Se gostamos de Itaú e Arezzo? A resposta é sim, especialmente depois das desvalorizações recentes. A Arezzo está no Carteira Empiricus, enquanto Itaú faz parte da série Vacas Leiteiras.
Mas é importante entender que elas não estão entre as recomendações apenas por serem boas empresas. É porque, nos níveis de preços atuais, a qualidade de ambas se complementam a valuations atrativos.
Em outras palavras, são os lugares certos com grandes chances de serem o momento correto também.
- Além de Itaú (ITUB4): veja as outras 4 ações brasileiras que são as melhores para buscar renda extra recorrente com dividendos, segundo o analista Ruy Hungria. As teses de investimentos completas podem ser vistas neste relatório gratuito.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos